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Qua, 21 Dez 2016 18:53:00 -0200
Livro apoiado pelo CNPq cataloga espécies de aves da caatinga
Em uma das regiões mais áridas do País, 300 km distantes da capital do Rio Grande do Norte, na Estação Ecológica do Seridó (ESEC do Seridó), centenas de espécies de aves encontram abrigo e alimentação e se reproduzem. Mais precisamente, 202 espécies já registradas. Dessas, 102 ilustram a publicação "Guia de Aves da Estação Ecológica do Seridó", coordenada pelo professor Mauro Pichorim, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ex-bolsista de Doutorado no Exterior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).Em uma das regiões mais áridas do País, 300 km distantes da capital do Rio Grande do Norte, na Estação Ecológica do Seridó (ESEC do Seridó), centenas de espécies de aves encontram abrigo e alimentação e se reproduzem. Mais precisamente, 202 espécies já registradas. Dessas, 102 ilustram a publicação "Guia de Aves da Estação Ecológica do Seridó", coordenada pelo professor Mauro Pichorim, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ex-bolsista de Doutorado no Exterior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Resultado do Projeto "Dinâmica populacional, demografia e conservação das aves da Estação Ecológica do Seridó", o guia é o primeiro a retratar as aves da Estação, localizada no município Serra Negra do Norte, área de grande importância para o conhecimento do Bioma da Caatinga. São 74 páginas, com informações gerais sobre as 102 espécies, com fotos e descrição de alguns de seus aspectos biológicos.
O projeto foi apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico por meio da Chamada CNPq/ICMBio 13/2011 que visava ao apoio a pesquisas relacionadas ao manejo, uso e conservação da biodiversidade, e a proteção do patrimônio cultural e dos recursos naturais em Unidades de Conservação Federais e seu entorno no Bioma Caatinga. A Chamada contou com o cofinanciamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A publicação foi realizada por Pichorim e outros dois autores, João P. T. Damasceno e Guilherme Toledo-Lima, e tem como organizadores Ricardo D. de Araújo e Pedro V. S. Ferreira.
Além de democratizar o acesso às informações sobre as aves, o livro também tem como objetivo despertar o interesse pela observação de aves, bem como, conscientizar a população local da importância da preservação das aves e também fornecer material bibliográfico para educação ambiental e conscientização nas escolas.
"Quando alguém aprende a identificar uma ave e passa a conhecer seus nomes popular e científico, certamente se estabelece um vínculo de conhecimento que leva à procura de novas informações e à busca por outros aspectos da biologia desta mesma espécie", defendem os autores da publicação.
A lista de pássaros, presentes no bioma, inclui aves como o urubu-rei, gavião, caburé, pica-pau-branco, juriti, jibão de couro, o acauã, a araponga-do-nordeste, o galo de campina, a seriema e o arapaçu do nordeste, que não só desempenham naturalmente atividades importantes como o controle de pragas e a polinização de flores, como também fazem parte da identidade cultural e regional da população local.
O livro está disponível em mídia digital, de forma gratuita, podendo ser baixado por meio deste link.
Coordenação de Comunicação do CNPq
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Ter, 20 Dez 2016 13:07:00 -0200
Bolsista do CNPq, pesquisadora da Fiocruz eleita personalidade do ano na ciência
A pesquisadora Celina Turchi, da Fiocruz Pernambuco, foi eleita uma das dez personalidades do ano na ciência pela revista britânica Nature¸ por seu trabalho para o estabelecimento da relação entre o vírus zika e a microcefalia em bebês.
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (PQ 1C) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi, também, membro do Comitê Assessor de Saúde Coletiva e Nutriação da Agência entre os anos de 2004 e 2010.
A revista diz que Turchi integrou uma rede de epidemiologistas, pediatras, neurologistas e biólogos que levou a resultados "formidáveis". Lembrando que, quando Turchi e seus colegas começaram suas pesquisas, o conhecimento sobre o zika era extremamente limitado, a revista afirma que a médica ajudou a produzir uma quantidade suficiente de evidências para demonstrar o vínculo entre o vírus e malformações fetais.
"Nem em meu maior pesadelo como epidemiologista eu havia imaginado uma epidemia de microcefalia neonatal", disse Celina à Nature. "Quando começamos, não havia nenhum livro a seguir". Em relação a integra a lista das 10 personalidades do ano da Nature, Celina encara como um reconhecimento do trabalho de um grupo e não apenas dela. "Estou grata e entendo que esse foi o reconhecimento de um trabalho coletivo, não só de nós pesquisadores, mas por todos profissionais de saúde envolvidos. Foi fruto também da oportunidade de poder contar com grupos experientes e qualificados de laboratório, clínica, neurologia e com apoio da instituição", declarou Celina.
Além de Turchi, a revista elegeu também Gabriela Gonzales, envolvida na descoberta de ondas gravitacionais e porta-voz do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo), o astrônome Guillem Anglada-Escudé, pela descoberta de um planeta de tamanho parecido ao da Terra próximo a Alpha Centauri, e Demis Hassabis, cofundador da empresa de inteligência artificial DeepMind, cujo computador AlphaGo venceu um grande mestre do jogo de estratégia Go. Esse feito que revela a crescente capacidade da inteligência artificial.
A lista também inclui John Zang, especialista em fertilidade que recebeu críticas e elogios ao anunciar uma técnica de substituição mitocondrial que mistura o DNA de três pessoas para produzir um bebê saudável, e Kevin Esvelt. Este alertou sobre os perigos de uma técnica que ele mesmo ajudou a inventar, que usa a manipulação genética para criar um gene que se espalha de modo mais rápido em uma população.
Foram homenageados ainda Terry Hughes, que alertou sobre uma catástrofe iminente na Grande Barreira de Corais Australiana e o químico atmosférico Guus Veleerds, por criar as bases para um acordo internacional que obrigará países a pararem de usar gases poluentes conhecidos como HFCs. Outros homenageados foram a física Elena Long, que chamou a atenção para a discriminação e para os obstáculos enfrentados por cientistas lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros, e Alexandra Elbakyan, cujo web-site Sci-Hub desafiou grandes editoras científicas ao disponibilizar gratuitamente mais de 60 milhões de artigos científicos.
