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Seg, 03 Jun 2019 16:46:00 -0300
Pesquisas na Amazônia Legal promovem desenvolvimento sustentável da região
Pesquisas na Amazônia envolvem troca de conhecimento com comunidade local, aprimoramento do manejo sustentável, geração de renda e conservação ambiental, promovendo uma interdisciplinaridade importante para estudos da região. Esses foram alguns dos pontos apresentados pelos coordenadores de projetos apoiados pelo CNPq durante dois dias de encontro, em Brasília.Pesquisas na Amazônia envolvem troca de conhecimento com comunidade local, aprimoramento do manejo sustentável, geração de renda e conservação ambiental, promovendo uma interdisciplinaridade importante para estudos da região. Esses foram alguns dos pontos apresentados pelos coordenadores de projetos apoiados pela Chamada MCTI/CNPq nº 23/2017 - Apoio a Redes de Pesquisa em Biodiversidade na Amazônia Legal durante dois dias de encontro na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília, na última semana.
O evento contou com a presenta de pesquisadores e representantes do CNPq, MCTIC e ICMBIO. Foto: Roberto Hilário/CNPq
Divididos em três grandes redes - Rede Ripária, REDEFAUNA e BIONORTE FRUTNAT - os 13 projetos financiados pelo CNPq e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) atuam nas mais diversas áreas da região amazônica, com pesquisas sobre biodiversidade em áreas úmidas; diversidade, conservação e uso da fauna; e biodiversidade, ecossistemas e biotecnologia de fruteiras nativas da Amazônia.
À frente dos projetos, pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa de seis estados que compõem a Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima e Tocantins): Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônica (INPA), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Embrapa, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Universidade Federal do Oeste do Paraná (UNIFOPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal do Acre (UFAC), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade Federal do Tocantins (UFT).
Os estudos têm como um dos desafios tratar as particularidades de cada região, a cultural local e os hábitos já consolidados das comunidades tradicionais na Amazônia. Mas, em comum, a imprescindível relação com os habitantes e a preocupação em atender às necessidades locais. "Toda pesquisa tem que trazer benefícios à sociedade", avalia o professor Edvan Alves Chagas, da Embrapa/RR, coordenador da Rede FRUTNAT e do projeto "Pré-melhoramento, cultivo e processamento de fruteiras nativas e sua incorporação no sistema de produção de frutas da Amazônia Setentrional".
Manejo sustentável da fauna
Uma das preocupações das pesquisas desenvolvidas na região é com a "manutenção dos modos tradicionais de vida e a soberania alimentar dos povos amazônicos", como aponta o diretor do Instituto Mamirauá, João Valsecchi, e coordenador da REDEFAUNA, ressaltando que, para isso, a integração do conhecimento científico com o conhecimento local é fundamental.
Isso porque, como ressaltam os relatos dos pesquisadores, grande parte da população amazônica vive em regiões onde a pesca e a caça de subsistência é predominante, o que torna tão importante o apoio a pesquisas que buscam promover um manejo sustentável da fauna e da flora para o desenvolvimento local. "A importância da caça na dieta das populações humanas varia de acordo com o ambiente, podendo representar mais de 50% da proteína ingerida em determinados locais e épocas do ano", aponta, Valsecchi.
João Valsecchi apresenta projetos da REDEFAUNA. Foto: Roberto Hilário/CNPq
É nesse contexto que atua a REDEFAUNA, com foco na importância da pesquisa sobre o uso e manejo da fauna silvestre e o impacto na conservação da Amazônia. O objetivo é levantar características biológicas e ecológicas, e os padrões de caça dos animais da região para desenvolver um modelo de simulação populacional robusto e definir estratégias para o uso sustentável destas espécies no bioma.
Valsecchi explica que, se, por um lado, a caça é parte da sobrevivência dos povos amazônicos, por outro lado, ela vem sendo responsável pelo declínio de populações animais em toda a Amazônia.
"Os efeitos da caça variam muito de uma região para outra, entre a modalidade de caça realizada (subsistência ou comercial) e de espécie para espécies. E o impacto da caça pode ser bastante significativo se 'somado' ou 'combinado' com o crescente desmatamento da região e consequente fragmentação do ambiente", pontua.
O coordenador da rede explica que o tema tem sido estudado há anos, em um importante debate científico sobre a sustentabilidade da caça de subsistência na Amazônia. Os primeiros trabalhos demonstraram que essa atividade tende a levar as populações da maioria das espécies à extinção, mas esses resultados já foram questionados com outros métodos de investigação que apontam para a possibilidade da caça de subsistência de forma sustentável.
"O debate permanece e possivelmente ambas as visões fornecem contribuições importantes. Necessitamos de um debate mais inclusivo e abrangente, considerando o posicionamento da academia, especialmente dos especialistas no tema, daqueles que dependem da caça para alimentação e de outros setores da sociedade", finaliza, Valsecchi.
Valor agregado e geração de renda
A Rede BIONORTE FRUTNAT surgiu em um contexto de muito desconhecimento sobre espécies nativas, pouco valor agregado e quase nenhum trabalho de formação de recursos humanos local. Edvan Chagas lembra que, em 2009, por exemplo, Roraima tinha mais de 30 espécies de fruteiras nativas ainda desconhecidas pela população. "Além disso, não tinha nem curso para formar recursos humanos e nem pesquisadores interessados", aponta Chagas.
A partir de 2010, foi iniciado um programa de pesquisa e desenvolvimento com fruteiras nativas em Roraima e aprovada a Rede Bionorte FrutNat pelo CT Amazônia. Foi criado, então, o primeiro curso de pós-graduação, em 2011, o PPG-Rede Bionorte, englobando os estados de Roraima, Acre, Amapá, Rondônia e Amazonas. Com a aprovação da rede pela Chamada do CNPq, em 2017, foi dada continuidade às ações o que, segundo o pesquisador, é uma das mais importantes preocupações para as pesquisas. "Se não tem continuidade, não chega a lugar nenhum, viram ações pontuais", ressalta.
Edvan Chagas fala sobre a Rede BIONORT FRUTNAT durante o evento no CNPq. Foto: Roberto Hilário/CNPq
A Rede atua na gestão do conhecimento sobre a biodiversidade; no apoio à implantação, monitoramento e manutenção de redes de inventário da biota; no estabelecimento de padrões e processos relacionados à biodiversidade; e no desenvolvimento de produtos e usos da biodiversidade.
O objetivo das pesquisas desenvolvidas na rede é aprimorar o conhecimento sobre frutas nativas como o camu-camu, taperebá, araçá e cupuaçu para, entre outros propósitos, desenvolver práticas e processos para o cultivo in vitro e produção de mudas e estudar o comportamento adaptativo, manejo e o potencial e qualidade de sua produção em condições de cerrado e floresta de transição de Roraima.
As pesquisas também buscam agregar valor às frutas, com potencial para gerar renda à população. Para isso, o estudo também pretende formular e caracterizar produtos a partir do fruto do camu-camuzeiro, verificando a manutenção de compostos bioativos, com alto potencial nutricional e funcional, e estudar e analisar a cadeia de produção do camu-camu no Estado de Roraima, visando fomentar a atividade produtiva da cultura e auxiliar na futura tomada de decisões por parte de agentes públicos e privados.
Para disseminar o conhecimento já produzido, estão sendo elaboradas cartilhas ilustradas e atualizados cordéis em linguagem popular visando à popularização dos processos agroindustriais, produção, proteção e valorização dos resultados obtidos com foco nos estudantes de ensino médio e fundamental. Além disso, Edvan ressalta que a Embrapa Roraima tem um programa que busca despertar jovens estudantes de ensino médio e fundamental, por meio da Rede FrutNat o projeto Embrapa Escola, possibilitando que os estudantes despertem suas curiosidades para o fazer ciência. Em 2018, foram contempladas 11 escolas, com centenas de alunos envolvidos.
Outro resultado já verificado é o fortalecimento dos Programas de Pós-graduação por meio do desenvolvimento cooperativo de linhas de pesquisa entre as instituições participantes e professores e pesquisadores dos estados do Pará, Amazonas, Roraima e Tocantins.
Áreas úmidas
O monitoramento da biodiversidade das zonas ripárias amazônicas - regiões diretamente relacionadas aos cursos d'água - é o objetivo da Rede Ripária. As pesquisas buscam estudar os padrões e processos relacionados à biodiversidade e entender os fatores que regulam a distribuição de árvores de florestas alagáv eis e seus processos adaptativos em escala de bacia amazônica.
A professora Maria Teresa Fernandez Piedade, do INPA, coordenadora da Rede, explica que a região, com 16 mil espécies arbóreas, é aparentemente homogênea, mas abriga diferentes ecossistemas. "O nosso olhar para região Amazônica é um pouco distinto, daquela floresta mais homogeni a, que em geral é vista. Para nós essas áreas todas são influenciadas por água e tem uma flora bastante peculiar. Essas áreas que cobrem 30%, elas na verdade são subdivididas em diferentes lugares que são em geral que são mais conhecidos, que são as margens dos rios, que todo mundo conhece, rio Amazonas. Para esses grandes rios acontecerem, temos uma trama enorme de pequenos filetes de água, que são os que alimentam essa trama toda. Então, temos conjuntos de ambientes que tem uma complexidade geomorfologica e geológica grande", explica.
A professora Maria Teresa Fernandes Piedade durante a apresetnação da Rede Ripária. Foto: Roberto Hilário/CNPq
Dentre os estudos desenvolvidos, está o entendimento das adaptações ao pulso de inundação dos rios. As pesquisas envolvem a análise de solos, monitoramento da hidrologia, fitofisionomia e dinâ mica da floresta, biomassa, genética. São estudados três sítios: Floresta Nacional do Amapa, Floresta Nacional do Tapajós e Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatmã.
"Resolvemos estudar com mais detalhe a flora do norte e do sul ou oriunda dessas regiões, dentro da bacia amazônica, e fizemos isso escolhendo três regiões razoavelmente eqüidistantes e todas elas em unidade de conservação. Isso foi importante pois os cursos de inundação são distintos. Dentro da Riparia, nós trabalhamos exclusivamente com unidades de conservação e portanto nós interagimos com os gestores dessas unidades", aponta Maria Teresa.
Dentre as metas da rede estão a instalação de parcelas permanentes ripárias em três sub-bacias hidrográficas amazônicas, considerando as variações de elevação no terreno e o pulso de inundação, e articulação de pessoal e integração de dados da Rede. Para isso, a capacitação de recursos humanos, com treinamento de pesquisadores e alunos, disponibilização de banco de dados, oficinas e encontros são algumas das atividades promovidas.
Segundo a coordenadora da Rede, o trabalho é todo desenvolvido em unidades de conservação, o que exige, antes mesmo do inicio das atividades, autorização para fazer as atividades junto com as comunidades. "Em todos os nossos projetos, são 4 desenvolvidos na rede, nós temos comunitários atuando, que nós treinamos e participam das atividades de pesquisa. Eles não só conhecem como eles nos ajudam como membros das e quipes. Isso tem sido muito bom. Para nós tem sido uma experiência fantástica, uma das melhores coisas ter juntado conheciment o distinto, de áreas diferentes", ressalta.
Já foram coletadas amostras de madeira de mais de 1.400 árvores, além de estar em andamento a coleta de dados de hidrolologia e, em análise, de solo em áreas anteriormente não contempladas. A professora aponta a identificação de "grandes diferenças na riqueza de espécies arbóreas entre os igarapés, igarapós e igapós de águas claras e pretas".
