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Sex, 13 Jan 2023 16:32:00 -0300
Migração Portal
Acesse o novo Portal do CNPqDesde dezembro de 2020, o endereço do Portal do CNPq mudou para:
https://www.gov.br/cnpq
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Seg, 07 Dez 2020 12:31:00 -0300
Programa Ciência no Mar ganha mais recursos com adesão da Marinha
Parceria entre CNPq e Marinha proporcionou a suplementação de R$ 2 milhões para 4 projetos da Chamada de apoio à Pesquisa e Desenvolvimento para Enfrentamento de Derramamento de Óleo na Costa Brasileira - Programa Ciência no Mar. Com essa adesão, a iniciativa apoiará 11 projetos, totalizando R$ 6 milhões, recursos da Marinha e do MCTI.Parceria firmada entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Marinha do Brasil proporcionou a suplementação de R$ 2 milhões à Chamada CNPq/MCTIC Nº 06/2020 - Pesquisa e Desenvolvimento para Enfrentamento de Derramamento de Óleo na Costa Brasileira - Programa Ciência no Mar, com apoio a novos quatro projetos. Com essa adesão, a iniciativa apoiará 11 projetos, totalizando R$ 6 milhões em investimentos. Além da Marinha, os recursos serão investidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
A chamada foi lançada com o objetivo de selecionar projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação relacionados ao derramamento de óleo ocorrido a partir de agosto de 2019 na costa brasileira que visem contribuir significativamente para o Programa Ciência no Mar.
Nesta segunda, 07, às 14h, a Marinha realizará a 1ª Sessão Ordinária da Comissão Técnico-Científica para o Assessoramento e Apoio das atividades de Monitoramento e a Neutralização dos Impactos decorrentes da Poluição Marinha por Óleo e outros Poluentes na Amazônia Azul, com a participação do Presidente do CNPq, Evaldo Vilela. Saiba mais.
Veja aqui o resultado final completo.
Importância litorânea para o Brasil
O recente desastre de derramamento de óleo na costa brasileira em 2019 demonstrou a importância de ações públicas embasadas no melhor conhecimento científico disponível, a fim de que as iniciativas de remediação reduzam os prejuízos para a biodiversidade e para a saúde humana. Além disso, ressaltou a necessidade de evidências científicas na proposição de medidas que busquem a prevenção a novos acidentes que possam colocar em risco a qualidade de vida da ocupação humana ao longo da costa brasileira.
Estima-se que mais de 26% da população brasileira resida na zona costeira, sendo o litoral a área protagonista no histórico processo de ocupação do território nacional. A importância litorânea pode ser expressa pelo recorte federativo brasileiro: são 17 Estados e 274 Municípios defrontantes com o mar, e 16 das 28regiões metropolitanas existentes no País. O Brasil possui diversas ilhas costeiras, inclusive abrigando capitais (São Luís, Vitória e Florianópolis), além de ilhas oceânicas que representam pontos importantes do território nacional (Fernando de Noronha, o Arquipélago de São Pedro e Trindade e Martim Vaz, e o Arquipélago de Abrolhos).
Grande parte do comércio internacional, da exploração do petróleo, da atividade pesqueira e de turismo está relacionada com o mar brasileiro. Relevante também é a riqueza da biodiversidade marinha e costeira do País, que deve ser preservada como importante ecossistema para a manutenção da vida. Além disso, o Brasil possui 26,3% de sua Zona Econômica Exclusiva protegida dentro de unidades de conservação, que devem também ser pólos-modelo para medidas de conservação e uso sustentável.
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Qui, 26 Nov 2020 17:37:00 -0300
CNPq divulga resultado preliminar da Chamada nº 25/2020
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulga o resultado preliminar da Chamada nº 25/2020 - Apoio à Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação: Bolsas de Mestrado e Doutorado.O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulga o resultado preliminar da Chamada nº 25/2020 - Apoio à Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação: Bolsas de Mestrado e Doutorado.
Esta chamada promove a redistribuição das bolsas retidas ao final de sua vigência no período do 1 de julho a 30 de dezembro de 2020, iniciando a diretriz de realinhamento da concessão de bolsas de pós-graduação à missão precípua do CNPq. Esta iniciativa, em concepção desde 2019, prevê uma transição gradual do sistema antigo de quotas de bolsas ao novo sistema de concessão por meio de projetos institucionais de pesquisa. Tais projetos são apresentados pelos programas de pós-graduação e aglutinam de forma global o direcionamento da pesquisa nos respectivos cursos. A concessão baseia-se numa avaliação de mérito dos projetos, feita por comitês de especialistas.
O resultado preliminar garante a manutenção de bolsas encerradas no período citado, na proporção prevista no item 5 da Chamada, em programas de pós-graduação estabelecidos. Além disso, houve entrada de novos programas no sistema. Os projetos são avaliados por mérito e são aprovados a partir de disponibilidade orçamentária do CNPq.Ressalta-se que não houve nenhuma redução de bolsas no sistema do CNPq; a mesma concessão anual de cerca de R$ 400 milhões em bolsas de mestrado e doutorado está mantida. Uma segunda chamada dessa natureza será lançada brevemente, considerando as bolsas a vencer no próximo semestre.
O CNPq informa que o período de interposição de recurso administrativo ao resultado preliminar é de 25 de novembro a 4 de dezembro de 2020.
Demanda
Do total de 1.595 propostas recebidas de Cursos de Mestrado, 380 são cursos que já contam com bolsas do CNPq e que possuem bolsas vencendo entre 1° de julho a 31 de dezembro de 2020, enquadrando-se nos itens 5.3.1 e 5.4.1 da Chamada. Outras 628 propostas são de Cursos de Mestrado que contam com bolsas do CNPq, mas que vencem a partir de janeiro de 2021. Já outros 587 Cursos de Mestrado, por sua vez, não contam, na atualidade, com o apoio do CNPq em bolsas de mestrado.