"Os cientistas da lista de 2016 da Nature são um grupo diverso, mas todos eles desempenharam papéis importantes em grandes eventos científicos neste ano, com o potencial de levar a mudanças em escala global", disse Richard Monastersky, um dos editores da Nature.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da Agência Fiocruz
Foto: Fiocruz Pernambuco
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Qui, 15 Dez 2016 14:09:00 -0200
Meninas são destaque do XIX Seminário de Vocação Científica do CBPF
Em uma edição com trabalhos científicos classificados como excelentes pelos organizadores, as meninas foram o destaque do XIX Seminário de Vocação Científica do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ). Três delas foram premiadas, e outras duas receberam menção honrosa.Este ano, a apresentação pública dos trabalhos do Programa de Vocação Científica do CBPF (PROVOC-CBPF) - que tem como objetivo aprofundar a formação científica de estudantes de ensino médio - ocorreu entre 30 de novembro e 1 de dezembro. O Comitê de Vocação Científica do CBPF ressaltou que chegar a um veredito final sobre os premiados não foi tarefa fácil, pela excelente qualidade dos resultados e o alto nível dos estudantes.O programa seleciona, a cada ano, 40 alunos para receber bolsas de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (25) e do próprio CBPF (15). Cada aluno recebe R$ 100 mensais, é protegido por um seguro de vida e tem que cumprir, ao longo do ano, uma carga horária mínima de quatro horas por semana.Segundo os membros do comitê, a lista dos três melhores trabalhos 'apresentados a seguir em ordem alfabética de prenome' é a seguinte:i) Maria Carolina Freitas de Mendonça Costa, do Colégio Pedro II, na Tijuca, com o trabalho 'Interações eletrofracas e atividade óptica', orientado pelo pesquisador titular do CBPF José Abdalla Helayël Neto;ii) Maria Clara Rodrigues da Silva, do Colégio Pedro II, em São Cristóvão, com o trabalho 'Processos avançados de oxidação', orientado pelo tecnologista sênior do CBPF Marcos de Castro Carvalho;iii) Mariana Porto Barreto, do Colégio São Vicente de Paulo, com o trabalho 'O modelo atômico de Bohr para um fóton massivo', orientado por Gustavo Pazzini, doutorando do CBPF.Duas alunas receberam menção honrosa:i) Lara Tondelo Coelho, do Colégio QI, com o trabalho 'Robô autônomo para mapeamento de labirintos¿, orientado por Carvalho e Pedro Henrique Barbosa Nori, do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro;ii) Mariana Bomfim Guedes, do Colégio Pedro II, em São Cristóvão, com o trabalho 'Encontrando respostas: a revolução científica através da física de partículas', orientado por Arthur Marques Moraes, pesquisador adjunto do CBPF.Cada uma das três premiadas ganhou uma assinatura eletrônica da revista Ciência Hoje (www.cienciahoje.org.br), publicada pelo Instituto Ciência Hoje.Marcos de Castro Carvalho é o responsável pelo Comitê de Vocação Científica do CBPF. Fazem parte dele também o pesquisador associado Sebastião Alves Dias e o pesquisador titular Sérgio José Barbosa Duarte. A gestão do programa está a cargo de Mônica Ramalho, assistente em C&T. Também participa habitualmente da comissão julgadora dos trabalhos no Seminário de Vocação Científica o físico Gerson Bazo Costamilan, professor associado do Instituto Militar de Engenharia, do Rio de Janeiro (RJ).O PROVOCNo CBPF, o PROVOC-CBPF está ligado à Coordenação de Formação Científica.Em geral, os participantes do PROVOC-CBPF são alunos do primeiro e segundo anos do ensino médio. "Eles podem ficar um ano a mais, caso tenham interesse", diz Dias. Os do terceiro ano são mais raros, por estarem em época de se prepararem para o Exame Nacional de Ensino Médio, explica o físico do CBPF.Ao ser selecionado, cada aluno é questionado sobre seus interesses e, com base nessa avaliação, é encaminhado para um orientador (pesquisador, tecnologista, técnico, doutorando, mestrando), tanto da área teórica quanto experimental. A seleção para o ano que vem acabou de ocorrer.A maioria dos orientadores é do CBPF, mas há os que têm vínculos com outras instituições e são convidados para fazer parte do programa, desempenhando também um papel importante na orientação dos estudantes", disse Duarte. Este ano, foi o caso deEduardo Sergio Santini, tecnologista da Comissão Nacional de Energia Nuclear, também no Rio de Janeiro (RJ).Por vezes, dois ou mais alunos podem fazer parte do mesmo estudo. Os temas também podem ser interdisciplinares. Por exemplo, já houve experimentos que testaram se eram (ou não) verídicas certas afirmações sobre as plantas de um livro muito popular sobre o assunto, A vida secreta das plantas, de Peter Thompkins e Christopher Bird, no qual se atribuem certas capacidades cognitivas a esses seres."Todas as afirmações do livro se mostraram, com base nos resultados dos experimentos, equivocadas".Esperança da voltaOs candidatos - que podem ser tanto de escolas públicas quanto privadas - passam por uma análise de currículo e precisam, em geral, ter média sete ou superior em física e matemática. "Eles são encaminhados para nós pelos professores dessas disciplinas, com uma carta de recomendação", diz Dias.O tema é, então, discutido entre estudante e orientador. Alguns alunos já chegam determinados a trabalhar com certos tópicos, enquanto outros estão abertos a sugestões. "Mas, se o aluno ou aluna não estiverem felizes em certa área, eles têm total liberdade para buscar outras opções ou mesmo outros orientadores", explica Duarte.O PROVOC -programa originalmente criado pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro (RJ) - chegou ao CBPF em 1997, por iniciativa do então diretor da instituição, Amós Troper (hoje pesquisador emérito), e de seu Coordenador de Formação Científica à época, Francisco Caruso Neto, pesquisador titular do CBPF. A coordenação do PROVOC ficou a cargo da pesquisadora titular (aposentada) Susana Isabel Zanette de Caride.Carvalho enfatiza que, além da Fiocruz, do Instituto Ciência Hoje e do CNPq, os agradecimentos pelo sucesso do programa devem ir também para o Colégio Pedro II, e para os Colégios de Aplicação tanto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro quanto da Universidade Federal do Rio de Janeiro."Uma das esperanças é a de que esses alunos voltem ao CBPF, como graduados, mestrandos e doutorandos", escreveu Carvalho nos 'Agradecimentos' do livreto do programa deste ano.Coordenação de Comunicação Social com informações do CBPF
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Qua, 14 Dez 2016 11:59:00 -0200
Pesquisas esmiúçam relação entre pouco sono e resistência à insulina e doenças cardiovasculares
- Atenção, adolescentes! Dormir menos que oito horas diárias pode ser um fator de risco para doenças cardiovasculares futuras. O start de tudo é a resistência à insulina. Depois vêm o ganho de peso, o diabetes e outros fatores. O alerta é de Bruno Geloneze, professor e endocrinologista da Unicamp que atua no Gastrocentro e que lidera um grupo de pesquisa multicêntrico batizado Brazilian Metabolic Syndrome Study (Brams).
"Alguns adolescentes estão ficando acordados de madrugada porque inacreditavelmente estão estressados, e não porque estão felizes. E dormir menos leva a uma piora da ação e da resistência à insulina, independentemente do ganho de peso¿, constatou o médico. "As oito horas não são só para descanso. São para que o metabolismo funcione adequadamente."