Outros resultados importantes, segundo Maria Teresa, é o aumento de quase 14 ha nos levantamentos em áreas úmidas amazônicas e a incorporação de dados de genética aos levantamentos da biodiversidade. Segundo ela, o conhecimento adquirido gera importantes subsídios para o uso parcimonioso dessas áreas por gestores e população.
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Qui, 30 Mai 2019 18:45:00 -0300
Encontro apresenta pesquisas em biodiversidade na Amazônia Legal
Coordenadores de projetos apoiados pela Chamada do CNPq em apoio a Redes de Pesquisa em Biodiversidade na Amazônia Legal estão reunidos esta semana para avaliação e monitoramento das pesquisas. A reunião conta com pesquisadores de instituições de seis estados da região (AM, AC, AP, RR, PA e TO) e pretende, ainda, promover a integração das Redes, debates e intercâmbio de ideias.O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deu início, na manhã desta quinta-feira, à Reunião de Acompanhamento e Avaliação da Chamada MCTIC/CNPq nº23/2017 em apoio a Redes de Pesquisa em Biodiversidade na Amazônia Legal. O encontro, que acontece até esta sexta-feira, 31, conta com representantes, além do CNPq, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), membros do Comitê Avaliador, e de coordenadores de redes e projetos de pesquisas aprovados na Chamada.
Na abertura do encontro, estiveram presentes o Diretor do Departamento de Programas de Desenvolvimento Científico do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Fabio Larotonda, o Coordenador-Geral de Biomas do MCTIC, Luiz Henrique Mourão do Canto Pereira, além representantes da Coordenação-Geral do Programa de Pesquisa em Ciências da Terra e do Meio Ambiente do CNPq, a Coordenadora-Geral substituta, Marisa Mamede e a Coordenadora do Programa de Pesquisa em Gestão de Ecossistemas do CNPq, Fabíola Siqueira.
Representantes do CNPq e do MCTIC (ao centro) recebem os coordenadores dos projetos para reunião de acompanhamento das pesquisas. Foto: Marcelo Gondim/CNPq
Larotonda enfatizou a importância de manter os grupos de pesquisas irrigados para evitar a descontinuidade e a fuga de talentos. "Ficamos ansiosamente aguardando o resultado da avaliação. Para nós, é muito importante saber como está o andamento dos projetos, quais são os dados preliminares, para, inclusive, servir de subsidio para formulação de políticas", concluiu.
A reunião conta com pesquisadores provenientes de instituições de seis estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima e Tocantins), para realizar o acompanhamento, avaliação e promover a integração das Redes e Projetos, com debate e intercâmbio de ideias e experiências no intuito de contribuir para o aprimoramento da estratégia de divulgação científica.
Na programação, está a apresentação de todos os projetos das três redes temáticas formadas: Rede RIPARIA: Padrões e Processos Estruturantes da Biodiversidade em Áreas Úmidas Amazônicas; REDEFAUNA: Rede de Pesquisa em Diversidade, Conservação e Uso da Fauna na Amazônia; e da Rede BIONORTE FRUTNAT Biodiversidade, Ecossistemas e Biotecnologia de Fruteiras Nativas da Amazônia.
A Chamada
O objetivo da Chamada foi apoiar projetos de pesquisa que visem contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Ampliar e divulgar o conhecimento sobre a biodiversidade e os ecossistemas brasileiros em Redes de Pesquisas voltadas á gestão do conhecimento sobre monitoramento, impacto, biodiversidade, padrões e processos relacionados, produtos e o uso sustentável da biodiversidade na Amazônia Legal.
As pesquisas foram aprovadas nos eixos temáticos:
- Gestão do conhecimento sobre biodiversidade
- Apoio à implantação, monitoramento e manutenção de redes de inventário da biota
- Padrões e processos relacionados à biodiversidade
- Desenvolvimento de produtos e usos da biodiversidade
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Qua, 22 Mai 2019 11:54:00 -0300
CNPq recebe propostas de bolsas PQ e PQ-Sr
CNPq lança chamadas das Bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) e Produtividade em Pesquisa Sênior (PQ-Sr). A submissão de propostas vai até 31 e 24 de julho, respectivamente. Os critérios de cada comitê estão disponíveis na Chamada.O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) abriu o prazo para recebimento das propostas de Bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) e Produtividade em Pesquisa Sênior (PQ-Sr), com o lançamento das Chamadas Públicas N° 07/2019 e N° 06/2019.
Os pesquisadores interessados deverão consultar os critérios específicos de cada Comitê de Assessoramento (CA), disponíveis nas respectivas chamadas. A data de submissão das propostas para PQ-Sr vai até o dia 24 de julho de 2019 e para a bolsa PQ, até o dia 31 de julho de 2019.
A bolsa de Produtividade em Pesquisa existe desde 1976 e tem como objetivo valorizar os pesquisadores que possuam produções científicas, tecnológicas e de inovação de destaque em suas respectivas áreas do conhecimento. É concedida em cinco níveis: 1A, 1B, 1C, 1D e 2.
Já a bolsa de Produtividade em Pesquisa Sênior busca reconhecer e valorizar os pesquisadores que se destacam entre seus pares como líder e paradigma na sua área de atuação. Foi criada em 2005 como uma categoria de bolsa PQ e, a partir de 2011, se tornou uma modalidade de bolsa independente. Ela é destinada ao pesquisador bolsista PQ ou de Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) na Categoria 1 por pelo menos 20 anos ou bolsista PQ ou DT na Categoria 1, níveis A ou B, por pelo menos 15 anos.
Veja as chamadas na íntegra:
Chamada CNPq N º 06/2019 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa
Chamada CNPq N º 07/2019 - Bolsas de Produtividade Sênior
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Ter, 21 Mai 2019 14:53:00 -0300
Ciência para o desenvolvimento marcou pronunciamentos
O investimento em ciência e tecnologia como caminho para o desenvolvimento e para a soberania do País foi a tônica dos discursos em noite de premiação do CNPq. Além da entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto, foram homenageados dez nomes para o titulo de Pesquisador Emérito e quatro personalidades que receberam Menção Especial de Agradecimentos.O investimento em ciência e tecnologia como caminho para o desenvolvimento e para a soberania do País foi a tônica dos discursos na sessão solene de entrega do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia - Edição 2019, dos títulos de "Professor Emérito do CNPq" e Menções Especiais de Agradecimento, e da posse dos novos membros titulares da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A cerimônia aconteceu na noite da última quarta-feira, 15, na Escola Naval, no Rio de Janeiro.
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), João Luiz Filgueiras de Azevedo, ressaltou as "transformações tecnológicas cada vez mais aceleradas" citando, como exemplo, a transformação digital, "que tem afetado todas as áreas do conhecimento". Para ele, é certo que esse ritmo só vai aumentar. "Nesse contexto, a capacidade de um País em gerar conhecimento científico e transformá-lo em produtos e processos inovadores é absolutamente fundamental para a sobrevivência soberana desta nação", disse.
Filgueiras também mencionou a importância de o Brasil evoluir no relacionamento com a comunidade mundial, no que diz respeito a uma economia baseada em commodities para exportação de bens com alto valor agregado. "Mas essa evolução" - observa - "só será possível por meio do conhecimento científico e tecnológico, e de um esforço concentrado na formação e na motivação dos nosso jovens para buscarem carreiras que privilegiem a ciência e a tecnologia".
Presidente do CNPq, João Luiz Azevedo, discursa durante o evento. Foto: Roberto Hilário/CNPq
Reconhecendo que o País passa por um momento de "restrições fiscais bastante severas", o presidente do CNPq afirmou que a única saída para o desenvolvimento é o investimento em ciência e tecnologia. "Se quisermos um lugar ao sol entre a comunidade das grandes nações, não há uma alternativa ao investimento em ciência e tecnologia. Podemos até discutir quanto à origem dos recursos para tais investimentos, mas eles terão que ser feitos".
Para Filgueiras, a comunidade científica brasileira já é muito produtiva e muito pujante. Mas é preciso garantir as condições para que possa continuar ativa e produtiva, e seja capaz de encontrar formas de canalizar sua liderança para a área de inovação. "Dessa maneira, estará apta a contribuir para a geração de riquezas para a sociedade", acredita.
Falando de sua "grande satisfação" em participar de uma cerimônia que celebra o conhecimento científico, o presidente do CNPq encerrou seu pronunciamento manifestando o "mais profundo respeito àqueles que dedicam esforços para que o fazer ciência seja possível e reconhecido como um valor dos mais importantes para a nação brasileira" e agradecendo a todos que tornaram o evento possível, "em especial à Fundação Conrado Wessel e à Marinha do Brasil, e aos que vieram aqui homenagear os agraciados e os novos membros da ABC".
Patrimônio - Saudando todos os agraciados do CNPq e da ABC, e fazendo um retrospecto da cooperação interinstitucional que há 13 anos viabiliza a outorga do Prêmio Almirante Álvaro Alberto, com o patrocínio da Fundação Conrado Wessel, o professor José Moscogliato Caricati, diretor vice-presidente da entidade, realçou que todos os esforços para honrar esse compromisso valeram a pena. "E sabem por quê? Porque, por tudo o que fizemos, fizemos algo pela ciência. Ciência. Palavra bonita, repleta de significados".
Citando o filósofo grego Aristóteles, afirmou que "a ciência é um conhecimento certo e evidente das coisas pelas suas causas ontológicas, intrínsecas, extrínsecas e teleológicas". E acrescentou: "Não basta saber o que a coisa é, é preciso saber a causa de ela ser o que ela é, e não outra coisa, e para que ela existe. Isso quer dizer, saber o quê, o porquê e para quê. Nós tomamos de empréstimo esse conceito e enfatizamos o significado objetivo e social do conhecimento", disse.
Caricati se referiu ao axioma "saber para servir", a fim de atingir um "humanismo renovado, baseado em possibilidades inesperadas, guardadas para nós, pelo futuro", complementou. Segundo ele, "foi o que nos trouxe aqui". Como exemplo, mencionou o químico Conrado Wessel, que há 100 anos criou o novo conhecimento, e, por meio dele, "amealhou um patrimônio, e destinou esse patrimônio para servir ao País. Cá estamos".
Encerrou seu pronunciamento dirigindo-se aos agraciados: "Vamos, então, parabenizar o professor Vanderlei Salvador Bagnato e todos os cientistas e acadêmicos homenageados hoje, e os demais, desejando que todos também consigam um patrimônio, fruto do seu conhecimento, para transformar o Brasil no Brasil que nós queremos".
Questão de sobrevivência - O comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior, iniciou fazendo uma saudação a autoridades, a cientistas com os quais teve o privilégio de estudar, entre eles o matemático Jacob Pális e o físico Luiz Davidovich, respectivamente ex e atual presidente da ABC, ao presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, e sua antecessora, Helena Nader, a quem chamou de "guerreira da ciência", sendo muito aplaudido.
Aos novos membros da ABC, uma reverência: "É um privilégio estar aqui, quando esses novos tripulantes embarcam nessa aventura que é pertencer à Academia Brasileira de Ciências em um país que precisa, na brevidade possível, para ontem, superar os desafios importantes na área de educação, ciência e tecnologia. É questão de sobrevivência e prosperidade, de soberania nacional". Citou o Programa Nuclear Brasileiro, para dizer a parceria entre ciência e Marinha significa prosperidade.
"A junção dessa matriz estratégica, a ciência e os marinheiros, indica países prósperos em toda historia da civilização humana. Daí a importância da nossa parceria. Quando a ciência se junta com os marinheiros, nós temos um país onde o bem estar é marcante. E os prêmios aqui refletem essa importância, e a Marinha se sente muito honrada em homenagear, também, os novos membros da Academia Brasileira de Ciência e o professor Vanderlei Salvador Bagnato".