Dos Cursos de Doutorado que submeteram propostas à Chamada, 277 já contam com bolsas do CNPq e possuem bolsas vencendo no período de 1° de julho a 31 de dezembro de 2020; 483 possuem bolsas vencendo a partir de janeiro de 2021, e 794 são Cursos de Doutorado que não contam com o apoio do CNPq em bolsas de doutorado.
Veja aqui o resultado preliminar.
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Sex, 15 Fev 2019 17:23:00 -0200
Identificação de feromônio da praga do coco pode levar ao controle biológico
Cientistas da UFPR identificaram feromônios de agregação da principal praga do côco no Brasil - o besouro Homalinotus depressus. A pesquisa, desenvolvida pelo Laboratório de Semioquímicos do Departamento de Química da UFPR, está descrita em artigo publicado na revista Scientific Report e é coordenada pelo Prof. Paulo Henrique Zarbin, bolsista de Produtividade em Pesquisa 1C do CNPq.O coco é uma das principais fruteiras brasileiras, com importância social e econômica devido à diversidade de produtos derivados úteis à agroindústria, como, por exemplo, água de coco, leite de coco, madeira, fibras, biocombustível, ração animal e óleos, entre outros. O desafio é controlar os insetos-praga, que causam perdas significativas para a sua comercialização em nível mundial. Após vários anos de pesquisa, finalmente esse problema pode estar perto de uma solução eficiente e ambientalmente correta.
Cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) identificaram feromônios de agregação da principal praga do côco no Brasil - o besouro Homalinotus depressus (Coleoptera: Curculionidae). A pesquisa, desenvolvida pelo Laboratório de Semioquímicos do Departamento de Química da UFPR, está descrita no artigo Isophorone derivatives as a new structural motif of aggregation pheromones in Curculionidae ("Derivados de isoforona como nova classe estrutural de feromônios de agregação em Curculionidae", em tradução livre), publicado na revista Scientific Report, do grupo Nature, em 28 de janeiro.
O artigo é resultado de pesquisa coordenada pelo Prof. Paulo Henrique Zarbin, bolsista de Produtividade em Pesquisa 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), assinado, também, pelos pesquisadores Diogo Montes Vidal (autor da tese de doutorado, no qual foi bolsista do CNPq), Marcos Antonio Barbosa Moreira e Miryan Denise Araujo Coracini (pós-dutorandos). O Laboratório de Semioquímicos, ao qual todos os autores estavam vinculados à época do estudo, integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Semioquímicos na Agricultura.
A pesquisa
Feromônios são moléculas responsáveis pela comunicação química entre os insetos, e vários comportamentos biológicos estão a eles associados. Existem vários tipos desempenhando diferentes funções. Os de agregação permitem que os insetos sejam atraídos por outros, inicialmente para uma fonte de alimentação, e, depois, quando se encontram agregados nessa fonte, desenvolvem um potencial muito menor de sofrer ataques de 'inimigos' naturais.
Os pesquisadores coletaram voláteis emitidos por machos e fêmeas da espécie Homalinotus depressus e, quando testaram no olfatômetro (sistema fechado, que estuda o comportamento de insetos, quando eles captam algum cheiro), constataram que o estrato do macho apresentou atividade de agregação não encontrada no da fêmea. Concluiu-se que havia moléculas responsáveis por esse comportamento e, posteriormente, notaram que essas moléculas são derivadas da isoforona.
O 'pulo do gato' foi a síntese dessas moléculas em laboratório, chegando a um composto capaz de simular o código de comunicação que o próprio inseto emite. "No estudo de campo, empregando a molécula sintética, colocamos o liberador em armadilhas e percebemos que os insetos foram atraídos da mesma forma que são pelo feronômio natural. Com isso, temos perspectiva de desenvolver metodologias de controle da praga a partir de um composto produzido pelo próprio inseto", explica Zarbin.
Os surtos de praga são favorecidos por fatores intrínsecos da planta, como a produção contínua de folhas e inflorescências, ou fatores extrínsecos, incluindo temperatura, umidade, relações culturais mal conduzidas e uso excessivo de pesticidas, levando à redução da população de inimigos naturais. No caso do coco, as larvas de Homalinotus depressus constroem galerias dentro de coqueiros, pedúnculo floral e estipe, interrompendo assim o fluxo de seiva e promovendo a falha de flores e frutos.
De acordo com o pesquisador, os feromônios sintetizados têm a grande vantagem de ser totalmente específicos para esse tipo de praga e não permitem resistência dos insetos (devido ao simulacro do código emitido por eles). Além disso, não afetam inimigos naturais e nem insetos benéficos à plantação, e, principalmente, não causam nenhum dano ambiental, como contaminação ou resíduos químicos, provocados pelo uso de defensivos agrícolas. "Daí a importância desse achado, que, além de tudo, é ambientalmente correto", destaca Zarbin.
O meio de controle mais comumente usado para combater o Homalinotus depressus ainda são os inseticidas, mas, segundo Zarbin, a eficácia é limitada por conta do comportamento do inseto, que se desenvolve no interior da planta, inviabilizando o seu alcance de forma efetiva. "Esse estudo abre as portas para que, finalmente, consigamos, em curto prazo, desenvolver uma metodologia eficaz para o controle desta praga agrícola, haja vista que nenhuma metodologia tem mostrado eficiência".
Metodologia
A pesquisa utilizou-se de pupas e adultos de Homalinotus depressus coletados em uma fazenda comercial de coco, a Fazenda Sococo, situada no município de Mojú, a 61 quilômetros de Belém, no Pará. Os insetos coletados foram enviados para o Laboratório de Semioquímicos da UFPR. Os adultos foram identificados por sexo e mantidos em condições de laboratório, a 28° C, 85% de umidade relativa, 12h na luz e 12h no escuro. Eles foram alimentados com cana-de-açúcar, que foi substituída a cada 72 horas.