Apesar disso, alterações precoces podem estar sendo interceptadas com um aconselhamento de higienização dos hábitos do sono, que consiste em dormir na hora certa e pelo menos numa quantidade mínima. A higienização pode ser mais importante até, em termos de saúde pública, do que incentivar exames para detectar a resistência à insulina, que pode atuar como um aviso para o desenvolvimento do diabetes.
O resultado desse e de outros dois estudos do Brams, financiados pelo CNPq, trazem novas revelações a respeito dos efeitos da obesidade infantil sobre a resistência à insulina. Foram desenvolvidos no Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes (Limed) e contam com o suporte de Geloneze, de cinco subinvestigadores e de mais de 30 colaboradores.
Participam ainda desse esforço centros como a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e os municípios de Três Corações (MG) e de Itu (SP).
Em vários estudos, adolescentes que dormem pouco e engordam são os que mais têm atenção dos profissionais da saúde. No entanto, os que dormem pouco e não engordam passariam despercebidos. Só que na verdade eles correm sérios riscos. Quando não se dorme bem, alterações metabólicas podem atacar o organismo do adolescente.
O histórico dessas descobertas começou com a percepção da concomitância da obesidade, dislipidemia, alteração da glicose e hipertensão, embasadas na resistência à insulina (quando as células do corpo respondem cada vez menos à insulina).
Em 1988, o cientista Gerald Reaven percebeu essa correlação e chamou essas patologias de "síndrome X", que depois receberam o nome de síndrome plurimetabólica e de síndrome metabólica (com predomínio de adiposidade abdominal e resistência à insulina).
Geloneze disse que lamentavelmente a resistência à insulina leva a um risco aumentado de diabetes na vida adulta e a outras doenças cardiovasculares como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Histórico
O Brams teve seu piloto em 1998, quando foi criado na Unicamp o primeiro Ambulatório de Síndrome Metabólica do Brasil, montado pelo endocrinologista Marcos Tambascia. Surgiu em meio à resistência de muitos que indagavam se essa síndrome seria diabetes e como poderia agregar pré-diabéticos com obesidade e com risco cardiovascular? Essas questões avançaram e hoje são consensuais.Em 2004, implantou-se oficialmente o Brams, um acrônimo que faz alusão ao nome do compositor erudito Johannes Brahms. A ideia era ter um estudo brasileiro que versasse sobre a síndrome metabólica.
Geloneze fazia mestrado quando o ambulatório iniciou e colheu informações de pacientes, fazendo medidas da cintura, pescoço, altura, peso, glicose, triglicérides. Eles já vinham com algum grau de obesidade.
Ao compilar dados sobre a resistência à insulina, a intenção era mostrar para as pessoas que a obesidade é um problema de saúde pública, porém a adiposidade abdominal é mais importante ainda para predizer essa síndrome.
Esses foram os primeiros passos do Brams. Posteriormente, foi idealizada uma tecnologia para medir a resistência à insulina, introduzindo-se em larga escala os métodos Clamp Euglicêmico Hiperinsulinêmico e Clamp Hiperglicêmico, que conferem grau de resistência à insulina preciso, sofisticado e reconhecido mundialmente.
A palavra "clamp" significa fixar. "Então é fixado um valor para medir a resistência à insulina. Nos testes, aumentamos em dez vezes o nível circulante de insulina na veia e colocamos glicose para que o paciente não sofresse hipoglicemia", explicou.
Quanto mais glicose se coloca na veia de uma pessoa, que um pouco antes teve a insulina mantida alta, mais isso indica que ela é sensível à ação da insulina. Se é colocada pouca glicose para evitar a queda, isso quer dizer que esse paciente é resistente à insulina. Esse método é o padrão-ouro.
"Não introduzimos o clamp no Brasil, mas certamente somos o único grupo da América Latina que o faz rotineiramente em quantidade que já ultrapassou centenas", contou Geloneze.
Métodos
Para avaliar os adolescentes, há um problema ético de exposição ao risco de hipoglicemia. Então no estudo não foi infundida insulina, apenas glicose em doses altas. Avaliou-se então a sua ação medindo o quanto ela era produzida e promovia o consumo de glicose.Ao analisar os dados, mediante modelagem matemática, a Unicamp fez parcerias com as Universidades de Pádova, Washington e Copenhague. Essa foi a parte que deu substrato à segunda parte dos achados.
¿Entendemos que existe síndrome metabólica e métodos sofisticados para medir a resistência à insulina. Pensamos como poderíamos traduzir isso para o clínico, que nunca fará clamps no dia a dia¿, comentou.
O grupo empregou o método Homa, que mede glicemia e insulina, e estabeleceu uma equação para ver se a pessoa tem insulina ou não. A avaliação é feita mediante coleta de sangue em jejum.
A equação calcula glicemia vezes insulina e divide por 405, um número ¿cabalístico¿. O índice obtido, acima de 2,71 em adultos, aponta que a pessoa tem resistência à insulina. Esse referencial é adotado pela América Latina e países miscigenados como Turquia, Irã e outros, por acharem a identificação com a população brasileira mais adequada.
Em sua tese, a nutricionista Francieli Barreiro observou que, medindo a cintura abdominal, e tendo um nível de triglicérides aumentado, extrai-se o índice chamado cintura hipertrigliceridêmica, que sugere um grande risco para resistência à insulina e para doenças cardiovasculares.
Que índice identificaria resistência à insulina sem tanta complexidade? O Brams respondeu que, medindo a circunferência do pescoço em adolescentes e adultos, pode-se ter uma noção da gordura troncular, não só abdominal, e explica até 70% da variação da resistência à insulina no plano populacional.
Com uma fita métrica, mede-se o pescoço das pessoas, mesmo em espaços públicos, separando-se quem precisa investigar mais sobre sua saúde. Mulheres com 39,5 cm de circunferência de pescoço e homens cuja circunferência é 41 cm poderão desenvolver resistência à insulina.
Há anos, usa-se a medição da circunferência abdominal: que acima de 88 cm para mulheres e de 102 cm para homens denota riscos à saúde. Essa é uma boa medição para ser feita mais em consultório. Numa campanha nas ruas, se estiver frio, a pessoa terá que se despir. Então a medição do pescoço é mais rápida e eficiente, acredita.
Essa investigação está sendo feita em parceria com o Departamento de Pediatria (com as professoras Mariana Porto e Maria Ângela Antonio) e com a Unifesp.
Sono
Há pouco, o Brams fez uma publicação na revista Jama Pediatrics, uma das mais importantes da área de Pediatria, discutindo se dormir pouco seria uma das causas do aumento da obesidade infanto-juvenil?O docente afirmou que provavelmente o adolescente que fica acordado à noite come mais e engorda mais. Ele também passa a noite interagindo com o computador, tablet e smartphone. Come errado e, no dia seguinte, fica cansado e não pratica atividade física.
Num grupo de mais de mil adolescentes, alguns que não tinham obesidade, já tinham resistência à insulina. Se o diabetes é precedido de obesidade, que é precedida de resistência à insulina, então significa que as pessoas terão resistência à insulina antes de ficarem obesas. Esse modelo de privação do sono já foi descrito em experimentos com animais e agora se confirma em humanos.