"No entendimento da Marinha, a linha de frente da defesa do País são professores e cientistas. Nós somos a força que decorre desse conhecimento. Eu vou encerrar mencionando o lema do setor de ciência e tecnologia da Marinha: soberania pela ciência. Parabéns, professor". Após o pronunciamento do almirante de esquadra Ilques Júnior, Vanderlei Salvador Bagnato foi convidado para uma foto oficial com todos os parceiros envolvidos na premiação.
Pesquisadores eméritos - No evento, o CNPq também homenageou os agraciados com o título de Pesquisador Emérito e a Menção Especial de Agradecimentos.
Foram escolhidos dez nomes para o titulo de Pesquisador Emérito como reconhecimento pelo conjunto da obra científico-tecnológica e por seu renome junto à comunidade científica, e quatro personalidades que atuaram em prol da ciência no ano de 2018 receberam Menção Especial. Além do título e diploma, os pesquisadores receberão diárias para participação em congresso científico, no país ou no exterior.
Os dez agraciados são: os engenheiros químicos Carlos Alberto Lombardi Filgueiras (UFMG) e David Sérgio Kupfer (UFRJ), a médica veterinária Ekaterina Akimovna Botovchenco Rivera (UFG), o médico Elisaldo Luiz de Araujo Carlini (Unifesp), o cientista social José de Souza Martins (USP), a historiadora natural Maria Irene Baggio de Moraes Fernandes (Embrapa), a matemática Nilza Eigenheer Bertoni (UnB), e o químico Rogerio Meneghini, cofundador (com Abel Packer) do Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Agraciados da noite, na cerimônia de homenagens. Foto: Roberto Hilário/CNPq
Também homenageados com o título de Eméritos, In Memorian, o engenheiro mecânico Marcos Pinotti Barbosa e o cineasta Nelson Pereira dos Santos, tendo sido representados por seus filhos.
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1B, o médico cearense Manoel Odorico de Moraes afirmou que sua carreira científica pode ser resumida em uma sentença: paixão pelo conhecimento científico. Professor de Farmacologia Clínica na UFCE, disse que seu contato com a ciência começou muito cedo, quando ainda era criança. "O cientista traz consigo a curiosidade infantil. O que eu mais digo aos jovens que pensam em ingressar na carreira científica é: não desistam".
Autor de centenas de publicações, em parceria com pesquisadores do Brasil e do exterior, Odorico se notabilizou nacionalmente por sua pesquisa com a pele de tilápia para tratamento de queimaduras, que envolve mais de 120 pesquisadores de diferentes instituições do País.
O CNPq também ofereceu Menção Especial de Agradecimento de 2019 à Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, à socióloga Maria Cecília de Souza Minayo, pesquisadora da Fiocruz e editora da Revista Ciência & Saúde Coletiva, ao matemático Marco Antonio Raupp e a Gilberto Kassab, ambos ex-ministros de Estado da área de Ciência e Tecnologia. Concedido anualmente, a honraria é atribuída a pessoas físicas ou jurídicas em reconhecimento aos significativos serviços prestados ao crescimento, desenvolvimento, aprimoramento e divulgação do CNPq no ano anterior à entrega do título.
Os candidatos são indicados pela Diretoria Executiva do CNPq e por membros do Conselho Deliberativo (CD), e escolhidos por este último. "Fico muito honrado de receber essa homenagem, sobretudo porque não sou da área científica. Agradeço ao CNPq e reitero que estou sempre à disposição para contribuir com a ciência, a tecnologia e a inovação do País", disse Gilberto Kassab.
Veja todas as fotos do evento no Flickr do CNPq.
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Qui, 16 Mai 2019 16:45:00 -0300
CNPq entrega Prêmio Almirante Álvaro Alberto
A cerimônia foi realizada na noite de quarta-feira, 15, na Escola Naval, no Rio de Janeiro. Bagnato fez questão de ressaltar o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de outras agências de fomento brasileiras, como Fapesp, Finep e BNDES."Quero receber este prêmio simbolizando o agradecimento a todos os que contribuem com a ciência no Brasil". Com essas palavras, o físico paulista Vanderlei Salvador Bagnato, professor e atual diretor do Instituto de Física de São Carlos, (IFSC-USP), da Universidade de São Paulo (USP), encerrou seu discurso após ser condecorado com o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia - edição 2019, que este ano contempla a área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.
Profº Bagnato recebe o diploma do presidente do CNPq, João Luiz Azevedo. Foto: Roberto Hilário/CNPq
A cerimônia foi realizada na noite de quarta-feira, 15, na Escola Naval, no Rio de Janeiro, quando foram entregues, também, os títulos de Professor Emérito do CNPq e as Menções Especiais de Agradecimento. Bagnato fez questão de ressaltar o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de outras agências de fomento brasileiras, como Fapesp, Finep e BNDES. "Se muitos têm motivo para deixar o País, eu não sou um deles. Quando retornei do doutorado, o CNPq já havia depositado recursos para eu montar o meu laboratório", afirmou.
Concedido anualmente pelo CNPq, em parceria com a Fundação Conrado Wessel e a Marinha do Brasil, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto é considerado o mais importante do País na área de Ciência e Tecnologia. Pelo legado do cientista que dá nome ao prêmio, Bagnato diz que se sente duplamente gratificado, embora não se considere merecedor, conforme declarou:
"Receber o maior prêmio de ciência e tecnologia do Brasil já é uma honra. Receber esse prêmio, e ele ter o nome do Almirante Álvaro Alberto, com todo o seu histórico, é mais honroso ainda. Ainda mais porque há muitos outros melhores e mais credenciados do que. Claro que estou feliz, e fico imaginando o trabalho árduo do comitê que indica o vencedor. Não me vejo como merecedor, mas prometo trabalhar duramente para fazer por merecer esse prêmio".
Emocionado, Bagnato também agradeceu à USP - "minha universidade mãe". Citou autoridades presentes como corresponsáveis pela sua premiação e destacou a presença do reitor Vahan Agopyan e de pró-reiroes. "Agradeço a todos vocês que estão prestigiando a valorização da ciência com esse prêmio, inclusive o prof. Vahan, aqui presente", disse. "Significa que não estamos sós, ao contrário, estamos rodeados de pessoas de extrema lealdade", acrescentou.
Colegas de trabalho, colaboradores nacionais e internacionais, técnicos, alunos e ex-alunos e pós-doutores que passaram pelo seu grupo são igualmente merecedores do prêmio, nas palavras de Bagnato. "Sem eles, meu trabalho não apareceria, e eu não estaria aqui. Temos 120 pessoas trabalhando em nosso grupo de pesquisa, e todos compartilham comigo o mesmo ideal. Sou muito grato a essas pessoas".
Para o pesquisador, a ciência e a tecnologia no Brasil estão em constate avanço. "E premiar ciência é sempre muito bom", disse, dirigindo uma agradecimento especial ao CNPq, à Fundação Conrado Wessel e à Marinha do Brasil. Bagnato também salientou a importância da ciência como promotora do desenvolvimento do País. "Já ajudamos a formar mais de 40 empresas em São Paulo, mais de mil empregos foram gerados. Eles concretizam parte da nossa missão".
O Prêmio Almirante Álvaro Alberto contempla medalha, diploma, viagem a Antártica e R$ 200 mil. Mais descontraído, Bagnato brincou sobre o que fará com cada um. "A medalha e o diploma vou colocar em algum lugar de destaque na minha casa. A viagem à Antártica é um sonho antigo, e que eu espero poder levar um acompanhante, talvez o Nobel, que é muito fã da ciência brasileira. Com o dinheiro, bem, vou fazer... [pausa]... outras coisas".
Bagnato discursa durante o evento. Foto: Roberto Hilário/CNPq
O pesquisador encerrou seu discurso dizendo que está feliz com tudo o que alcançou na carreira, mas que seu maior prêmio é sua família. "Minha esposa e meu filho conseguem entender meus sonhos e sacrifícios, tornando-os seus também. Minha família é e será sempre meu maior prêmio, comparando a qualquer prêmio que eu venha a receber. E sou muito grato a ela por me acompanhar nessa jornada".
Na sua saudação a Bognato, João Luiz Azevedo, presidente do CNPq, ressaltou o trabalho significativo do pesquisador para a ciência e para o Brasil. Fez um breve retrospecto da trajetória do Almirante Álvaro Alberto para evidenciar mais uma vez a relevância do prêmio e manifestou "grande satisfação de estar celebrando a ciência brasileira". "É preciso reconhecer a importância de quem sempre defendeu ciência e tecnologia para a prosperidade do País".
Participaram da entrega do Prêmio a Bagnato o ministro da Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em exercício, Júlio Francisco Semeghini Neto, o presidente do CNPq, o comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior, representando o ministro de Estado da Defesa [Fernando Azevedo e Silva], e o presidente do Conselho Curador da Fundação Conrado Wessel, Jorge Márcio Arantes Cardoso.
Além desses, compuseram a mesa de autoridades o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), acadêmico Luiz Davidovich, o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, o presidente da Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], general Waldemar Barroso Magno Neto, e o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, acadêmico Evaldo Ferreira Vilela. Ao final, foram empossados os novos membros titulares da ABC.
Sobre o premiado - Graduado em Física pela USP e em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Bagnato coordena atualmente o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela Fapesp. Também é doutor em Física pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), com pós-doutorado pela Universidade de Maryland, ambos nos Estados Unidos. Obteve o título de livre-docente pela USP em 1990. É autor de cerca de 700 artigos científicos e já recebeu diversos prêmios e homenagens, entre eles o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, em 2015, e o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, concedido pela Presidência da República, em 2007. Em 2018 tornou-se Pesquisador Emérito do CNPq. É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês), da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS) e da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.
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Sex, 10 Mai 2019 17:52:00 -0300
CELAC e União Europeia discutem infraestrutura em pesquisa
Representantes de entidades da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia estiveram reunidos em Brasília para alinhar as ações em torno do aprimoramento da infraestrutura em pesquisa dos países integrantes. O evento aconteceu na sede do CNPq entre os dias 6 e 8 de maio.Representantes de entidades da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e da União Europeia estiveram reunidos, esta semana, em Brasília, para alinhar as ações em torno do aprimoramento da infraestrutura em pesquisa dos países integrantes. O evento aconteceu na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) entre os dias 6 e 8 de maio, em continuidade às ações do Grupo de Trabalho em Infraestrutura de Pesquisa EU-CELAC e como parte dos três workshops bi-regionais programados para promover o debate acerca das políticas em infraestrutura.
Integrantes de várias instituições estiveram reunidos em Brasília, na sede do CNPq. Foto: Marcelo Gondim/CNPq
O grupo foi formado com o objetivo de alinhar políticas e promover a integração das infraestruturas da América Latina e Caribe e desta região com estruturas em pesquisa e inovação da União Européia.
Dentre as atividades previstas está o mapeamento de infraestrutura em pesquisa da região e a construção de portal contendo informações sobre as instituições. Com isso, pesquisadores da América Latina, do Caribe e da União Européia poderão aproveitar melhor a infraestrutura existente nestes países para a colaboração internacional em pesquisa.
O encontro contou com a participação do CNPq, de 12 países da região e 7 europeus, além de representantes da Delegação da União Européia no Brasil e Bruxelas e da diretora do Departamento de Infraestrutura de Pesquisa e Políticas de Formação e Educação em Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Maria Zaira Turchi, que trocaram experiências e boas práticas.