Os voláteis foram coletados pelo método de aeração. Cinco insetos de cada sexo foram condicionados separadamente dentro de câmaras cilíndricas de 30cm de comprimento e 12cm (diâmetro interno) contendo cana como fonte de alimentação. Os voláteis liberados foram coletados em polímeros adsorventes e posteriormente extraídos com hexano, a cada 24 horas. O olfatômetro consistia de um tubo de vidro em forma de Y com dois braços de 20 cm cada. As fontes de odores - pedaços de papel de filtro impregnados com os compostos sintéticos, extratos naturais ou hexano (para controle) - foram colocadas nas extremidades dos braços.
"Um inseto foi introduzido na base do olfatômetro e o comportamento do inseto foi observado durante 10 minutos. Um inseto andando contra o fluxo de ar em direção à fonte de odor por mais de 5cm em qualquer um dos braços e permanecendo no braço por mais de 2 minutos foi considerado uma resposta. Um inseto que permanece no tubo principal foi considerado sem resposta. Cada inseto foi testado apenas uma vez, representando um experimento replicado. A fonte de odores foi substituída após cada teste", descrevem os pesquisadores.
As experiências foram realizadas entre a quarta e a sexta horas da escotofase (fase escura ou da noite de um ciclo de claro/escuro), a hora do dia da maior liberação de feromônio. Insetos que não escolheram nenhum dos braços foram excluídos da análise estatística. Quatro experimentos de resposta comportamental foram realizados: as respostas de machos a odores de machos, machos a odores de fêmeas, fêmeas a odores de machos e fêmeas a odores de fêmeas. "Então constatamos a diferença na atividade de agregação entre macho e fêmea", reitera Zarbin.
Novos parâmetros
Mas as "descobertas" não param por aí. Para a surpresa dos pesquisadores, os estudos revelaram ainda que as moléculas envolvidas nessa comunicação são estruturas químicas totalmente inéditas e que fogem completamente do padrão que vinha até então sendo descrito para esta família de insetos denominada Curculionidae. "Todas as moléculas já identificadas como feromônios de agregação para insetos da família Curculionidae apresentam um padrão estrutural bastante característico, que serve como referência para os trabalhos de identificação", explica Zarbin.
Como, nesse estudo, verificou-se que o padrão não estava presente nessas moléculas, os pesquisadores tiveram que partir do zero e realizar um conjunto bastante grande de complexas análises e derivações estruturais do próprio produto natural para que pudessem chegar a estrutura correta. "Com essa nova descoberta, os pesquisadores que vierem futuramente a trabalhar com esta família de inseto terão, a partir de agora, um novo conjunto de referências estruturais para nortear os trabalhos", ressalta.
Produção do Programa de Divulgação e Disseminação Científica do CNPq
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Seg, 04 Fev 2019 18:15:00 -0200
Pesquisadores desenvolvem algoritmos para reduzir custos com transportes
Com aporte financeiro do CNPq, grupo de pesquisa da UFPB trabalhou para elaborar um plano de roteamento de veículos com base em algoritmos "altamente competitivos". O grupo foi liderado pelo professor Anand Subramanian, bolsista PQ do CNPq.Quem nunca ouviu a expressão caixeiro-viajante? Ela designa pessoas que, no passado, quando não havia facilidade do transporte entre diferentes municípios e até regiões, eram as responsáveis por levar produtos de um lugar a outro, percorrendo distâncias hoje inimagináveis. Esse trabalho passou a ser feito por empresas especializadas, porém, a distribuição logística nos moldes atuais se depara com o Problema de Roteamento de Veículos (PRV), um dos grandes desafios nas áreas de Ciência da Computação, Engenharia de Produção e Pesquisa Operacional.
Pensando nisso, um grupo de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, liderados pelo professor Anand Subramanian, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), trabalhou na construção de algoritmos para elaborar um plano de roteamento de veículos que pudesse reduzir custos com transporte de produtos, levando em conta que o preço final de uma mercadoria sofre considerável acréscimo devido aos gastos obtidos através de sua distribuição. Subramanian e sua equipe desenvolveram algoritmos "altamente competitivos" capazes de minimizar esses custos.
Mas, afinal, o que é PRV? Um dos mais estudados problemas na área da Otimização Combinatória (OC), o PRV consiste basicamente em estabelecer e organizar, por meio de algoritmos, rotas ou itinerários eficientes para veículos realizarem entrega ou captação de mercadorias, que partem de um ou mais pontos, para destinos diversos. Em outras palavras, PRV é uma generalização do clássico Problema do Caixeiro Viajante (PCV), que, de modo simplificado, tentava determinar a menor rota para percorrer várias cidades, sempre retornando à origem (os chamados depósitos).
"Você tem uma frota de veículos e um conjunto de clientes com demanda por entrega ou coleta. Então, a ideia é atender esses clientes minimizando a soma dos custos do deslocamento dos veículos. Mas isso é muito complicado de ser resolvido", afirma Subramanian, que é bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Justamente por sua aplicabilidade e importância, o PRV é um dos problemas de distribuição logística mais conhecidos e estudados por pesquisadores no mundo inteiro, de acordo com o pesquisador.
Para se ter uma ideia do nível do complexidade, Subramanian dá o seguinte exemplo: "Imagine uma situação em que você tem 100 clientes e deseja encontrar a melhor solução para reduzir seus custos. Se, por ventura, você tentar enumerar todas as soluções possíveis, esse número ultrapassa o número estimado de átomos existentes no universo. Mesmo supercomputadores mais potentes levariam anos para enumerar todas as possibilidades de maneira explícita e encontrar a melhor solução", diz.