Na investigação, esses adolescentes foram divididos em dois grupos: os que dormiam mais ou menos do que oito horas por dia. Os que dormiam menos tinham um pouco mais de obesidade central do que os que dormiam mais, embora tivessem peso semelhante.
Foram separados aqueles que não tinham excesso de peso mas que também tinham resistência à insulina medida pelo método do clamp, e estes realmente dormiam menos. Veio a comprovação: dormir menos piora a ação da insulina, independentemente do ganho de peso.
Quando testado o método Homa, que é só de glicemia/insulina, não foram achadas diferenças entre quem dormia pouco e quem dormia muito. A Unicamp então foi pioneira em testar um método mais sofisticado (clamp hiperglicêmico) que acaba detectando o nuance. A aluna Ana Maria Rodrigues defendeu mestrado sobre o tema, orientada por Geloneze.
A lógica era: "fico acordado, durmo menos, ganho peso e desenvolvo resistência à insulina. Mostramos que isso também ocorre com aqueles que não ganharam peso e sinalizamos que a privação do sono "ruptura da chamada cronobiologia" altera a ação da insulina", frisou.
Hábitos humanos sob um olhar biológico
O mamífero primata tem hábitos diurnos e, dentro da biologia, originalmente são duas as situações em que ele fica acordado à noite: quando tem que buscar comida fora da situação normal ou quando tem que fugir do predador. Não há outra situação em que troque dormir por ficar acordado na natureza.
Essas, aliás, são situações de extremo estresse, quando o organismo tem que se preparar para captar energia. E ele não pode ter a insulina funcionando bem, senão sua glicose cairia. Sendo assim, desenvolver resistência à insulina parece ser uma adaptação ao estresse para evitar a hipoglicemia da luta e consumo de energia nestas situações.
É o que acontece com o organismo do adolescente. Só que ele fica acordado à noite por opção própria. Fica tranquilo, curtindo seus programas noturnos, conversando nas redes sociais. Mas sua célula interpreta aquela situação como de extremo estresse, promovendo adaptações biológicas, mesmo sem sua vontade.
"Demos agora um passo a mais ao sustentar que uma parte dos adolescentes está ficando acordada de madrugada porque está estressada. Infelizmente, isso é fato. E o resultado poderá ser um aumento ainda maior do diabetes e das doenças cardiovasculares de forma cada vez mais precoce", alertou.
Fonte: Unicam
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Ter, 13 Dez 2016 11:51:00 -0200
Brasil lança Livro Vermelho da Fauna na COP 13
O Brasil lançou na semana passada, 8, durante a Conferência das Partes (COP 13) sobre Diversidade Biológica, em Cancun, no México, o sumário executivo do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. O levantamento, realizado entre 2010 e 2014, representa o maior esforço já feito sobre o tema no mundo.
O livro é uma realização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN, na sigla original), do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, da sigla original), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
De acordo com o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação do ICMBio, Cláudio Maretti, a publicação do estudo é o primeiro passo para alcançar a extinção zero e funciona como uma das estratégias do País para o cumprimento de metas internacionais de redução da perda da biodiversidade.
"A pesquisa avalia, pela primeira vez, o risco de extinção de todos os vertebrados que ocorrem no Brasil e de um grupo selecionado de invertebrados. Ela irá orientar a criação, ampliação e melhoria de unidades de conservação no Brasil", ressaltou.
O diretor disse ainda que o levantamento auxiliará o País a alcançar a extinção zero das espécies nativas e a cumprir a meta de Aichi número 12 (Em 2020, a extinção de espécies em risco conhecidas deve estar prevenida e sua situação de conservação, particularmente para aquelas de maior declínio, melhorada e sustentada).O livro
O estudo é fruto do trabalho de 1.270 cientistas coordenados pelo ICMBio e colaboração de dezenas de outras organizações, com metodologia globalmente reconhecida pela IUCN.
O levantamento analisou o status de conservação de 12.254 espécies, incluindo peixes e invertebrados aquáticos. Na lista anterior, divulgada em 2003, haviam sido avaliadas 816 espécies. O livro aponta um incremento na quantidade de espécies ameaçadas. O total nessa situação é de 1.173, divididas em três categorias: Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).Maretti afirmou também que, para alcançar a extinção zero, outras medidas devem ser adotadas, como a criação e melhoria de unidades de conservação, planos de ação para redução das ameaças e listas de espécies em risco para adoção de políticas públicas.
A proteção de habitats por meio de unidades de conservação (UCs) é o meio mais utilizado no Brasil para reduzir o risco de extinção das espécies. Ao todo, o País tem 2.029 UCs, entre federais, estaduais, municipais e reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs). As 326 unidades federais são geridas pelo ICMBio. Mesmo assim, 180 espécies ainda vivem fora de áreas protegidas.Serviço:
Acesse aqui: Livro Vermelho da Fauna - Sumário Executivo
Fonte: ICMBIO
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Seg, 12 Dez 2016 14:14:00 -0200
Ciência brasileira protagoniza série de documentários na Discovery Brasil
A partir da meia noite desta segunda-feira, uma série da Discovery Channel apresentará grandes projetos científicos do Brasil que estão em desenvolvimento em instituições nacionais de pesquisa vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e com a participação de bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O "Brasil Ciência" exibirá episódios sobre o Satélite Geoestacionário, um projeto da Agência Espacial Brasileira (AEB); o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Projeto Sirius, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM); o Supercomputador Santos Dumont, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC); o Navio Hidroceanográfico Vital de Oliveira, da Marinha do Brasil; e a Torre Atto, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Os documentários originais da Discovery Brasil terão 50 minutos de duração e serão exibidos à meia-noite, com reprises em horários alternativos, até sexta-feira (16).
Torre Atto
No primeiro episódio, o público vai saber mais sobre a Torre Atto, um dos mais importantes projetos de pesquisa do mundo sobre mudanças climáticas. Instalada no meio da floresta amazônica, o Observatório da Torre Alta de Observação da Amazônia (Atto, na sigla em inglês) tem 325 metros de altura, o que equivale a um prédio de 80 andares, e é a maior torre de estudos climáticos do mundo. A expectativa dos pesquisadores é que a torre monitore o clima na Amazônia por um período de 20 a 30 anos com a coleta de dados sobre os processos de troca e transporte de gases entre a biosfera e a atmosfera. O projeto tem como coordenador brasileiro o bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Antonio Manzi, do INPA.