A próxima reunião do GT está prevista para realizar-se no México em novembro de 2019.
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Seg, 06 Mai 2019 16:22:00 -0300
CNPq recebe coordenadores de projetos de incentivo a meninas na ciência
Sete dos oito projetos do Centro-Oeste contemplados pela chamada do CNPq de apoio a meninas nas ciências exatas, engenharias e computação estiveram reunidos em Brasília para apresentação das propostas e troca de experiências. O encontro aconteceu com a presença da Diretora Adriana Tonini, que coordena a iniciativa. Essa foi a segunda reunião com coordenadores de projetos da chamada.Sete dos oito projetos do Centro-Oeste contemplados pela chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de apoio a meninas nas ciências exatas, engenharias e computação estiveram reunidos em Brasília para apresentação das propostas e troca de experiências. O encontro aconteceu na sede do CNPq com a presença da Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, Adriana Tonini, que coordena a iniciativa.
Essa foi a segunda reunião com coordenadores de projetos da chamada. Em abril, Tonini encontrou, em Belo Horizonte, as coordenadoras dos projetos de Minas Gerais. No final de maio, acontecerão duas reuniões com projetos da região Sul, em Porto Alegre e em Santa Maria. A ideia dos encontros é alinhar as propostas para que atendam os objetivos da chamada de forma plena. Segundo a Diretora, na conversa com os coordenadores, é importante certificar que os projetos buscam o real envolvimento das escolas para conseguir de fato promover o estímulo das meninas para a escolha pelas áreas de exatas, engenharias e computação.
Os projetos do Centro-Oeste envolvem cinco instituições dos quatro estados da região: Universidade de Brasília (UnB); Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia; campus de Corumbá do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS); campi Sinop e Cáceres da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT); além dos campi de Formosa e Uruaçu do Instituto Federal de Goiás (IFG). No encontro, em Brasília, esteve presente, também, o projeto da Universidade Federal de Itajubá (MG), que não pode participar do encontro em Belo Horizonte.
O encontro contou com oito coordenadores de projetos, a Diretora do CNPq, Adriana Tonini, além das gestoras da chamada Maria Lucia Braga e Natacha Santos. Foto: Roberto Hilário/CNPq
Iniciativas que levam noções de computação, química, estimulam a reflexão da representação feminina na ciência e promovem o empreendedorismo foram apresentadas na reunião.
"Essa troca de experiências é muito importante. Pensarmos juntos, adequarmos os projetos", disse Tonini. "Não é uma chamada que vai mudar toda a realidade. Ela é um primeiro passo. É preciso pensar em médio e longo prazo, é fundamental que as escolas absorvam a proposta como um projeto da instituição, que continue para além do apoio do CNPq. Por isso, peço que façam esse movimento nas escolas", apontou a diretora.
O envolvimento não só da escola, mas também da comunidade e da família foi um ponto colocado por alguns dos projetos. A Profª Adriana Martini Martins, por exemplo, ressaltou que o projeto 'Cientistas Formosas', que está sendo implementado no IFG de Formosa, tem promovido uma divulgação do trabalho do instituto, trazendo a comunidade para dentro do IFG. "Poucos conheciam como funciona o Instituto, não sabiam, inclusive, que é público e que todos podem acessar", afirmou. O projeto da professora envolve, além de atividades experimentais e experiências com astronomia, palestras e cine-debates para tratar do tema da mulher na ciência. Em outras ações, como em Uruaçu, com o projeto coordenado pela professora Lidiaine Maria dos Santos, a iniciativa representa uma oportunidade única para as alunas que são, em grande parte, de regiões mais pobres. Segundo a professora, o projeto apresenta uma nova perspectiva de futuro para elas. Há, ainda, a experiência em Corumbá, com o projeto 'Meninas Pantaneiras', que promove, além da inserção das meninas na ciência, uma significativa integração, conforme explica a coordenadora Paula Luciana Bezerra. "É uma região de fronteira, temos alunas bolivianas e até mulçumanas e o projeto permite trabalhar o respeito e a integração". O projeto propõe, entre as atividades, depoimentos de mulheres que participaram de projetos anteriores, oficina de pesquisa para professores e cooperação com empresas privadas para estimular o empreendedorismo.
Experiências já bem sucedidas que tiveram a oportunidade de continuidade com a chamada também foram apresentadas. É o caso do projeto 'Meninas.com ¿ Computação também é coisa de menina', da UnB. A coordenadora, Profª Aletéia Patrícia contou que o projeto foi contemplado na primeira chamada dessa iniciativa, em 2013, o que foi ¿um divisor de águas¿ para as atividades que já vinham acontecendo desde 2010. Do projeto inicial com uma escola pública, hoje são 9 escolas envolvidas em todo o DF. E da experiência anterior, um resultado muito positivo: das seis meninas participantes do projeto inicial, todos entraram na UnB e algumas são, hoje, bolsistas de Iniciação Científica.
Ao final do encontro, a Profª Adriana Tonini reforçou a importância de fazer das meninas participantes multiplicadoras em suas escolas, na comunidade. "Quanto mais pudermos envolver as escolas, mais será possível mudar a realidade", finalizou, referindo-se ao percentual ainda pequeno de mulheres das áreas de exatas, engenharias e de computação.
O próximo encontro será com os coordenadores de projeto do estado do Rio Grande do Sul. Estão previstas duas reuniões, uma em Santa Maria, no dia 15/05, e outra em Porto Alegre, no dia 16/05. Ao todo foram aprovados 13 projetos do RS.
Veja os projetos participantes do encontro:
Coordenadora
Projeto
Instituição
Estado
Cidade
Aletéia Patrícia Favacho de Araújo
Meninas.comp - Computacao Tambem e Coisa de Menina!
Universidade de Brasília
DF
Brasília
Adriana Martini Martins
Cientistas Formosas
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
GO
Formosa
Estela Leal Chagas do Nascimento
APRENDER FAZENDO: A ABORDAGEM HANDS-ON PARA FUTURAS ESTUDANTES DE COMPUTACAO, CIENCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
Universidade Federal de Goiás
GO
Goiânia
Karla Emmanuela Ribeiro Hora
Conversas de Meninas e Engenheiras: semeando oportunidades para a igualdade de genero nas ciencias
Universidade Federal de Goiás
GO
Goiânia
Lidiaine Maria dos Santos
Meninas Cientistas: a construcao feminina do saber
Instituto federal de Goiás
GO
Uruaçu
Paula Luciana Bezerra da Silva
Meninas Pantaneiras na ciencia e tecnologia
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul
MS
Corumbá
André do Amaral Penteado Bíscaro
Aumento da Potencialidade Feminina nas Ciencias Exatas, Engenharias e Computacao
Universidade do Estado de Mato Grosso
MT
Sinop
Marcos Francisco Borges
Meninas investigadoras nas ciencias exatas
Universidade do Estado de Mato Grosso
MT
Cáceres
Geise Ribeiro
Meninas Empreendedoras na Química
Universidade Federal de Itajubá
MG
Itajubá
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Seg, 29 Abr 2019 18:17:00 -0300
Centro de Síntese é apresentado no Instituto Mamirauá
Uma parceria entre o CNPq, FAPESP e CAPES, com apoio do CONFAP, o Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos - SinBiose - foi apresentado em palestra durante as comemorações dos 20 anos do Instituto MamirauáO termo simbiose define o fenômeno onde seres vivos de duas espécies diferentes associam-se por um longo período de suas vidas, em uma parceria que pode ser benéfica para ambos. Simbiose foi, também, o nome escolhido como referência para o Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose)- novo programa brasileiro que, por meio de uma abordagem interdisciplinar, quer estabelecer grupos de trabalho para processar os dados já coletados sobre a biodiversidade brasileira e colocá-los a serviço da sociedade, disponibilizando-os a autoridades e gestores ambientais.
O programa foi explicado à comunidade do Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em uma palestra proferida pela gerente de projetos do SinBiose, Marisa de Araújo Mamede, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um dos parceiros da iniciativa. A palestra foi realizada na sede do instituto, em Tefé, Amazonas, na última quinta-feira (25), em meio às comemorações dos 20 anos da instituição.
Marisa Mamede apresenta a iniciativa no Instituto Mamirauá
O SinBiose é fruto de uma parceria entre o CNPq, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com apoio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), que trabalhará articulando a participação de outras fundações estaduais. "O programa se propõe a financiar projetos de pesquisa diferenciados, chamados de projetos de síntese", explica Marisa Mamede.
Tais projetos trabalharão com a extensa porção de dados coletados sobre a biodiversidade brasileira. "São projetos de pesquisa que não envolvem coleta de dados primários, mas vão reunir grupos de trabalho interdisciplinares, pesquisadores de diferentes disciplinas e também outros atores sociais, como gestores ambientais, tomadores de decisões e representantes de comunidades tradicionais, para trabalharem focados em um tema específico relacionado à biodiversidade".
O retorno à sociedade
Apesar de utilizarem dados levantados no passado, o objetivo dos projetos, que durarão cerca de dois anos, é produzir conhecimento novo e socialmente relevante. Para Marisa, é imprescindível que o resultado das pesquisas "se reverta em alguma aplicação para a sociedade".
A intenção é transbordar a produção científica para além do meio acadêmico, aproximando esses resultados da população em geral. "[O SinBiose] envolve a sociedade de uma forma ampla, gestores ambientais e tomadores de decisões", conta a pesquisadora. "Vamos ter um cuidado especial na elaboração dos produtos que vierem desse conhecimento novo, para que não fique restrito à área acadêmica".
As estratégias de conservação para a fauna e flora brasileiras dependem da produção científica para que sejam, de fato, efetivas. Para pensar a conservação de qualquer região, é fundamental que se conheça suas particularidades pelo olhar das diferentes áreas do conhecimento. "Queremos trazer perspectivas diferentes e integrá-las de forma a gerar uma coisa nova que seja benéfica para a sociedade", afirma Marisa Mamede.
O projeto
A ideia dos centros de síntese já vinha sendo discutida pela comunidade científica nacional a partir de experiências bem-sucedidas em países da Europa, América do Norte e na China. Alguns desses centros internacionais abrigavam pesquisadores brasileiros em seus projetos de pesquisa. "Havia a vontade de trazer uma estrutura como essas para o Brasil, para trabalharmos aqui os nossos dados", relata a cientista.
"Nós temos uma quantidade de conhecimento incrível sobre a biodiversidade, os ecossistemas, os processos e os impactos antrópicos que estão acontecendo. Esse conhecimento é gerado, mas tem uma circulação muito restrita dentro da comunidade acadêmica, em periódicos e algumas ações de divulgação científica. Esse material tem uma dificuldade muito grande de atingir os tomadores de decisão, os responsáveis pela gestão ambiental".
Os centros de síntese se propõem a fazer a ponte entre o conhecimento acadêmico e a política. "A necessidade de produzir o conhecimento científico de forma que ele possa ter uma aplicação mais direta e mais efetiva na tomada de decisões sobre o meio ambiente foi uma motivação muito importante, tanto das agências de fomento quanto da comunidade científica, para colocar um centro de síntese em funcionamento no Brasil", explica a pesquisadora.
Serviços Ecossistêmicos
Conceito que dá nome ao projeto, os serviços ecossistêmicos são as diversas contribuições da natureza ao planeta e aos seres humanos, como a provisão de água limpa, a regulação do clima, a boa qualidade do solo e a polinização. "É preciso enxergar essa realidade e aprender a trabalhar com isso para realmente produzir conhecimento que tenha uma conexão com a realidade. Quando falamos em serviços ecossistêmicos, falamos também das ciências sociais e de Economia", conta Marisa.