O pesquisador acrescenta que, em geral, problemas de otimização combinatória podem ser resolvidos de maneira exata com a utilização de algoritmos baseados em teoremas matemáticos, através dos quais se obtém a melhor solução encontrada - "O que a gente denomina de solução ótima" - explica Subramanian. Outra possibilidade é resolvê-los de forma heurística, em que uma solução de boa qualidade é obtida, "mas sem garantia de otimalidade", ressalta o pesquisador.
"A desvantagem dos métodos exatos, mesmo garantindo a otimalidade, é que eles possuem uma complexidade exponencial e demandam um alto tempo computacional, enquanto os algoritmos heurísticos rodam mais rápido e são bem mais escaláveis. Por isso, acabam sendo bem mais utilizados na prática", ressaltou.
O projeto coordenado por Subramanian considerou as duas vertentes, dependendo do problema. O pesquisador explica que o PRV possui inúmeras variantes, geralmente motivadas por situações reais. Por exemplo, em uma das variantes a frota de veículos é heterogênea, ou seja, os veículos não são idênticos. Outro caso é quando o cliente possui janelas de tempo para atendimento, não podendo ser atendido a qualquer momento, ou seja, as visitas estão limitadas a um dado período. É possível ainda combinar essas e outras variantes em um plano de roteamento de veículos, diz Subramanian.
Prof. Subramanian e alunos trabalham nas pesquisas que geraram os algoritmos. Foto: Bruno Petrato Bruck/Divulgação
Seu estudo levou em conta as variantes "clássicas" mencionadas acima e outras recém propostas na literatura científica, e, de acordo com suas próprias palavras, "obteve êxitos em produzir algoritmos altamente competitivos, inclusive superando a maioria das abordagens existente nas variantes consideradas". Os algoritmos desenvolvidos pelo grupo podem ser embutidos em softwares já disponíveis no mercado ou a serem desenvolvidos, e a tendência é que se obtenha uma redução considerável de custos de transporte.
"No caso de empresas de grande porte, aquelas que têm ampla carteira de clientes e de pedidos, e numerosa frota de veículos, um plano eficiente de roteamento de veículos pode levar a uma redução anual substancial de custos de transporte. Também podem ser utilizados para verificar se o tamanho da frota está adequado, dentre outras possibilidades. Os impactos econômicos da pesquisa são enormes, e a gente acredita que os algoritmos desenvolvidos podem ser bastante benéficos e interessantes se postos em prática", acredita Subramanian.
O PRV teve sua origem associada ao trabalho The Truck Dispatching Problem (O problema do despacho de caminhões, em tradução livre), desenvolvido por Dantzig e Ramser, em 1959. "No próximo ano, completa seis décadas deste trabalho pioneiro", observa Subramanian. Segundo ele, a resolução por meio de métodos exatos é uma tarefa extremamente árdua. Por esta razão, o PRV pertence à classe NP-difícil, isto é, a dificuldade para encontrar a solução ótima por meio dos algoritmos exatos existentes cresce exponencialmente à medida que o número de clientes aumenta, conforme explicou.
Saiba mais - Anand Subramanian é graduado em Engenharia de Produção Mecânica pela UFPB (2006), com doutorado em Computação pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2012). Sua tese de doutorado recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese. Atualmente, é Professor do Departamento de Sistemas de Computação do Centro de Informática da UFPB, tem experiência na área de Pesquisa Operacional, atuando nos temas Otimização Combinatória, Algoritmos Híbridos e Roteamento de Veículos, dentre outros.
O pesquisador também bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, tendo publicado mais de 30 artigos científicos em periódicos internacionais renomados na área de Pesquisa Operacional. A pesquisa Algoritmos eficientes para resolução de problemas de roteamento de veículos foi desenvolvida com recursos do CNPq. O montante - R$ 16.300,00 - foi destinado à aquisição de equipamentos, materiais de consumo, além de passagens aéreas e diárias relacionadas à congressos para membros da equipe.
Produção do Programa de Divulgação e Disseminação Científica do CNPq
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Ter, 29 Jan 2019 18:55:00 -0200
Prêmio Mercosul recebe inscrições
Estão abertas as inscrições para a nova edição do Prêmio MERCOSUL, cujo tema é Indústria 4.0. Os candidatos devem estar vinculados aos países membros e associados ao MERCOSUL, seja pela nacionalidade (nato ou naturalizado) ou pela residência (pessoas com vistos de residência permanente). O trabalho deverá abordar uma ou mais das seguintes linhas: Inovação, tecnologias disruptivas e novos modelos de negócio; Agricultura 4.0; ou Manufatura Avançada e futuro do trabalho.
O Prêmio é atribuído a cinco categorias; Iniciação Científica; Estudante Universitário; Jovem Pesquisador; Pesquisador Sênior; e Integração. A premiação vai de 2 mil a 10 mil dólares, dependendo da categoria.
Serão aceitas inscrições até 31 de maio de 2019.
Veja o regulamento completo na página do Prêmio na internet.
O tema
A Indústria 4.0, manufatura avançada ou indústria inteligente é uma importante mudança de paradigma em relação à maneira como as fábricas operam, com uma proliferação de dispositivos inteligentes interconectados, ao longo de toda a cadeia produtiva e logística.
O termo é usado como referência à 4ª revolução industrial, caracterizada pela integração e o controle remotos da produção, a partir de sensores e equipamentos conectados em rede, associados a sistemas ciberfísicos, dados e serviços inteligentes de internet e é entendido como o futuro da produção, dentro de um esforço para revitalização das empresas e pela busca de liderança tecnológica, e, consequentemente, de mercados globais, cada vez mais competitivos.