Projeto Sirius
O episódio sobre o LNLS, responsável pela construção do novo acelerador de elétrons brasileiro, Sirius, irá ao ar à meia noite, de terça para quarta-feira. O Programa irá mostrar como o Sirius permitirá a realização de experimentos hoje impossíveis no País, abrindo novas perspectivas de pesquisa em física, química, biotecnologia, ciência dos materiais, nanotecnologia, ciências ambientais e muitas outras áreas. Dois exemplos de pesquisa com luz síncrotron conduzem o episódio: o desenvolvimento de nanopartículas para combater o câncer e a produção de organóides humanos, um exemplo de avanço na área de métodos alternativos ao uso de animais. Esses estudos são realizados em parceria com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), também integrantes do CNPEM, e ilustram a agenda transversal de pesquisa presente entre os Laboratórios Nacionais do Centro, que conta ainda com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).
José Roque, diretor do LNLS e do projeto Sirius lembra que o CNPq esteve presente desde os primórdios da história do laboratório, em meados da década de 80, quando defendeu e apoiou a ideia e, posteriormente, o projeto da construção da primeira - e até hoje, única - fonte de luz síncrotron no País. "Desde então, a instituição tem dado um apoio importante para o sucesso do modelo multiusuário que caracteriza o LNLS, por meio do financiamento das investigações de boa parte dos pesquisadores que utilizam as nossas instalações. Além disso, o CNPq cumpre, desde os primórdios do LNLS, um papel essencial ao apoiar a realização de eventos científicos e a capacitação dos nossos usuários, de modo a consolidar uma comunidade de pesquisadores apta a utilizar as futuras e modernas instalações do Sirius", completa.
O pesquisador do CNPEM, Mateus Cardoso, reforça: "O CNPq sempre contribuiu com o grupo concedendo bolsas de estudo e pesquisa além de recursos financeiros repassados através dos Projetos Universais".
Supercomputador
No terceiro dia, a ciência brasileira também possui o maior e mais potente supercomputador da América Latina, o Santos Dumont. Localizado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), é capaz de realizar um quatrilhão de operações matemáticas por segundo. Sua velocidade de processamento de dados permite acelerar os resultados e apoiar pesquisadores de todo o país.
Navio Hidroceanográfico
À meia noite de quinta-feira, o telespectador poderá conhecer como funciona um dos mais modernos navios de pesquisa hidroceanográfica do mundo, o Vital de Oliveira. Equipada com o que há de mais moderno, a embarcação terá reflexo direto na ampliação da geração de conhecimento sobre o ambiente marinho na região do Atlântico Sul, no desenvolvimento de tecnologias e inovação em produtos e serviços, na redução da vulnerabilidade e dos riscos decorrentes de eventos extremos e das mudanças climáticas sobre a zona costeira e na formação de recursos humanos ligados à pesquisa científica marinha.
Satélite Geoestacionário
No último episódio da temporada, a série mostrará que o Brasil está perto de lançar na órbita terrestre o seu primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O equipamento, construído com vários itens de tecnologia brasileira, vai possibilitar a conexão em banda larga em todo o território nacional e garantir a soberania em comunicações estratégicas. O satélite, uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa com investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões, já foi entregue ao governo brasileiro e deve ser colocado em órbita em março de 2017. Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo o território brasileiro e o Oceano Atlântico.
Clique aqui para acessar os vídeos.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações do MCTIC e do CNPEM
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Seg, 05 Dez 2016 13:42:00 -0200
Bolsista CNPq recebe honraria pelo desempenho em doutorado nos Estados Unidos
Henrique Ferraço foi iniciado como membro da Sociedade de Honra "Phi Kappa Phi", a mais antiga e seletiva sociedade de honra universitária, em reconhecimento por sua excelência acadêmica, estando entre o top 5% no ranking de melhores alunos dos Estados Unidos (EUA).Doutorado pleno aprovado pelo CNPq rende reconhecimento acadêmico e parceria entre instituições americanas e UFLA
Em 2014, o ex-aluno da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Henrique Ferraço Scolforo, do curso de Engenharia Florestal, iniciou o doutorado pleno naNorth Carolina State University (NCSU). Tendo como tema prioritário de estudo a modelagem florestal, especificamente o desenvolvimento de modelos híbridos para expressar o crescimento e produção de clones de Eucalyptus sujeitos a diferentes condições ambientais no Brasil, o ex-aluno tem ganhado destaque pelo alto desempenho. Conjuntamente ao doutorado pleno, Henrique foi aprovado no programa de Mestrado em Estatística e Matemática na NCSU, com previsão de término em abril de 2017.
Henrique Ferraço foi condecorado com a maior honraria entre as universidades americanas por excelente desempenho escolar. O doutorando foi iniciado como membro da Sociedade de Honra "Phi Kappa Phi", a mais antiga e seletiva sociedade de honra universitária, em reconhecimento por sua excelência acadêmica, estando entre o top 5% no ranking de melhores alunos dos Estados Unidos (EUA). Adicionalmente ao feito, também foi condecorado pela sociedade de honra "Xi Sigma Pi", a mais prestigiosa honraria internacional florestal. Esta sociedade foi fundada em 1908 para assegurar, estimular e manter um alto nível de desempenho escolar no ensino da Engenharia Florestal.
Trajetória de sucesso
Para Henrique Ferraço, a base que sustentou esse desempenho foi o curso de graduação em Engenharia Florestal (UFLA) e o Mestrado em Engenharia Florestal (UFLA). Ainda na graduação, realizou um período sanduíche como bolsista do programa Ciência Sem Fronteiras na NCSU, sob a orientação do professor José Luiz Stape, além de ter realizado estágios, ter atuado como bolsista e como monitor voluntário da disciplina Economia Florestal.
A partir do estágio realizado na universidade americana, como bolsista do Ciência sem Fronteiras, o estudante teve a oportunidade de retornar à NCSU para o Doutorado, novamente sob a orientação do professor Stape.A tese em desenvolvimento faz parte do projeto "Tolerância de Eucalyptus Clonais aos Estresses Hídrico e Térmico (Techs)", que engloba uma rede de estudos permanentes em todo o Brasil, incluindo o norte do Uruguai, num total de 26 empresas norte e latino- americanas apoiadoras. O projeto foi criado pelo professor Stape, em conjunto com o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais ¿ Ipef, que articula e congrega empresas florestais participantes.
Pela dinâmica do projeto, foi convidado como pesquisador adjunto da maior cooperativa florestal americana para estudos de silvicultura - "Forest Productivity Cooperative (FPC)", localizada na NCSU, e da "Forest Modeling Research Cooperative (FMRC)", sediada na Virginia Polytechnic Institute and State University (VirginiaTech). Dessa interação, em março de 2016, foi oficializada uma parceria entre a VirginiaTech, FMRC e a UFLA. Para Henrique, observando o prestígio mundial conquistado pela FMRC e Virginia Tech, a parceria celebrada com a UFLA se destaca como mais uma forma de fortalecimento do processo de internacionalização.
Essa parceria já rendeu ao doutorando o apoio de dois dos maiores biometristas do mundo: Harold Burkhart, considerado o pai da biometria aplicada e moderna, e John Paul McTague, reconhecido como o representante da indústria americana no que concerne ao desenvolvimento de modelos aplicados ao empreendimento florestal.