"É importante ressaltar esse aspecto porque não se pode trabalhar com ecologia e biodiversidade e desconsiderar as populações humanas que estão nos locais, interagindo com esses ambientes naturais, mesmo em áreas protegidas. Não enxergar essa relação e os efeitos que ela produz é fechar os olhos para a realidade", complementa.
A primeira chamada pública para projetos dentro do Sinbiose deve ser divulgada até o mês de agosto.
Texto e foto: Bernardo Oliveira/Instituto Mamirauá
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Dom, 28 Abr 2019 23:44:00 -0300
Morre, no Rio, o ex-presidente do CNPq, Maurício Matos Peixoto
O CNPq lamenta informar o falecimento do seu ex-presidente Maurício Matos Peixoto, aos 98 anos, ocorrido neste domingo, 28, no Rio de Janeiro. Matemático brasileiro, Peixoto presidiu o CNPq de 1979 a 1980 e foi um dos fundadores do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), além de ter presidido a Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lamenta informar o falecimento do seu ex-presidente Maurício Matos Peixoto, aos 98 anos, ocorrido neste domingo, 28, no Rio de Janeiro. Matemático brasileiro, Peixoto presidiu o CNPq de 1979 a 1980 e foi um dos fundadores do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). Pesquisador de renome internacional, Maurício Peixoto foi, ainda, presidente da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
Maurício Peixoto, ex-presidente do CNPq e fundador do IMPA. Foto: Diuvlgação
Com mais de 40 trabalhos publicados, seu talento foi reconhecido ao longo da vida. Em 1969, recebeu o Prêmio Moinho Santista, então considerado um dos mais tradicionais estímulos à produção intelectual brasileira. Em 1987, ganhou o Prêmio de Matemática da Academia Mundial de Ciências (TWAS). Recebeu ainda a Grã-Cruz e a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, entre outras homenagens.
Filho do governador do Ceará José Carlos de Matos Peixoto, deposto pela Revolução de 1930, foi forçado com a família a se mudar para o Rio de Janeiro. Nascido em 15 de abril de 1921, seu interesse por Matemática surgiu na infância, aos 11 anos, curiosamente após ser reprovado na disciplina no Colégio Pedro II, no Rio. Recebeu aulas particulares do também cearense Nelson Chaves, amigo da família e aluno da Escola de Engenharia, que o ajudou a passar no exame de segunda época. "Começamos da estaca zero e fiquei deslumbrado com suas aulas. Já nessa época, decidi que iria estudar alguma coisa que envolvesse matemática", contou, em entrevista ao livro IMPA 50 Anos.
Como a carreira de matemático não existia, foi para a Escola de Engenharia da Universidade do Brasil. Lá, fez amizade com os colegas de turma Leopoldo Nachbin, "companheiro inseparável" e também fundador do IMPA, e Marília de Magalhães Chaves, com quem se casaria em 1946. Os dois foram influências importantes para que Maurício se tornasse matemático.
Em 1943, recebeu o diploma de engenheiro civil, profissão que nunca chegou a exercer: gostava mesmo era de estudar e ensinar Matemática. Na mesma Escola, foi aprovado no concurso de Livre-Docência de Mecânica Racional, em 1947, e no da Cátedra da mesma disciplina, em 1952.
Maurício casou-se três vezes (com Marília, Maria Lucia Alvarenga Peixoto e Alciléa Augusto) e teve quatro filhos: Martha, Ricardo, Marcos e Elisa. O velório será no Memorial do Carmo, nesta segunda-feira (29), de 14h às 18h.
Trajetória
Em 1952 que, ao lado de Lélio Gama e de Leopoldo Nachbin, Maurício fundou o IMPA. De início, o instituto não dispunha de sede própria: foi alojado temporariamente numa sala da sede do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (criado três anos antes), na Praia Vermelha, zona sul do Rio de Janeiro. Primeira unidade científica do CNPq (então Conselho Nacional de Pesquisas), o IMPA nasceu com o objetivo de estimular a pesquisa científica em Matemática, formar pesquisadores, difundir e aprimorar a cultura matemática no Brasil.
Em 1964, Maurício embarcou rumo aos Estados Unidos para integrar o corpo docente da Brown University, onde ficaria até 1970. O convite veio de Solomon Lefschetz, matemático que conhecera em 1957, quando passara um ano na Universidade Princeton, trabalhando em Estabilidade Estrutural de Equações Diferenciais. De volta ao Brasil, deu aulas no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo, de 1973 a 1978.
No IMPA, desenvolveu estudos importantes. O Teorema de Peixoto, que caracteriza os campos de vetores estruturalmente estáveis em variedades compactas de dimensão, foi um marco matemático no Brasil e no mundo, relacionado a Sistemas Dinâmicos.
Seu talento como professor se refletiu no desempenho dos alunos. Em 1962, orientou os estudantes estrangeiros Ivan Kupka e Jorge Sotomayor, que fizeram destacados trabalhos de Sistemas Dinâmicos, com repercussão internacional imediata. As duas teses foram passos iniciais no estabelecimento do IMPA como uma instituição de pesquisa de nível internacional. Maurício trabalhou ainda com o matemático norte-americano Stephen Smale, ganhador da Medalha Fields em 1966, que visitou o IMPA em diversas ocasiões.
Em 1974, foi o segundo brasileiro a falar como palestrante convidado no Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), em Vancouver (Canadá) - o primeiro havia sido o amigo Leopoldo Nachbin, em Estocolmo (Suécia), em 1962.
Com informações do IMPA
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Qui, 25 Abr 2019 13:21:00 -0300
Missão ao Reino Unido estreita intercâmbio científico
O CNPq participa de comitiva brasileira liderada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em visita ao Reino Unido, cuja programação inclui visitas às agências de fomento à inovação, os mais avançados centros de pesquisas e órgãos governamentais. A viagem acontece no âmbito do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação 2018-2019.O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), João Luiz Filgueiras de Azevedo, participa de comitiva brasileira liderada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em visita ao Reino Unido desde a segunda-feira, 22, cuja programação inclui visitas às agências de fomento à inovação, os mais avançados centros de pesquisas e órgãos governamentais. Além do presidente do CNPq, fazem parte da comitiva o Secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcelo Marcos Morales; e a Diretora do Departamento de Infraestrutura de Pesquisa e Políticas de Formação e Educação em Ciência do MCTIC, Maria Zaira Turchi.
O objetivo da missão é promover a troca de experiências no monitoramento de impactos da pesquisa, desenvolvimento de projetos e estreitamento do relacionamento entre centros de pesquisa e indústrias. A viagem acontece no âmbito do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação 2018-2019 e conta com representantes brasileiros que compõem o ambiente de pesquisas e inovação do país e vai até o dia 27 de Abril.
Nesta quinta-feira, 25, a comitiva brasileira realizou visita à Universidade de Manchester onde estiveram reunidos com a vice-presidente de Pesquisa Coette Fagan e, no Instituto Nacional do Grafeno, encontraram-se com o Prof. Andre Geim, Nobel de Fisica de 2010, descobridor do grafeno e por demonstrações concretas da levitação magnética.
André Geim (quinto da esquerda para a direita) recebe a comitiva brasileira no Instituto Nacional do Grafeno.
Das atividades já realizads nos dias anteriores, destacam-se a reunião com Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial, com o Diretor da Global Science and Innovation, Tom Child; a reunião com Jade Quimet-Fortin, Secretário de Politicas Internacionais da UKRI - Research and Innovation; o encontro com Dr Benjamim Reid, chefe de Inovação Internacional e Programas de Desenvolvimento da Nesta Innovation Foundation; reunião com Embaixador do Brasil no Reino Unido Fred Arruda; além de encontros nos Conselhos Britânicos - BBSRS e MRC na Royal Society, onde foi organizado um Fórum de debates 'Reino Unido e Brasil'.
Sobre o Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação 2018-2019
É uma iniciativa liderada pelos governos do Brasil e do Reino Unido, inicialmente discutida em agosto de 2017, em Londres. O Ano foi oficialmente lançado em 27 de março de 2018 em Brasília, numa cerimônia no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
As atividades ocorreram entre março de 2018 e abril de 2019, e incluíram seminários, exposições, palestras e missões empresariais e acadêmicas em ambos os países.
A ação contou com a visita dos navios RSS James Cook e HSM Protector ao Brasil, mostrando um pouco sobre as pesquisas oceânicas e antárticas realizadas pelo Reino Unido em prol do conhecimento sobre mudanças climáticas.
Durante o Ano, mais de 30 cientistas do Reino Unido visitaram o Brasil para compartilhar seus estudos em tópicos variados, como biodiversidade, bionanotecnologia, agricultura sustentável, genética e astronomia.
Dois novos centros no Brasil foram lançados para promover pesquisa em energias renováveis ¿ gás sustentável e bioquerosene. Mais de 6 mil pessoas compareceram aos cerca de 60 eventos realizados nos dois países. O Ano foi concluído com a visita ao Brasil, em abril de 2019, do laureado do Prêmio Nobel de Química de 2016, Sir Fraser Stoddart, que ministrou uma série de palestras projetadas para inspirar a próxima geração de cientistas.
O projeto teve como objetivo celebrar a excelência da colaboração entre Brasil e Reino Unido nas mais diversas áreas da ciência, servindo também como uma importante plataforma para a formação de novas parcerias. Uma oportunidade para cientistas, empreendedores, bem como empresas brasileiras e britânicas comemorarem os resultados alcançados e pensarem em como aprofundar a colaboração frente aos desafios globais contemporâneos. Em especial, quatro áreas temáticas foram contempladas: clima e biodiversidade; agricultura sustentável; saúde e ciências da vida; energia.
Saiba mais acessando o site: www.anodecienciabrasilreinounido.com
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Qua, 24 Abr 2019 13:27:00 -0300
Proantar: um programa estratégico em nova fase
Em continuidade ao trabalho que vem sendo realizado há quase 30 anos, o CNPq realiza, nesta semana, oficina de monitoramento e avaliação com os novos projetos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), contemplados na última chamada. Os 17 coordenadores dos projetos de pesquisa selecionados estiveram reunidos até esta quarta-feira para orientações e troca de experiências.Em continuidade ao trabalho que vem sendo realizado há quase 30 anos, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) realiza, nesta semana, oficina de monitoramento e avaliação com os novos projetos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), contemplados na última chamada. Os 17 coordenadores dos projetos de pesquisa selecionados estiveram reunidos até esta quarta-feira, 24, na sede do CNPq, para conhecer detalhes sobre logística, legislação e acompanhamento do trabalho na Antártica.
Participaram da reunião os parceiros do CNPq no Programa: representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), da Marinha do Brasil, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Durante a abertura do evento, nessa terça, 23, foi reforçada a importância não só científica, mas também política do programa. O Diretor do Departamento de Políticas e Programas de Ciências do MCTIC, Sávio Raeder apontou a relevância da participação de vários órgãos governamentais na ação. "É assim que política pública deve ser feita", ressaltou. O Proantar também foi exaltado por sua condição estratégica para o país pelo diretor substituto de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Carlos Alberto Pittaluga Niederauer que afirmou ser de reconhecida importância o apoio da agência às pesquisas na Antártica, uma iniciativa que existe desde 1991.