O Prêmio
Criado em 1988 o Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia, o Prêmio é uma iniciativa da Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do MERCOSUL (RECyT) e dos organismos de ciência e tecnologia dos países membros e associados ao MERCOSUL, organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil (MCTIC) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com o apoio institucional do Movimento Brasil Competitivo (MBC).
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Ter, 29 Jan 2019 18:11:00 -0200
Importação de bens para pesquisa é simplificada
Os pesquisadores que necessitam de bens importados com as isenções previstas na Lei nº 8.010/1990 iniciam o ano de 2019 com a simplificação dos procedimentos de regularização da importação junto à Receita Federal do Brasil (RFB). Com a publicação da Instrução Normativa RFB no 1.865, no final de dezembro de 2018, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as Fundações de Apoio e as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa não necessitarão autuar processo junto à RFB a fim de regularizar a transferência do bem para a entidade de destino.
A simplificação nos procedimentos, uma antiga reivindicação da comunidade científica, resultou de um esforço conjunto do CNPq e outros órgãos e trará economia de recursos financeiros e humanos para as instituições envolvidas, diminuindo o tempo para a nacionalização da importação para a pesquisa científica, tecnológica e de inovação.
Nova norma de Importação do CNPq
Outra novidade, foi a publicação pelo CNPq da Resolução Normativa No 041/2018, que regulamenta os procedimentos para credenciamento e revalidação de entidades sem fins lucrativos, instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs) e pessoas físicas para obterem isenção de impostos de importação, sobre produtos industrializados e frete para renovação da marinha mercante.
A regulamentação visa adequar a normativa do CNPq à nova realidade da Lei 13.243/2016 e do Decreto No 9.283/2018. Uma das alterações é a possibilidade de isenção de imposto de importação por empresas, na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação habilitados pelo CNPq, de acordo com a Lei 8.032/1990 e regulamentada pela nova Resolução Normativa.
Assim, a nova RN regulamenta essas alterações e revoga as normas anteriores, a RN 009/2011 e a RN 007/2012.
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Ter, 29 Jan 2019 10:21:00 -0200
Prêmio Péter Murányi: conheça os participantes
Três trabalhos de destaque estão concorrendo ao Prêmio Péter Murányi 2019, que será votado em 5 de fevereiro
Pensando na solução de problemas comuns nas esferas da agronomia, saúde e perdas provocadas por eventos climáticos extremos, os pesquisadores brasileiros investiram na elaboração de projetos inovadores e com aplicação prática imediata, capazes de modificar o cotidiano das populações onde foram implementados.
Concorrendo à 18ª edição do Prêmio Péter Murányi, cujo foco é em Ciência e Tecnologia, os trabalhos avaliados têm como ponto em comum o uso da tecnologia para melhoria da qualidade da vida das populações. Este ano, a premiação distribuirá R$ 250 mil, sendo R$ 200 mil para o primeiro colocado, R$ 30 mil para o segundo e R$ 20 mil entregues ao terceiro colocado. O vencedor será conhecido em 5 de fevereiro.
Dentre os três trabalhos selecionados para a votação final, um deles, o aplicativo "SOS Chuva", é coordenado por Luiz Augusto Machado e Eduardo Guarino, e foi criado para reduzir a vulnerabilidade de moradores de diversas regiões do país a eventos climáticos extremos. Integrado a estações meteorológicas de todo o Brasil, o serviço oferece monitoramento do clima em tempo real, permitindo a visualização de imagens de satélite e de radares, além de possibilitar que os usuários compartilhem informações sobre o clima em suas regiões e oferecer informações sobre procedimentos durante enchentes.
Coordenado pelo professor João Batista Calixto, o segundo projeto consistiu no desenvolvimento de um medicamento utilizando como princípio ativo plantas que fazem parte da biodiversidade brasileira. Tendo como princípio ativo a Cordia verbenacea (erva baleeira), o medicamento, de uso tópico, chamou a atenção por suas ações anti-inflamatórias e analgésicas. Comercializado desde 2004, o produto é o medicamento mais prescrito entre os anti-inflamatórios tópicos.
O terceiro finalista trouxe os resultados de um programa de melhoramento genético de aveia, permitindo o cultivo desse cereal em áreas do sul do Brasil e o uso de sementes produzidas em território nacional. Coordenado pelos professores Luiz Carlos Federizzi e Marcelo Teixeira Pacheco, o projeto reduziu os custos destes cultivos, ampliou a produção e possibilitou o surgimento de novos negócios. Como resultado, a iniciativa permitiu que o país deixasse de importar sementes de aveia, elevando sua produção anual para 837.500 toneladas em 2018 e resultando no surgimento de pequenas empresas processadoras dos grãos na região sul.
Para a edição de 2019, a Fundação Péter Murányi recebeu mais de 149 trabalhos, oriundos de toda a América Latina. O vencedor será escolhido por um júri composto por representantes de entidades nacionais e internacionais ligadas à ciência e tecnologia, representantes de universidades federais, estaduais e privadas, personalidades de renome e membros da sociedade.
O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente, com temas que se alternam a cada edição: Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação. Os temas são revisitados a cada quatro anos.
A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo), ABC (Academia Brasileira de Ciências), Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
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Qua, 23 Jan 2019 17:34:00 -0200
Nota de Esclarecimento - Bolsas Especiais
Pedimos a todos os candidatos a bolsas na Chamada 22/2018 - Bolsas Especiais no País e no Exterior que aguardem a divulgação do resultado nos próximos dias. Isso porque o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) prepara-se para o início de uma nova gestão, sob o comando do engenheiro aeronáutico, professor e pesquisador João Luiz Filgueiras de Azevedo, que deverá assumir a Presidência do órgão na próxima semana. Entre suas primeiras ações estará o anúncio do resultado da Chamada 22/2018, com a concessão de mais de 700 bolsas.