A ampliação da rede de colaboração faz com que o estudo tenha ainda mais relevância e a aprovação de artigos em periódicos com alto fator de impacto. Além de conquistar publicações revistas mais renomadas da área florestal, o doutorando comemora dois artigos em fase final de avaliação, na Forest Science e na disputada revista Nature. Todos esses estudos publicados contam com a participação de pesquisadores brasileiros e americanos.
Fonte: UFLA
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Seg, 28 Nov 2016 16:32:00 -0200
Livro sobre a biodiversidade brasileira é um dos destaques na mostra Mundo MCTIC
A coletânea será distribuída na mostra Mundo MCTIC - Pesquisa e Desenvolvimento de Ponta no Brasil, que começou nesta segunda-feira e vai até 4 de dezembro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
A biodiversidade do espaço geográfico brasileiros e as transformações provocadas pela ação humana são tema do livro "Conhecendo a Biodiversidade" que tem por objetivo ampliar o conhecimento da sociedade sobre os ecossistemas brasileiros.
O livro é uma publicação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no âmbito do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio).
A organização é dos pesquisadores Ariane Luna Peixoto, José Roberto Pujol Luz e da Analista em Ciência e Tecnologia do CNPq, Marcia Aparecida de Brito, considerando resultados de pesquisa obtidos pelo PPBio e pela Rede Temática de Pesquisa em Modelagem Ambiental da Amazônia (Geoma).
São 11 capítulos baseados em experiências passadas e atuais sobre os seis biomas brasileiros - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal - que buscam estimular o diálogo com a sociedade sobre a biodiversidade brasileira, sua utilização e preservação.
A leitura é acompanhada por centenas de fotografias da fauna e flora dos biomas e poemas e frases de autores renomados da literatura brasileira, tais como Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Patativa do Assaré e Manoel de Barros.
A publicação está disponível on-line no endereço https://ppbio.inpa.gov.br/sites/default/files/conhecendo_a_biodiversidade_livro.pdf
Coordenação de Comunicação do CNPq
com informações do Pbbio
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Sex, 25 Nov 2016 17:04:00 -0200
Mundo MCTIC leva pesquisas e atividades científicas ao Parque da Cidade em Brasília
Exposição organizada pelo MCTIC apresenta a ciência e a tecnologia produzidas nos institutos de pesquisa. Evento será realizado de 28 de novembro a 4 de dezembro e tem a participação das escolas públicas do Distrito Federal.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) apresenta o trabalho de seus institutos à população de Brasília na mostra Mundo MCTIC - Pesquisa e Desenvolvimento de Ponta no Brasil, de segunda-feira (28) a domingo (4), das 9h às 18h, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
A mostra possui 25 estandes de agências, empresas estatais, organizações sociais e unidades de pesquisa do MCTIC, com atividades lúdicas, experimentos científicos, exibições de vídeos em terceira dimensão (3D), exposições tecnológicas e visitas virtuais.
Na quinta (1º) e sexta-feira (2), essa grande exposição científica ficará ainda mais interessante com o 4º Circuito de Ciências das escolas da rede pública, que a Secretaria de Educação do Distrito Federal promove das 9h às 17h. Na etapa final do circuito, serão apresentados 197 trabalhos classificados em fases locais das 14 coordenações regionais de ensino, com alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional.
Estandes
A Agência Espacial Brasileira (AEB) leva ao Mundo MCTIC o Veículo de Sondagem Booster 30 (VSB-30), foguete de 12 metros e mais de duas toneladas doado ao Planetário de Brasília. A AEB desenvolveu a tecnologia em cooperação com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). O estande inclui maquetes de satélites, um planetário inflável, trajes de astronauta para fotografias e o boneco Cosminho, mascote do Programa Espacial Brasileiro.
O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) apresenta parte do material planejado para o Biênio da Matemática no Brasil, aprovado pelo Congresso Nacional pela realização da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), em 2017, e do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), em 2018. Dentre as atividades, estão parábolas que mostram relações da natureza com a disciplina, indicação de páginas eletrônicas a estudantes interessados em se aprofundar, brincadeiras de lógica e quebra-cabeças.
Já o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) oferece ao público experimentos de realidade virtual desenvolvidos com laboratórios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). As simulações compreendem navegação dentro do útero durante a gravidez; visualização de robô da Petrobras em águas profundas; volta aérea pelo Cristo Redentor, escaneado em 3D por drones; e passeios de barco e bicicleta pelas praias cariocas, em dia de sol.
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) reedita uma exposição fotográfica sobre a biodiversidade de polinizadores, uma das atividades da mostra Ciência amigas das abelhas, presente na 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), no Jardim Botânico de Brasília.
A exposição Banco de Abrolhos: Maior Complexo Coralíneo do Atlântico Sul, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), remete ao documentário homônimo, lançado durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro (BA). O pesquisador Fernando Moraes, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), aborda a área marinha entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo.
Haverá um estande institucional do MCTIC e espaços das secretarias de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), de Política de Informática (Sepin), de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), de Radiodifusão (SRAD) e de Telecomunicações (Setel).
Completam a mostra Mundo MCTIC trabalhos de divulgação científica do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC), do Museu de Astronomia e Ciência Afins (Mast), da Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A (Nuclep), do Observatório Nacional (ON) e da Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras).
Serviço
Evento: Mundo MCTIC - Pesquisa e Desenvolvimento de Ponta no Brasil
Data: 28 de novembro a 4 de dezembro
Horário: 9h às 18h
Local: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade
Cidade: Brasília (DF)
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Ter, 22 Nov 2016 11:59:00 -0200
Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração divulga lista de novos sítios selecionados na chamada 15/2016
A chamada, lançada em agosto deste ano, selecionou 30 sítios do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração, o PELD. A demanda total recebida pelo CNPq foi de 168 propostas, das quais 74 tiveram mérito reconhecido e 30 foram aprovadas para atendimento imediato.A chamada, lançada em agosto deste ano, selecionou 30 sítios do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração, o PELD
A demanda total recebida pelo CNPq foi de 168 propostas, das quais 74 tiveram mérito reconhecido e 30 foram aprovadas para atendimento imediato. Dos 30 sítios aprovados na chamada anterior, 19 foram contemplados com apoio financeiro para um novo período de 4 anos, e 11 novos sítios foram incorporados ao programa. Novos ambientes e temas foram incorporados, com destaque para a inserção de três novos estados: Alagoas, Espírito Santo e Roraima.
Para acessar a lista completa dos sítios selecionados clique aqui.
Dos sítios que serão renovados, destaca-se a Rede Abrolhos, que atua de maneira multidisciplinar na região do arquipélago Abrolhos, no sul da Bahia. Em documentário recentemente lançado, os pesquisadores da Rede reforçam a importância do investimento continuo para o sucesso do projeto e obtenção de importantes resultados, como o efeito do aquecimento climático para os corais da região e as consequências da lama resultado a tragédia em Mariana (MG), que atingiu parte do arquipélago.