O Diretor do CNPq, Carlos Pittaluga (ao centro) abre a reunião com coordenadores dos projetos do Proantar. Foto: Marcelo Gondim/CNPq
Na ocasião, a nova parceria com a CAPES, iniciada este ano, também foi lembrada como uma iniciativa fundamental para a continuidade das pesquisas, já que irá promover a formação de recursos humanos em áreas específicas, vinculadas aos estudos realizados no continente Antártico. A Coordenadora de Programas de Indução e Inovação da CAPES, Kelly Rocha de Queiroz, ressaltou que é a primeira vez que a insituição atua oficialmente no Proantar. Participaram da abertura, ainda, o Contra-Almirante Sergio Gago Guida, Secretário da CIRM (Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, da Marinha) e Luciana Hemétrio Valadares, do MMA. O evento acontece até o final desta quarta-feira.
O pesquisador Jefferson Simões lembrou que a presença do Brasil com pesquisadores na Antártica é parte importante da participação do país no Tratado da Antártica, promulgado pelo Brasil em 1975, que, em seu artigo IX, define que, para um país ser membro consultivo (o caso do Brasil), deve promover "substancial atividade de pesquisa científica, tal como o estabelecimento de estação científica ou o envio de expedição científica". Simões é vice-presidente do SCAR, o Conselho Científico de Pesquisa na Antártica e bolsista em produtividade em pesquisa do CNPq, além de coordenar um dos projetos apoiados pelo Proantar.
Além das orientações dadas aos pesquisadores, a reunião foi importante para incentivar a colaboração, criar sinergias e evitar sobreposições de atividades entre os projetos contratados. Ele também proporcionou a troca de experiências entre Comitê de Avaliação e os coordenadores dos projetos.
O Proantar e o protagonismo brasileiro na Antártica
A Antártica destaca-se por ser administrada por meio de um regime internacional baseado em um sistema de convenções e documentos, que definiu as atividades de pesquisa como sendo o propósito fundamental da ocupação da região. O continente foi incluído pela Política Nacional de Defesa de 2012 no entorno estratégico do país e a atuação brasileira se dá por meio da presença e da produção científica.
Essa atuação é estratégica por resultar na inserção internacional do Brasil - além de dar visibilidade para a grande relevância das pesquisas científicas desenvolvidas no âmbito da região. As atividades de C&T na Antártica foram iniciadas sob a coordenação da Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha. Em 1991, a coordenação e o apoio da parte científica do Programa passou a ser de responsabilidade do CNPq.
O Proantar tem como propósito a realização de substancial pesquisa científica na região antártica, com a finalidade de compreender os fenômenos ali ocorrentes e sua influência sobre o território brasileiro, contribuindo, assim, para a efetivação da presença brasileira na região. A pesquisa é descentralizada e realizada por várias universidades e instituições de pesquisa. O Programa promove, de forma interdisciplinar e interinstitucional, pesquisa na área de Geociências, Ciências Físicas e Ciências da Vida que possui repercussão global, além de fornecer informações importantes ao desenvolvimento do nosso país.
Por sua importância, o Proantar é um programa de Estado, inserido no Sistema Antártico Brasileiro e possui três segmentos:
1 Logístico: sob a responsabilidade da Secretaria da CIRM, que implementa o apoio logístico às Operações Antárticas e que é imprescindível ao sucesso das Operações Antárticas.
2 Científico: constituído pelo Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas - CONAPA, órgão assessor do MCT para assuntos científicos e pelo CNPq, órgão responsável pelo fomento e a coordenação da execução das pesquisas científicas realizadas por universidades e demais instituições de pesquisa.
3 Ambiental: sob a responsabilidade do Grupo de Avaliação Ambiental do Proantar (GAAM) coordenado pelo MMA
Foto: Pesquisadores dos projetos embarcados na OPERANTAR XXXVII, em Fevereiro de 2019: Projeto Nautilus, Interbiota e Baleias - GOAL (Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes) todos integrantes do PROANTAR. Foto: Divulgação/OPERANTAR
A Estação Antártica
A Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) é uma base antártica pertencente ao Brasil localizada na ilha do Rei George, a 130 quilômetros da Península Antártica, na baía do Almirantado, na Antártica. Começou a operar em 6 de fevereiro de 1984, levada à Antártica, em módulos, pelo navio oceanográfico NApOc Barão de Teffé (H-42) e diversos outros navios da Marinha do Brasil. O nome da estação homenageia o Capitão-de-Fragata Luís Antônio de Carvalho Ferraz, um comandante da marinha brasileira, hidrógrafo e oceanógrafo que visitou o continente antártico por duas vezes a bordo de navios britânicos. A EACF foi parcialmente destruída por um incêndio no dia 25 de fevereiro de 2012.
Comemoração dos 35 anos da Estação, celebrado em fevereiro deste ano, no continente Antártico, durante o OPERANTAR XXXVII, do qual o CNPq fez parte. Foto: Divulgação/OPERANTAR
Sua reconstrução está sendo realizada pela empresa estatal "Corporação Chinesa de Importações e Exportações Eletrônicas (CEIC)", a um custo da ordem de US$ 100 milhões A estação possui 32 alojamentos que comportam duas pessoas, podendo receber até 64 pessoas, em uma área de 4.500 m2, com 17 laboratórios, alojamentos e espaços de convivência e lazer.
Já foi iniciada a fase de comissionamento total da estação (testes de todos os sistemas elétricos, hidráulicos, etc.) que deve acontecer até março de 2020, quando deverá entrar em operação definitivamente.
Estação Antártica em fevereiro de 2019. Foto: Divulgação/OPERANTAR
A Logística do Proantar
Atualmente, apóiam as atividades do Proantar e da EACF o Navio Polar (NPo) "Almirante Maximiano" (atual navio H41 da DHN) e o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) ¿Ary Rongel¿ (atual navio H44 da DHN). Além disso, a FAB realiza anualmente, com aviões Hércules C130, voos de apoio ao PROANTAR, levando equipamentos e víveres, pesquisadores e militares, bem como convidados que visitam a Antártica.
Após o incêndio, foram que foram instalados os Módulos Emergenciais Antárticos (MAEs), com o propósito de continuar garantindo a presença brasileira de cientistas e militares no Continente Austral. As pesquisas científicas brasileiras na Antártica têm sido realizadas a bordo dos Navios H41 e H44, em acampamentos, em bases estrangeiras via cooperação internacional e nos Módulos Emergenciais Antárticos (MAEs).
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Dom, 14 Abr 2019 17:43:00 -0300
CNPq esclarece boato sobre extinção da Plataforma Lattes
Em relação ao boato que tem circulado neste final de semana sobre uma suposta extinção da Plataforma Lattes, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informa que não há nenhum encaminhamento para isso. Ao contrário, a Plataforma está passando por constantes aprimoramentos e modernização.Em relação ao boato que tem circulado neste final de semana sobre uma suposta extinção da Plataforma Lattes, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informa que não há nenhum encaminhamento para isso.
Ao contrário, a Plataforma Lattes, que este ano completa 20 anos de criação com mais de 6 milhões de currículos cadastrados, tem ganhado cada vez mais reconhecimento e relevância, não só pela importância já consolidada para a comunidade científica, mas, também, pelos recentes aprimoramentos como a inclusão, nos currículos, de nome social, de projetos de ensino e data de nascimento ou adoção de filhos; além da integração com outras plataformas de Governo como o Banco de Talentos, que reúne o currículo dos servidores públicos federais para fins de seleção para cargos.
Ressaltamos, ainda, que está em curso, em parceria com várias instituições, um Plano de Modernização da Plataforma Lattes, anunciado em dezembro de 2018.
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Sex, 12 Abr 2019 10:55:00 -0300
CNPq lança chamada de auxílio a eventos
O CNPq destinará R$ 15 milhões para a realização de eventos científicos, tecnológicos ou de inovação entre julho de 2019 e junho de 2020. As propostas serão selecionadas por meio da Chamada CNPq Nº 04/2019 - ARC. As submissões serão em dois cronogramas, a depender da data do evento. O primeiro prazo termina no dia 10 de maio.O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) destinará R$ 15 milhões para a realização de eventos científicos, tecnológicos ou de inovação entre julho de 2019 e junho de 2020. As propostas serão selecionadas por meio da Chamada CNPq Nº 04/2019 - ARC.
O objetivo é apoiar a realização no Brasil de eventos de abrangência mundial, internacional, nacional ou regional relacionados à ciência, tecnologia e inovação, tais como congressos, simpósios, workshops, seminários, ciclos de conferências e outros eventos similares, promovidos por sociedades ou associações científicas e/ou tecnológicas. Os projetos deverão ter, cada um, valor máximo de até R$ 150 mil e estar inserido em três linhas de Pesquisa:
- Eventos Mundiais: promovidos por sociedades ou associação científica e/ou tecnológicas mundiais, sediadas no Brasil ou para realização de sua edição no Brasil.
- Eventos Nacionais ou Internacionais: de abrangência nacional ou internacional tradicionais da área ou que possuam histórico de realização igual ou superior a dez anos.
- Eventos Regionais ou eventos que estejam em suas primeiras edições: de abrangência regional ou eventos de abrangência nacional ou internacional que estejam em suas primeiras edições.
A submissão das propostas ocorrerá em dois cronogramas de acordo com o período de realização do evento:
Cronograma 1: Para eventos da linha 1 que serão realizados no período de 01/07/2019 a 30/06/2020 e para eventos das linhas 2 e 3 que serão realizados no período de 01/07/2019 a 31/12/2019.
Cronograma 2: Para eventos da linha 1 que serão realizados no período de 01/07/2020 a 30/06/2021 e para eventos das linhas 2 e 3 que serão realizados no período de 01/01/2020 a 30/06/2020.
A data limite para submissão do cronograma 1 vai ate o dia 10 de maio de 2019 e para o cronograma 2, a data de submissão vai até dia 26 de junho de 2019.
Veja a íntegra da chamada.
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Qua, 10 Abr 2019 16:57:00 -0300
Lançada a primeira chamada do Programa Ciência na Escola
CNPq e MCTIC lançam chamada de seleção de projetos que visem ao aprimoramento do ensino de ciências na educação básica. É a primeira iniciativa do Programa Ciência na Escola, que será lançado ainda este mês. Estão previstos R$ 10 milhões para projetos que versem sobre o ensino de qualquer uma das disciplinas que fazem parte do currículo escolar dos anos finais do Ensino Fundamental e MédioO Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançam chamada de seleção de projetos que visem ao aprimoramento do ensino de ciências na educação básica. A chamada é a primeira iniciativa no âmbito do Programa Ciência na Escola, que será lançado ainda neste mês de Abril.
Está previsto um investimento total de R$ 10 milhões em projetos que versem sobre o ensino de qualquer uma das disciplinas que fazem parte do currículo escolar dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. O objetivo é privilegiar o letramento científico, o uso de abordagens investigativas e de metodologias ativas de ensino, a aproximação entre as Instituições de Ensino Superior (IES) e as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) com as escolas públicas, a disseminação dos métodos científicos das diferentes áreas do conhecimento, a integração entre as disciplinas e o despertar da vocação dos alunos e professores da educação básica para as carreiras científicas.
Segundo o Secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério, Marcelo Morales, essa ação é fundamental para cumprimento dos objetivos do Programa Ciência na Escola que "tem o importante propósito de estimular alunos para as carreiras científicas, qualificar professores para o ensino por investigação científica e fortalecer a interação entre instituições de ensino superior e escolas de ensino fundamental e médio", ressalta.
A Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Adriana Tonini, ressaltou que "nos últimos anos, o CNPq tem investido, por meio de várias iniciativas, na aproximação entre instituições de pesquisa e escolas da educação básica, por acreditar que as ações para despertar o interesse dos alunos pela ciência e tecnologia são mais efetivas se realizadas desde o ensino fundamental".