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Qua, 23 Jan 2019 17:24:00 -0200
Prêmio de Fotografia bate recorde de inscrições
Em sua oitava edição, o Prêmio de Fotografia - Ciência e Arte, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), recebeu o maior número de inscrições dos últimos cinco anos. As inscrições, encerradas no dia 18, somaram 1.023 participações, sendo 671 da categoria I e 352 da categoria II. Nos anos anteriores, as inscrições somaram 708, em 2014; 612, em 2015; 384, em 2016; e 430, em 2017.
O prêmio é concedido desde 2011 e premia a divulgação e a popularização da ciência e tecnologia, além de ampliar o banco de imagens do CNPq. Nas oito edições realizadas, o prêmio recebeu, ao todo, 6.367 inscrições.
Os vencedores desta edição serão anunciados até o dia 30 de abril.
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Ter, 22 Jan 2019 15:26:00 -0200
Estudo pioneiro analisa poluição em meios de transportes em seis cidades
Resultados indicaram que usuários de barcos urbanos são os mais expostos a elevadas concentrações de material particulado ultrafinos e finos. O estudo pioneiro, de pesquisadores da da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) foi financiado pelo CNPq por meio de duas chamadas.Cientistas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) realizaram um estudo pioneiro para analisar os níveis de poluição do ar em transportes marítimos, terrestre, aéreos e subterrâneos, além de modais ativos (não-motorizados) de seis cidades do Brasil: Curitiba, São Paulo Londrina (PR), Rio de Janeiro, Ilha do Mel (administrada pelo município de Paranaguá) e Pontal do Sul (PR). Os resultados da pesquisa, apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), indicaram que usuários de barcos urbanos são os mais expostos a elevadas concentrações de partículas ultrafinas e finas durante suas viagens.
Partículas finas, também conhecidas como PM2.5, são aquelas com diâmetro inferior a 2,5 milionésimos de metro, enquanto ultrafinas possuem diâmetro inferior a 100 nanômetros (nm). Mas o estudo também focou no monitoramento de outros materiais particulados, como, por exemplo, black carbon (comumente chamado de fuligem), compostos orgânicos voláteis (COVs) e ozônio, dado os efeitos negativos e imediatos que esses poluentes podem ter sobre a saúde humana.
De acordo com o professor Admir Créso Targino, coordenador do estudo e bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) do CNPq, o fato de usuários de barcos urbanos estarem mais expostos a partículas ultrafinas e finas pode ser parcialmente atribuído à baixa qualidade do diesel usado nesse modal. Ele explica que esse resultado era, de alguma forma, esperado, devido à qualidade do diesel, mas nunca realmente havia sido quantificado com medições in situ no Brasil.
"A qualidade do diesel marítimo é inferior ao diesel de veículos urbanos. No Brasil, usa-se o diesel S-500 e S-10, com teor de enxofre máximo de 500 mg/kg e 10 mg/kg, respectivamente. No caso das embarcações, alguns barcos usam o diesel rodoviário S-500, e outros usam o diesel marítimo, com teor de enxofre máximo de 5000 mg/kg.O diesel S-5000 é um combustível mais poluente, que gera mais partículas na combustão", explica.
Outro aspecto que deve ser considerado, para compreender esse resultado, é a idade e a manutenção dos motores. "Alguns barcos em operação entre Pontal do Sul e a Ilha do Mel têm até 30 anos de vida. A emissão de fumaça preta era evidente durante a navegação, mas principalmente nas manobras para atracar", acrescenta.
Targino salienta que, embora a população urbana passe apenas entre 7% e 10% do seu tempo diário em transportes motorizados, a quantidade de poluentes atmosféricos inalada pode corresponder a até 20% do total diário, devido às altas concentrações de material particulado nesses ambientes.
Segundo o pesquisador, foram medidos os níveis de poluentes atmosféricos em ônibus do transporte público, em ciclovias, metrô, barcos, aviões comerciais e em diferentes ambientes de trabalho, em cidades pequenas, de porte médio, até a megacidade de São Paulo. Participaram do estudo pesquisadores da UTFPR (unidade executora) e Universidade Federal de Itajubáno Brasil, além da Dalhousie University (Canadá), SMHI0 Swedish Meteorological and Hydrological Institute (Suécia). "Na Nova Zelândia, tivemos um bolsista de pós-doutorado, contratado pela chamada de Bolsista de Jovens Talentos, projeto do qual eu também fui coordenador".
Coleta de dados para a pesquisa envolveu a medição de poluentes em diversos locais urbanos, como ciclovia. Foto Divulgação.
Pioneirismo
A exposição da população aos poluentes comumente é estimada através das concentrações medidas em estações de monitoramento fixas, que são extrapoladas para outras áreas da cidade. Porém, o grupo adotou uma estratégia pioneira no Brasil, utilizando instrumentos portáteis instalados dentro de meios de transportes ou carregados por pessoas que levavam os sensores no seu dia a dia, durante o período de estudo.
Se os usuários de barcos urbanos são mais expostos a elevadas concentrações o de partículas ultrafinas e MP2.5, em termos de transporte público de superfície, a cidade de Curitiba foi a que obteve os piores resultados com relação às concentrações de black carbon e também MP2.5, o que, segundo Targino, pode estar relacionado à frota de ônibus local, a mais antiga entre as cidades estudadas, com uma considerável fração de ônibus com tecnologia P4 e P5.