Em breve será realizada a seleção de propostas da Chamada Institutional Links PELD Brazil pelo British Council, que irá aportar recursos específicos para projetos de cooperação envolvendo Instituições Britânicas e sítios PELD no Brasil.
Em 2017, será realizada a primeira reunião de Acompanhamento & Avaliação dos projetos.
A Chamada
Fruto de uma articulação entre o CNPq, a CAPES, as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e o British Council/Fundo Newton, a Chamada selecionou projetos de pesquisa no âmbito do Programa de Pesquisa Ecológica - PELD. Os projetos selecionados irão constituir a rede de sítios de pesquisa PELD pelos próximos quatro anos.
Para o Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Marcelo Morales, o grande destaque da atual Chamada é a consolidação das parcerias envolvidas - a CAPES, as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados e o British Council/Fundo Newton -, que, de acordo com ele, possibilitaram que o edital de 2016 tivesse um financiamento robusto.
"Ainda há tempo para que outros parceiros juntem-se a nós nessa importante ação coordenada pelo CNPq e que beneficia todo o país. A chamada PELD 2016 permite que, havendo disponibilidade de recursos adicionais, em qualquer fase, o CNPq poderá decidir por suplementar os projetos contratados e/ou aprovar novos projetos", esclarece o Diretor.
O PELD
O programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração é uma ação do CNPq que tem por objetivo manter no Brasil uma rede de centros de pesquisa de referência na área de ecologia de ecossistemas. No PELD, busca-se a produção de conhecimento científico de forma integrada às demandas da sociedade, visando aplicação de resultados em temas interesse social, como subsídios para a tomada de decisão em gestão ambiental, conservação e uso sustentável da biodiversidade, educação ambiental e divulgação científica. O PELD lança chamadas públicas regularmente, com o apoio de instituições parceiras.
Morales lembra que o PELD é um dos poucos programas que financiam pesquisa de longo prazo no Brasil e tem relevância para a formação de recursos humanos e para a consolidação da pesquisa em Ecologia. Segundo ele, o entendimento de temas como a composição, funcionamento e dinâmica de ecossistemas, além dos efeitos de mudanças climáticas sobre eles é crucial para prever padrões que moldam a biodiversidade e, assim, ser possível minimizar ou mesmo impedir a sua degradação.
"Além disso, o PELD disponibiliza informações relevantes para a gestão ambientalmente sustentável dos diferentes ecossistemas, o que certamente impactará no bem estar da população brasileira e na economia do nosso país", completou Marcelo Morales.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Seg, 21 Nov 2016 17:53:00 -0200
Atlas global ilustra a biodiversidade do solo, com participação de bolsista do CNPq
O que é a biodiversidade do solo e qual o impacto na sociedade? Quais as principais ameaças à biodiversidade do solo? O que podemos fazer para preservá-la? Essas são algumas das questões abordadas pelo Atlas Global da Biodiversidade do Solo - uma publicação especial que acaba de ser lançada e tem movimentado o meio acadêmico e interessados nos assuntos relacionados à biodiversidade do solo.
O Atlas Global da Biodiversidade do Solo (Global Soil Biodiversity Atlas) é uma publicação do Centro de Pesquisa da Comissão Europeia em colaboração com a Iniciativa Global de Biodiversidade do Solo (Global Soil Biodiversity Initiative).
Entre as instituições parcerias da publicação, que reúne universidades e centros de pesquisa renomados internacionalmente, o nome e a logomarca da Universidade Federal de Lavras (UFLA) é a única representante brasileira, tendo a professora Fatima Moreira, do Departamento de Ciência do Solo (DCS/UFLA), Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1A do CNPq, como membro do comitê editorial.
A professora também é a única representante brasileira no grupo seleto de cientistas de diversos países que compõem o Comitê Diretor da Global Soil Biodiversity Assessment (GSBA), da Global Soil Biodiversity Initiative.
O lançamento foi realizado durante a 2ª Assembleia do Programa ambiental da Organização das Nações Unidas (Unea/ONU), em Nairobi, no dia 25 de maio.
É uma publicação global, construída de forma coletiva e editorada por cientistas de 24 instituições, entre elas a UFLA. Trata-se de um passo crucial e um esforço coordenado para avaliar a vida no solo, a necessidade de melhorar a conservação do solo e a diversidade da vida dentro dele.
De acordo com a professora Fatima Moreira, a publicação é uma das estratégias para ampliar a discussão sobre a perda de biodiversidade e a degradação de ecossistemas, ao mesmo tempo em que pretende amparar o desenvolvimento e a produção sustentável de alimentos. Para ela, a relevância da publicação está justamente no assunto, que tem ganhado destaque nos últimos anos, em virtude da necessidade de haver mais estudos sobre a biodiversidade nos solos, já que se estima que apenas 1% das espécies de micro-organismos do solo foram identificada e relativamente pouco se sabe ainda sobre aspectos funcionais de todos os grupos sejam eles microscópicos ou macroscópicos, incluindo aspectos ecológicos.
Outro fato destacado pela professora Fatima Moreira é que a publicação on-line tem acesso livre e gratuito. Foi feita pela junção de pesquisadores renomados em diferentes áreas de atuação, resultando em nove capítulos temáticos com informações atualizadas e muito bem ilustradas. O Atlas também registrou agradecimento a mais de 100 colaboradores, que enviaram informações e imagens de solos e organismos característicos de diferentes partes do mundo. Entre os colaboradores, os professores da UFLA Julio Neil Cassa Louzada (DBI) e Ronald Zanetti Bonetti Filho (DEN).
Publicação inclui informações atualizadas, textos explicativos, imagens surpreendentes e mapas
O Atlas vem sendo construído desde 2013, quando a professora Fátima Moreira participou de um workshop internacional da (GSBA), na Universidade do Colorado (EUA). Depois desse evento, foram realizadas reuniões na Itália e França para conclusão dos trabalhos.
A publicação propicia ao leitor um aprendizado inusitado sobre os solos e sobre as incríveis criaturas que vivem neles. O conteúdo revela os fatores que influenciam a distribuição dos organismos do solo, como a biodiversidade do solo suporta a produção de alimentos, as pressões que afetam a vida do solo e as possíveis intervenções para preservá-lo.