No caso do Programa Ciência na Escola, segundo a diretora, a Chamada lançada pelo CNPq tem como foco, além de fomentar a pesquisa na área de ensino de ciências, ações específicas dentro das escolas para a realização de iniciativas inovadoras e o desenvolvimento de produtos que possam ser aplicados no aprimoramento da qualidade do ensino de ciências na educação básica pública brasileira. "A expectativa é a de que essas iniciativas permaneçam sendo executadas dentro das escolas mesmo após o final dos projetos, de modo a beneficiar o maior número de alunos do ensino fundamental e do Ensino Médio", finalizou.
A submissão de propostas está aberta a partir desta quinta-feira, 11, com prazo de envio até 27 de maio. Os projetos devem estar inseridos em uma das três linhas de apoio: Pesquisa sobre o ensino de ciências na educação básica; Ações de intervenção em escolas de educação básica com foco em ensino de ciências; e Estudos avaliativos sobre o Programa Ciência na Escola.
Veja aqui a chamada na íntegra.
O Programa Ciência na Escola
O Programa é uma iniciativa conjunta do MCTIC, CNPq, Ministério da Educação (MEC) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Estão previstas, além da chamada do CNPq, outras três ações, que transcorrerão simultaneamente: Chamada Pública para Instituições - Seleção de Redes para o Aprimoramento do Ensino de Ciências na Educação Básica; Olimpíada Nacional de Ciências - 2019; e Especialização à distância em Ensino de Ciências - "Ciência é Dez!".
Saiba mais em https://www.ciencianaescola.gov.br/app/ciencianaescola/sobreoprograma
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Sex, 05 Abr 2019 14:34:00 -0300
Projetos de incentivo a meninas nas ciências se reúnem em Belo Horizonte
Sete projetos contemplados pela chamada do CNPq de apoio a meninas nas ciências exatas, engenharias e computação com atuação em Minas Gerais estiveram reunidos com a Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, Adriana Tonini, em Belo Horizonte. Outros encontros já estão marcados com projetos em Brasília e Porto Alegre.Sete dos oito projetos mineiros contemplados pela chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de apoio a meninas nas ciências exatas, engenharias e computação estiveram reunidos nessa terça-feira, 2, com a Diretora da agência, Adriana Tonini. O objetivo do encontro, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi apresentar as propostas a serem desenvolvidas pelos coordenadores e discutir as abordagens previstas, alinhadas com o objetivo da iniciativa.
Na reunião, a Profª Adriana, que está à frente da Diretoria de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, conversou com as coordenadoras de projetos a serem desenvolvidos nos Institutos Federais de Minas Gerais e do Triângulo Mineiro; nas Universidades Federais de Alfenas, Viçosa, além da UFMG; e na Universidade do Estado de Minas de Gerais. São eles: ELAS na Robótica - Promovendo a participação feminina nos cursos de Engenharia e ADS por meio da robótica; PS4W - Programa Sabará for Women; Mulheres em prol da Ciência: de estudantes passivas a cientistas brilhantes; ELAS com CIÊNCIAS - O engajamento feminino nas ciências exatas, engenharias e computação: perspectivas para iniciação científica na escola e na universidade; Minas for Science; Químicas, Físicas e Engenheiras em Ação, Construindo Conhecimento; Bytes & Elas - Meninas e Mulheres na Computação.Profª Adriana Tonini e as coordenadoras dos projetos de Minas Gerais reunidas na UFMGNa oportunidade, a diretora conheceu os detalhes de cada projeto apoiado, as atividades a serem desenvolvidas, a interação prevista entre coordenadores e professores da educação básica e as perspectivas de cumprimento dos objetivos da chamada. "Foi importante escutar o que realmente será feito e conversar com as coordenadoras para garantir que as atividades busquem de fato motivar as meninas a terem interesse nessas áreas", afirmou Tonini.Segundo ela, é imprescindível que os projetos construam essa motivação e conduzam o movimento na escola, promovendo a participação efetiva dos professores e o envolvimento das unidades escolares. "Tive a oportunidade de propor adequações e novas interações, contribuí com algumas ideias e detalhei algumas propostas. Além disso, foi muito positiva essa aproximação entre os projetos", concluiu a diretora. Segundo ela, um dos principais resultados do encontro foi proporcionar que as coordenadoras presentes iniciassem uma rede de contribuições, estabelecendo parcerias como o aproveitamento mútuo de ideias, espaços, atividades."Fiquei muito feliz em ver que uma das coordenadoras levou três professores das escolas participantes. Um dos nossos objetivos é justamente essa participação efetiva das escolas, o envolvimento real entre os professores, alunos e escola, como um todo. E os professores do ensino superior podem gerar importantes contribuições para a educação básica, nós temos esse compromisso", finalizou Adriana, que é professora da Universidade Federal de Ouro Preto.Outros encontrosEsse foi o primeiro encontro com coordenadores de projetos apoiados pela chamada e a perspectiva é promover reuniões por todas as regiões do país. Ainda este mês, será realizada reunião em Brasília, com as propostas da região Centro-Oeste, onde há oito projetos contemplados.Em maio, a Profª Adriana estará no Rio Grande Sul para o simpósio do grupo Parents in Science, oportunidade na qual fará reunião com a perspectiva de reunir os 22 projetos da região.A ChamadaA chamada apoiou projetos que envolvessem até cinco escolas públicas do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, selecionando 78 projetos com o propósito de promover o acesso e a participação de mulheres e meninas na ciência. Ao todo, serão investidos R$ 6 milhões, recursos do CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e Ministério da Educação (MEC).
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Ter, 26 Mar 2019 18:12:00 -0300
CNPq inclui data de nascimento ou adoção de filhos no Currículo Lattes
A data de nascimento e de adoção de filhos passará a fazer parte das informações que poderão ser colocadas no Currículo Lattes, do CNPq. A informação será facultativa, no campo de Dados Pessoais, tanto para homens quanto para mulheres, e não será pública, podendo, no entanto, subsidiar estudos sobre o impacto da maternidade e da paternidade na carreira científica.A data de nascimento e de adoção de filhos passará a fazer parte das informações que poderão ser colocadas no Currículo Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa foi aprovada pela Diretoria Executiva da agência no último dia 19 de março.
Essa informação será de preenchimento facultativo, no campo de Dados Pessoais, tanto para homens quanto para mulheres, e não será exibida nas consultas públicas dos currículos, podendo, no entanto, subsidiar o levantamento de dados e a realização de estudos sobre o impacto da maternidade e da paternidade na carreira científica.
A proposta foi motivada por um demanda apresentada pelo grupo Parent in Science e subscrita por várias associações científicas que sensibilizou a Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Profa. Adriana Tonini, que encaminhou a proposta à Diretoria Executiva neste mês.
Para Adriana Tonini, "trata-se de um avanço importante, que permitirá conhecer, de maneira abrangente, dados sobre o impacto do nascimento ou adoção de filhos na produtividade e na carreira de mães e pais cientistas. Como o Currículo Lattes é uma base de dados largamente utilizada, as informações poderão servir de subsídio para diagnósticos, avaliações e outras iniciativas sobre a temática".
Com a aprovação, a proposta seguirá fluxo de desenvolvimento e implementação, devendo estar disponível para preenchimento no Currículo Lattes nos próximos meses.
O fomento a ações de promoção da equidade entre homens e mulheres na ciência e tecnologia é uma das principais exigências mundiais da área. No caso brasileiro, iniciativas nesse sentido são particularmente importantes, pois há um cenário em que, apesar do número crescente de mulheres que recebem bolsas de formação, elas ainda são minoria em algumas áreas do conhecimento (nas ciências exatas, engenharias e computação) e em algumas bolsas de maior prestígio (como a Bolsa de Produtividade em Pesquisa). Parte da discussão sobre implementação de políticas para fomento à participação de mulheres na C&T é dirigida à atração de mulheres para a área; outra parte também importante é a mudança de determinados mecanismos de exclusão ou estagnação na carreira científica.
O CNPq tem sido pioneiro na discussão e enfrentamento do tema. O Programa Mulher e Ciência, criado em 2005, foi o vetor de uma série de iniciativas que promovem um ambiente mais equânime no campo da ciência, da tecnologia e da inovação, com destaque para a aprovação da prorrogação de bolsas - por um período de 4 ou 12 meses, a depender da modalidade da bolsa - em caso de parto ou adoção.
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Qui, 21 Mar 2019 17:47:00 -0300
Pesquisador brasileiro com reconhecimento internacional
Marcelo Gleiser, vencedor do Prêmio Templeton, é ex-bolsista do CNPq e foi vencedor do Prêmio José Reis em 2001. A escolha de Gleiser foi anunciada nessa terça-feira, 19 e justificada pela neta do criador do prêmio, pelo fato do pesquisador incorporar os valores que inspiraram seu avô, o banqueiro norte-americano John Templeton, a criar o prêmio na década de 1970.Primeiro latino-americano a receber o Prêmio Templeton, considerado o Nobel da espiritualidade, Marcelo Gleiser tem uma trajetória científica que contou, ao longo dos anos, com o apoio e o reconhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Carioca, físico graduado pela Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Gleiser completou o mestrado, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1982, e o doutorado pela Kings College de Londres, em 1986, como bolsista do CNPq. Além disso, após carreira consolidada na área de astronomomia com grande reconhecimento internacional, foi vencedor do Prêmio José Reis de Divulgação Científica, em 2001.
A escolha de Gleiser para o Prêmio Templeton, anunciada nessa terça-feira, 19, foi justificada por Heather Templeton Dill, neta do criador do prêmio, pelo fato do pesquisador incorporar os valores que inspiraram seu avô, o banqueiro norte-americano John Templeton (1912-2008), a criar o prêmio na década de 1970.
"Físico teórico, cosmólogo e um dos principais proponentes da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade da humanidade de abraçar o mistério e explorar o desconhecido", afirmou em um vídeo divulgado no site da fundação. Aos 60 anos, Gleiser receberá, em cerimônia em Nova York, no dia 29 de maio, a láurea que já foi concedida a personalidades como Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), Dalai Lama e o físico britânico Paul Davies. Prêmio é oferecido pela Fundação John Templeton, dos Estados Unidos, desde 1973.
Atualmente, Gleiser é professor do Dartmouth College, em New Hampshire, Estados Unidos e é autor de livros que discutem a origem do Universo, frequentemente abordando a relação entre ciência e religião. Ele receberá US$ 1,4 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões), valor superior ao do próprio Nobel, de cerca de US$ 1 milhão.
Com informações da FAPESP
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Sex, 15 Mar 2019 14:58:00 -0300
CNPq realiza seminário do Programa Doutorado Acadêmico para Inovação (DAI)
CNPq realizou o primeiro seminário do Programa Doutorado Acadêmico para Inovação (DAI), com a presença de representantes institucionais dos projetos contemplados pela Chamada Pública CNPq Nº 23/2018, que selecionou 38 instituições que receberão cotas de bolsas do programa. No evento, as instituições conheceram as diretrizes do programa e receberam orientações sobre sua implantação.O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) realizou nesta quarta-feira, 13, o primeiro seminário do Programa Doutorado Acadêmico para Inovação (DAI), com a presença de autoridades e representantes institucionais dos projetos contemplados pela Chamada Pública CNPq Nº 23/2018. Essa foi a primeira chamada do Programa DAI, que selecionou 38 instituições que receberão cotas de bolsas do programa. O objetivo é desenvolver projetos de doutorado em programas de pós-graduação da instituição, em parceria com empresas.
No seminário, as instituições conheceram as diretrizes do programa e receberam orientações sobre sua implantação.