Registro da coleta de dados da pesquisa coordenada por Targino feita em ônibus urbano. Foto Divulgação
"Como os ônibus estudados eram do sistema BRT, que usam corredores dedicados e com poucas paradas, a velocidade de circulação era maior do que a de ônibus típicos urbanos. Dessa forma a resuspensão e partículas causou um aumento de MP2.5", afirma Targino, acrescentando que, em São Paulo, por exemplo, os ônibus apresentaram as maiores concentrações de partículas ultrafina, com valores extremos na saída do túnel do Anhangabaú/próximo ao terminal Bandeira, e no cânion urbano da Av. Duque de Caxias, áreas possuem um alto fluxo de ônibus."Cabe lembrar que em todas as cidades fizemos medições dentro dos ônibus, no entanto, vários processos transportam poluição da rua para dentro do ônibus, fazendo que os passageiros sejam expostos a níveis altos de poluentes atmosféricos", acrescenta o pesquisador.
Compostos voláteis
Já as concentrações de COVs foram até oito vezes maiores em uma sapataria, salão de beleza e ônibus urbano comparado com um ambiente de referência (um escritório administrativo sem fontes locais de VOC), enfatizando a necessidade de um maior controle de práticas relacionadas à segurança de trabalho.
"O nosso analisador de VOC não permitiu a especiação dos compostos, apenas o VOC total. No entanto, as pessoas nesses locais mantiveram um diário de atividades e conseguimos cruzar os picos de concentrações com as atividades desenvolvidas. Por exemplo, na sapataria observamos que os valores de VOC subiram cada vez que o sapateiro relatava consertos usando cola. No salão de beleza, os valores de VOC subiram com a realização de processos de alisamento e trabalho de manicure/pedicure", explica Targino.
"Momento oportuno"
A pesquisa, que durou quatro anos, resultou no trabalho On land, air and sea: An overview of fine particle concentrations in motorised transport modes in Brazilian cities, premiado na 15th International Conference on Urban Health, realizada em Kampala, Uganda, em novembro. Os dados coletados foram objetos de seis dissertações de mestrado, um projeto de pós-doutorado, e de dez trabalhos de iniciação científica.
O estudo foi financiado pelo CNPq, por meio de duas chamadas: a Nº 37/2013 - MCTI/CNPq/CT-AGRO/CT-SAÚDE/CT-HIDRO - Mudanças Climáticas e a Chamada de Projetos MEC/MCTI/CAPES/CNPQ/FAPS Bolsa Atração de Jovens Talentos - BJT 2014.
Para Targino, essas chamadas ocorreram em um momento oportuno no qual o Brasil precisava de incentivos para avançar em pesquisas sobre o efeito das mudanças climáticas na área de saúde, seguindo a agenda científica adotada por vários países. Ele destaca, especificamente, a elaboração do Plano Setorial da Saúde de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima (PSMC-Saúde), determinado por meio do Decreto n. 7.390, de 9 de dezembro de 2010.
"[Esse Decreto] enfatizou a necessidade de identificar exposições específicas atribuídas direta ou indiretamente às mudanças climáticas, passíveis de serem associadas com a saúde humana, incluindo a exposição a poluentes ambientais tóxicos, tais como poluentes orgânicos persistentes, metais e pesticidas. O momento foi muito oportuno para o Brasil", concluiu.
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Qui, 17 Jan 2019 18:02:00 -0200
Pesquisa na Antártica é tema de exposição do Museu Nacional
Pesquisa do projeto PALEOANTAR, apoiada pelo CNPq por meio do programa Proantar, compõe a exposição "Quando Nem Tudo era Gelo - Novas Descobertas no Continente Antártico", organizada pelo Museu Nacional. É a primeira após o incêndio. Os achados do projeto contam uma história do continente antártico ainda desconhecida para muitas pessoas.O Museu Nacional inaugurou, durante coletiva nessa quarta-feira, 16, a exposição Quando Nem Tudo era Gelo - Novas Descobertas no Continente Antártico, no Centro Cultural Museu Casa da Moeda do Brasil, no Centro do Rio. A exposição, a primeira após o incêndio, no dia 2 de setembro do ano passado, vai apresentar as novas descobertas do Projeto PALEOANTAR, vinculado ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar), que conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A exposição tem curadoria da paleontóloga Juliana Sayão, bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq, que, junto com o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, também bolsista PQ, coordenou o projeto.
A pesquisadora Juliana Sayão fala, ao lado de Alexander Keller, durante a coletiva de abertura da exposição. Foto: Maurício Salles
Durante três anos, Juliana liderou as equipes em campo. A pesquisadora destaca a importância dos achados do projeto para contar uma história do continente antártico ainda desconhecida para muitas pessoas. "Nem sempre a Antártica foi congelada. Ela era mais quente e tinha uma fauna e flora completamente diferentes daquelas que a gente encontra hoje. Através dos fósseis resgatados pelo projeto Paleoantar a gente consegue contar essa historia e trazer essa informação para a população", aponta.
Juliana ressalta que as pesquisas são responsáveis, também pela formação de recursos humanos, já tendo levado dois alunos de doutorado cujo foco da tese é entender a paleontologia da Antártica e alunos da iniciação científica. Além disso, estagiários e alunos de graduação, mestrado e doutorado estão envolvidos nas análises dos materiais coletados pelo projeto nos laboratórios da universidade.
Para Kellner, o apoio do Governo Federal, por meio da Marinha, com o apoio logístico; e do CNPq, com o financiamento das pesquisas, é essencial para a pesquisa naquela região, que tem uma importância geopolítica, segundo o pesquisador. "A sociedade brasileira tem que entender que somente quem está fazendo pesquisa científica na região antártica vai definir o futuro do continente. Então, é fundamental que o governo brasileiro continue incentivando o Proantar nas mais diversas áreas do saber", complementa.
A exposição
A exposição permite que crianças e adultos entendam, de forma didática, através de vídeos, imagens, amostras, réplicas e fósseis, o que acontece na Antártica. Ela tem entrada gratuita a partir desta quinta-feira, 17, e poderá ser visitada até maio.
"Essa exposição, aberta pouco mais de quatro meses depois da tragédia que se abateu sobre a nossa instituição, tem inúmeros significados: é a primeira realizada desde o incêndio, acontece no prédio que foi a primeira sede do Museu Nacional e será uma oportunidade incomparável para o público conhecer uma Antártica apresentada de forma única e surpreendente. Uma experiência inesquecível que inclui os equipamentos originais usados pelos pesquisadores brasileiros", destaca Kellner.
A curadora acrescenta que estão apresentadas na exposição as mais recentes descobertas das expedições realizadas entre 2015 e 2018. "Nesse período, nossos pesquisadores trabalharam na região mais ao sul da Antártica na prospecção e coleta de fósseis para fins de reconstrução paleoclimática, paleoambiental e paleobiogeográfica da fauna e flora do Cretáceo no continente. O objetivo é convidar o público a acompanhar de perto esta missão", destaca a curadora.
Segundo Juliana, a exposição Quando Nem Tudo era Gelo - Novas Descobertas no Continente Antártico foi pensada para estimular o diálogo com o grande público e, assim, gerar conhecimento e reforçar a importância das expedições realizadas ao continente gelado. "É uma forma de facilitar o entendimento das pessoas sobre questões que afetam as vidas de todos nós e entender, por exemplo, porque os dias no Rio de Janeiro estão cada vez mais quentes. Afinal, as correntes que chegam ao Brasil, no verão, saem justamente da Antártica. E qual a origem das massas polares que trazem chuva e, ao se encontrarem com massas quentes, geram tantos alagamentos? Ou seja, é fundamental conhecer esses fenômenos para que possamos trabalhar em pesquisas que contribuam para manter as pessoas vivas", explica.
Os visitantes vão se surpreender logo na entrada, onde chama a atenção a réplica de um mosassauro, com impressionantes cinco metros de comprimento, semelhante ao que aparece no filme Jurassic World (2015). O espécime pertence a um grupo extinto de criaturas marinhas que habitaram os mares do final do período Cretáceo. Considerados grandes predadores, os mosassauros chegavam a medir 17 metros e pesar seis toneladas.
A curadoria da exposição convida o visitante a percorrer diferentes momentos da história do continente gelado. O percurso começa pela sala que apresenta a situação atual, com direito à réplica de um navio da marinha do Brasil e a reconstituição do trajeto percorrido pelos pesquisadores, com detalhes sobre a vida nos acampamentos e laboratórios.
Em outra sala, o público terá contato com detalhes do trabalho realizado pelos paleontólogos e saber como trabalham esses pesquisadores, que equipamentos usam e como eles encontram fósseis e amostras de rochas.
A sala seguinte é a da Antártica de 90 milhões de anos atrás, completamente diferente da atual. Um continente quente, coberto por uma floresta tropical e com uma fauna exuberante. A proposta é justamente gerar a curiosidade e os questionamentos do público: por que essa Antártica era tão diferente? Por que mudou? O que aconteceu? Essa mudança pode acontecer em outros continentes no futuro?
O Proantar
O Proantar é um programa de Estado que tem como objetivo a produção de conhecimento científico sobre a Antártica e suas relações com o restante do sistema climático global. Ele garante a presença da comunidade científica brasileira na Antártica desde o verão de 1982/83. De acordo com o artigo IX do Tratado da Antártica, os países que se tornaram membros por adesão, como é o caso do Brasil, devem manter na região um programa científico de excelência, de forma que possam participar das reuniões consultivas que decidem o futuro da região com direito a voz e voto, inclusive com atuação no Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR) órgão interdisciplinar do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU), responsável por promover, desenvolver e coordenar a investigação científica internacional de alta qualidade na região Antártica, inclusive o Oceano Antártico.
O CNPq participa da realização dos objetivos científicos do programa desde 1991, sendo responsável pelo financiamento das pesquisas científicas na Antártica. Junto com o MCTIC é responsável pelo fomento e pela coordenação da execução das pesquisas científicas realizadas pelas Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs). A implementação logística do PROANTAR está a cargo da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), vinculada ao Comando da Marinha (Ministério da Defesa - MD). Também são parceiros na execução do Programa o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), entre outros atores do setor público (PETROBRAS) e privado.
Sobre o Centro Cultural Museu Casa da Moeda do Brasil
Com cerca de 200 anos de idade, o Palacete da Casa da Moeda é uma edificação de grande valor histórico, especialmente para a memória da pesquisa científica do país. O Palacete abrigou a primeira instituição de pesquisa do país, a Casa de História Natural e foi nesse imóvel que Dom João VI abrigou o primeiro museu do país, o Museu Real, criado por decreto em 6 de junho de 1818. Tombado pelo IPHAN em 2016, o Palacete é uma construção eclética, de traços neoclássicos.
SERVIÇO
Quando Nem Tudo era Gelo - Novas Descobertas no Continente Antártico
Período da exposição: de 17 de janeiro a 17 de maio Local: Centro Cultural Museu Casa da Moeda do Brasil (Praça da República ¿ nº26 - Centro)
Horário de funcionamento: de terça a sábado, das 10h às 16h e domingo, das 10h às 15h Entrada franca
Com informações da Asssessoria de Imprensa do Museu Nacional
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Sex, 11 Jan 2019 19:39:00 -0200
CNPq divulga resultado preliminar das bolsas PQ
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulga o resultado preliminar da Chamada Pública 09/2018 para bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ).
Foram aprovadas 5.103 bolsas em todas as áreas do conhecimento nos níveis 1 e 2. A bolsa PQ existe desde 1976, constitui o mais tradicional instrumento de apoio à pesquisa do CNPq e tem o objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho dos pesquisadores no que diz respeito à produção de conhecimento científico e inovação tecnológica.
Veja, aqui, o resultado preliminar.