Durante a abertura o presidente do CNPq, João Luiz Filgueiras de Azevedo, deu as boas vindas aos participantes e falou sobre a importância do programa para o fortalecimento das pesquisas, empreendedorismo, inovação e a interação da academia com o setor industrial. "Além de apresentarmos as diretrizes do programa, buscaremos um alinhamento com as instituições participantes do programa e principalmente explorar possíveis parceiras com os atores do sistema aqui presentes", afirmou.
Também participaram da mesa o Diretor-Presidente da EMBRAPII, Jorge Guimarães, o Gerente Executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI, Marcelo Prim, e a coordenadora de Coordenação de Programas de Indução e Inovação da CAPES, Kelly Rocha de Queiroz. O diretor de cooperação Institucional, José Ricardo de Santana, fez uma apresentação sobre o programa. O Coordenador do DAI no CNPq, Márcio Ramos de Oliveira, também esclareceu dúvidas e apresentou as diretrizes para os participantes do encontro.
O Programa
O DAI foi lançado pelo CNPq há quatro anos, com experiência piloto na Universidade Federal do ABC (UFABC), e com resultados positivos já identificados, passou por aprimoramento e consolidação. A iniciativa, que também já está em curso do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), busca motivar os projetos desenvolvidos no âmbito dos programas de doutorado para que proponham soluções aos desafios apresentados por empresas. Isso certamente amplia a interação universidade-empresa e contribui para aprimorar a pesquisa acadêmica e incrementar o processo de inovação.
O Programa visa fortalecer a pesquisa, o empreendedorismo e a inovação nas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, por meio do envolvimento de estudantes de doutorado em projetos de interesse do setor empresarial, mediante parceria com empresas. Dessa forma, o Programa DAI contribui para o aumento da capacidade inovadora, da competitividade das empresas e do desenvolvimento científico e tecnológico no País, ao mesmo tempo em que pretende fortalecer os Sistemas Regionais de Inovação.
Galeria de fotos: https://flic.kr/s/aHsmaJcW7V
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Qua, 27 Fev 2019 19:05:00 -0300
A diferença que o Reflora faz é tema de artigo científico
Revista Conservation Biology publica estudo pioneiro sobre o impacto do Herbário Virtual Reflora em pesquisas e ações relacionadas à conservação da biodiversidade brasileira. O projeto foi idealizado há uma década por cientistas e pelo CNPq e disponibilizado online desde 2013 e tornou-se, em poucos anos, uma ferramenta indispensável para as pesquisas sobre a flora brasileira.Revista Conservation Biology publica estudo pioneiro sobre o impacto do Herbário Virtual em pesquisas e ações relacionadas à conservação da biodiversidade brasileira.
Idealizado há uma década por cientistas e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e disponibilizado online desde 2013, o Herbário Virtual Reflora tornou-se, em poucos anos, uma ferramenta indispensável para as pesquisas sobre a flora brasileira. Agora um time de pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que gerencia e sedia o projeto, do Jardim Botânico de Kew (Londres), um dos primeiros parceiros externos, e da Universidade de Pelotas (RS), publica o primeiro estudo que procura mensurar a importância do Reflora para as pesquisas e ações de conservação no Brasil.
O artigo Enhancement of conservation knowledge through increased access to botanical information (Aprimoramento do conhecimento em conservação através do aumento do acesso à informação botânica), publicado em 27 de fevereiro de 2019 na revista Conservation Biology, mostra que o objetivo do HV Reflora tem sido alcançado no que se refere às pesquisas, contribuindo para um incremento significativo do conhecimento relevante para a conservação. Mas o estudo aponta também que existe uma lacuna entre os usos efetivos da ferramenta e suas citações em publicações científicas. Daí a necessidade de criar métricas capazes de aferir o real impacto desse tipo de acervo, de forma a garantir sua sustentabilidade em longo prazo.
A pesquisa se baseou em uma revisão da literatura científica na qual o Reflora é citado e em um questionário online direcionado aos usuários do Herbário Virtual. No levantamento feito sobre a literatura, aparecem como predominantes os usos para avaliação do estado de conservação das espécies e o registro de novas espécies para a ciência. O questionário online, por outro lado, revelou uma ampla utilização do Reflora para estudos de distribuição, taxonomia e filogenia, bem como de identificação de espécimes, além de uma variedade de outras aplicações.A comparação entre os resultados das duas abordagens revelou a lacuna entre os usos e as citações. "Quem está agora no mestrado e no doutorado não sabe como fazer pesquisa sem o herbário online e outros bancos de dados desse tipo. O HV Reflora se tornou uma ferramenta de uso tão comum e difundido em nossa área que às vezes os usuários se esquecem de citá-lo. Não estão habituados a isso, diferentemente do que acontece com os herbários físicos, livros e artigos científicos", observa Rafaela Campostrini Forzza, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, coordenadora do HV Reflora e uma das autoras do estudo.
Essa lacuna é ainda maior quando se considera que o Reflora não é utilizado apenas para pesquisa, mas tem aplicações práticas. "Se um profissional fazendo um EIA-RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) em algum lugar do Brasil utiliza a ferramenta para auxiliar na identificação das plantas, ainda não temos como aferir esse uso", exemplifica a pesquisadora.
Os autores entendem que ter métricas de impacto dessas ferramentas na ciência é algo a ser pensado a priori. Esta pesquisa sobre o Reflora contribui nesse sentido ao prover, entre outras coisas, categorias de uso que podem servir para a elaboração de abordagens de monitoramento automatizado em pesquisas futuras sobre outros acervos online desse tipo.
O Reflora contou com o apoio de uma série de agências de fomento, órgãos e patrocinadores para seu desenvolvimento e implantação. Além do CNPq, contribuíram para o projeto o Sistema de Informação sobra a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), Inventário Florestal Nacional (IFN), Capes, FAPDF, FAPEMIG, FAPERJ, FAPESB, FAPESP, Fundação Araucária, British Council¿s Newton Professional Development and Engagement Programme, U.K. Government Department for Business, Innovation and Skills e as empresas Natura e Vale.
Reunindo atualmente imagens e dados de 3,4 milhões de amostras de plantas, digitalizadas a partir de 61 herbários físicos no país e outros 10 no exterior, o Reflora está plenamente implantado, mas agora vê sua sustentabilidade ameaçada. "Temos os equipamentos e toda a infraestrutura para continuar, mas não temos recursos para contratar os bolsistas para trabalharem nele. É mais fácil conseguir recursos para um projeto novo do que para um que está pronto, mas que precisa ser mantido. Só no Brasil, conseguimos digitalizar 2,3 milhões de amostras até agora, mas ainda faltam outros 6 milhões de amostras. Nosso desafio é deixar clara a importância disso para os governantes e possíveis patrocinadores", afirma Rafaela.
Também co-autora do estudo, a chefe de pesquisa sênior em Ciência da Conservação do Jardim Botânico de Kew, Eimear Nic Lughadha, corrobora as palavras da colega brasileira: "O Herbário Virtual Reflora foi o primeiro herbário virtual planejado tendo a conservação como objetivo principal. Trata-se de um instrumento criticamente importante para o Brasil, país que tem a maior diversidade de plantas do mundo. Nossa análise mostra a abrangência e a profundidade do uso do Reflora, embora ele ainda esteja longe de sua completude. Esperamos que as evidências apresentadas ajudem a gerar apoio para que os recursos do Reflora sejam mantidos e atualizados, de modo que possam continuar a ser usados como ferramentas-chave para apoiar a ciência e as ações de conservação".
Artigo Enhancement of conservation knowledge through increased access to botanical information
Herbário Virtual Reflora
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Sex, 22 Fev 2019 17:49:00 -0300
Ministro apresenta novo presidente do CNPq
O engenheiro aeronáutico João Luiz Filgueiras de Azevedo foi apresentado, nesta sexta-feira como novo presidente do CNPq pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. Nomeado em janeiro, Azevedo tem histórico de atuação no CNPq como membro do CA de Engenharias Mecânica, Naval e Oceânica e Aeroespacial e é bolsista PQ desde 1992.O engenheiro aeronáutico João Luiz Filgueiras de Azevedo, pesquisador do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), foi apresentado, nesta sexta-feira, 22, como novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes. Nomeado em janeiro, Azevedo tem histórico de atuação no CNPq como membro do Comitê de Assessoramento de Engenharias Mecânica, Naval e Oceânica e Aeroespacial e é bolsista de Produtividade em Pesquisa desde 1992. Além disso, é professor colaborador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
A cerimônia aconteceu na sede do Conselho, em Brasília, com a presença de representantes da comunidade científica, gestores de instituições públicas e privadas e embaixadores de diversos países.
Durante a cerimônia, Azevedo destacou o desafio de presidir o CNPq, destacando que um dos pontos mais importante de sua gestão será apoiar e impulsionar a pesquisa básica. "É preciso compreender que o apoio à pesquisa de base é fundamental para que se possa chegar a inovações, produtos ou processos que tenham impacto no bem estar do cidadão comum. Se somos capazes de fazer inovação hoje é porque a pesquisa já foi realizada no passado, a ciência foi feita e o conhecimento já foi gerado e dominado. Não há inovação sem pesquisa prévia que gere o conhecimento necessário para o desenvolvimento do produto ou do processo inovador", apontou.
A pesquisa básica também foi apontada pelo ministro Marcos Pontes como essencial para o desenvolvimento das inovações. "Muitas vezes, as inovações disruptivas aparecem de lugares que a gente nem imaginava que poderiam sair. É importante sempre ter em mente essa necessidade da pesquisa básica", disse.
João Luiz Filgueiras de Azevedo fala pela primeira vez como presidente do CNPq ao lado do ministro Marcos Pontes. Foto: Marcelo Gondim
O presidente do CNPq falou, ainda, sobre a importância de fazer do Brasil um país mais competitivo nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação. "Hoje em dia se fala muito em inovação por razões bastante claras, e, obviamente, em função das necessidades do país de se manter competitivo nos diversos setores da nossa economia", afirmou o presidente.
Por fim, Azevedo apontou a necessidade de reforçar a estrutura do CNPq, com a reestruturação do quadro de servidores, a modernização dos sistemas de informática e plataformas usadas pela comunidade científica, além das questões orçamentárias. Para ele, é imprescindível recompor o orçamento da agência antes de qualquer decisão.
A preocupação com os recursos para ciência e tecnologia foi compartilhada pelo ministro. "Nos últimos anos, viemos perdendo prestígio, perdendo orçamento e essa situação tem que ser revertida e, para ser revertida, temos que trabalhar em conjunto. Nós temos muitas ideias dentro das comunidades cientificas e nós precisamos usar essas ideias", explicou Pontes.
Segundo o ministro, a luta por uma recomposição orçamentária é um desafio, mas pontua que, com um bom trabalho e retorno positivo para o país, é possível mudar o cenário para o próximo ano. Pontes afirmou que o orçamento depende dos projetos que serão trabalhados e das conversas com o legislativo e outras instituições. "Esse é um trabalho integrado, não é só do ministério, não é só do CNPq ou qualquer outra estrutura isolada, é de todos nós em conjunto. Tenho certeza que temos capacidade intelectual de sobra para chegar nesse objetivo", concluiu.
O ministro acredita que, para o país potencializar sua atuação em ciência e tecnologia, além desse trabalho integrado, é preciso investir em ações voltadas para o ensino fundamental e médio, motivando os jovens a pensarem nas carreiras de ciência e tecnologia; na formação de professores de ciências; em cursos técnicos voltados para infraestrutura de pesquisa; no suporte ao pesquisador e às tecnologias aplicadas.
Veja, aqui, o discurso do Presidente do CNPq na íntegra.