Clique aqui e acesse a versão digital do Global Soil Biodiversity Atlas gratuitamente
Fonte: Universidade Federal de Lavras/UFLA
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Ter, 25 Out 2016 16:05:00 -0200
Bolsista do CNPq publica artigo com avanços para a Arqueologia
Bolsista de Doutorado Pleno do CNPq na Universidade de Oxford, Inglaterra, Eduardo Queiroz Alves, é um dos autores, em conjunto com seu grupo de pesquisa, do artigo "The use of the terrestrial snails of the genera Megalobulimus and Thaumastus as representatives of the atmospheric carbon reservoir", publicado na revista Scientific Reports do grupo Nature.Bolsista de Doutorado Pleno do CNPq na Universidade de Oxford, Inglaterra, Eduardo Queiroz Alves, é um dos autores, em conjunto com seu grupo de pesquisa, do artigo "The use of the terrestrial snails of the genera Megalobulimus and Thaumastus as representatives of the atmospheric carbon reservoir", publicado na revista Scientific Reports do grupo Nature, onde apresentaram a utilização de duas espécies de moluscos terrestres, abundantes em muitos sítios do Brasil e América do Sul, como ferramenta para estabelecer a cronologia de sítios pré-históricos.
O artigo conta ainda, como um dos autores, o Professor Christopher Ramsey, orientador de Eduardo e um dos pesquisadores mais importantes do mundo em radiocarbono.
Eduardo explica que o estudo, multidisciplinar, trata de um conhecido problema na Arqueologia brasileira que tradicionalmente utiliza a datação por Carbono 14 de materiais encontrados nesses assentamentos.
Apesar de amostras de origem marinha serem abundantes em muitos sítios brasileiros, a diferença na atividade de carbono 14 entre o ambiente marinho e a atmosfera, onde o radionuclídeo é produzido, impõe um obstáculo para a datação desse tipo de material.
Assim, a data obtida para uma amostra terrestre é muitas vezes mais confiável e, por isso, restos vegetais carbonizados são datados com muito mais freqüência que ossos de peixes ou conchas de moluscos marinhos, por exemplo. O problema é que amostras terrestres nem sempre estão disponíveis de forma contextualizada ou em quantidade suficiente para permitir a datação.
"Nossos resultados representam um passo a frente para a pesquisa arqueológica brasileira, configurando uma nova forma de pensar em Arqueologia e marcando o início de mais pesquisas no sentido de tornar a Arqueologia brasileira cada vez mais interdisciplinar", aponto o bolsista.
Um segundo artigo - http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1871101416300541 - foi publicado em seguida e, baseando-se nos resultados obtidos, utiliza moluscos terrestres como representantes da concentração atmosférica de carbono para avaliar a discrepância entre as atividade de carbono 14 da atmosfera e das águas costeiras da Ilha de Cabo Frio, Rio de Janeiro.
Internacionalização e popularização da ciência brasileiraA pesquisa foi realizada com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj); parte no Laboratório de Radiocarbono da Universidade Federal Fluminense (UFF), coordenado pela professora Kita Macari, supervisora externa de Eduardo; parte no Laboratório da Universidade de Oxford, na Inglaterra, durante o pós-doutorado da professora Kita, realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); e ainda contou com pesquisadores de ambas as instituições.
"O apoio do CNPq foi fundamental para que o projeto fosse desenvolvido, uma vez que a primeira autora da publicação, professora Kita Macario, é Bolsista de Produtividade da Agência e outra autora, a Fabiana Monteiro de Oliveira, é ex-Bolsista de Doutorado Sanduíche na Universidade da Califórnia", finaliza o Eduardo.
Fazem parte do estudo, além do Professor Christopher Ramsey, o Dr. David Chivall da Universidade de Oxford, os pesquisadores Luiz Ricardo Simone (Bolsista de Produtividade CNPq) e Daniel Cavallari da Universidade de São Paulo e as pesquisadoras Carla Carvalho e Rosa Souza da Universidade Federal Fluminense.
Essa parceria entre instituições brasileiras e estrangeiras é apontada por Eduardo como um ponto fundamental para o estudo, mas, principalmente, para o desenvolvimento da pesquisa brasileira. ¿Acreditamos que a prolífica produção científica de qualidade de nosso grupo de pesquisa demonstra a importância de investimentos por parte das agências de fomento na internacionalização da ciência brasileira¿, ressalta.
Para isso, segundo Eduardo, o país já tem avançado bastante na área, como a inauguração em maio deste ano do Laboratório de Radiocarbono, do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF), ao qual Eduardo é vinculado, único no Brasil a utilizar a técnica de Espectrometria de Massa com Aceleradores, com potencial de levar o Brasil aos mais altos patamares da ciência em nível mundial.
No campo da popularização da ciência, o Instituto de Física possui ainda, um projeto com apoio do CNPq de divulgação de vídeos que tem como objetivo mostrar para alunos de ensino médio e para o público em geral um pouco da pesquisa desenvolvida na universidade: https://www.youtube.com/channel/UCz89IM7JfQPlEWgXcWtLiQQ
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Sex, 21 Out 2016 14:36:00 -0200
Universidade Católica lança aplicativo Idoso Ativo
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia propõe inclusão digital aliada a exercícios físicos por meio do aplicativo Idoso Ativo. A ideia é melhorar a qualidade de vida com foco em força, equilíbrio e postura.
Já se foi o tempo no qual o idoso era associado ao sedentarismo. Cada dia mais, pessoas acima dos 60 anos estão em constante atividade física e envolvidas com a tecnologia. Para tornar mais fáceis as tarefas do dia a dia, como abaixar-se, levantar-se ou subir escadas, e ainda aprimorar capacidades motoras dos idosos, o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB), em parceria com o curso de Fisioterapia, lançou em 2016 o aplicativo Idoso Ativo. Disponível gratuitamente nas plataformas Android e iOS, a proposta inédita no Brasil atrai usuários da terceira idade.
Com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), durante dois anos, a fisioterapeuta Cláudia Teixeira Santos, sob a orientação da professora do Mestrado em Gerontologia da UCB, Karla Vilaça, desenvolveu o projeto com foco na melhora do equilíbrio, da postura e da força idosos. Ao todo, são 24 exercícios voltados à capacidade funcional, divididos por fases e diferentes modalidades, e orientações para caminhada moderada em terreno plano. Cada modalidade é composta por séries e três exercícios que devem ser feitos em tempo estipulado. Karla explica que a interface também foi projetada para os idosos, com fases diferenciadas por cores e design simplificado. "As fases foram separadas por cor. Na cor azul, a fase 1 é mais simples, com exercícios iniciais de adaptação, e na fase 2, identificada na cor verde, começam os exercícios mais complexos.", frisou.
Inicialmente, o objetivo do aplicativo é orientar e estimular os idosos a praticarem atividade física, com enfoque em membros inferiores (pernas). A pesquisadora explica que foram priorizados exercícios mais práticos ligados à fisioterapia. "Priorizamos exercícios para a melhora da capacidade funcional do dia a dia desses idosos. Primeiro, ele faz o aquecimento, depois o fortalecimento, seguido pelo equilíbrio e, por fim, o relaxamento. Depois disso, é preciso preencher uma 'escala de percepção de esforço' para nos dizer como ele se sentiu e, assim, termos um monitoramento. Ele acessa o aplicativo por meio de cadastro com login e senha, por isso recebemos o feedback com os dados", frisou.
Para fins acadêmicos e clínicos, o aplicativo é autoexplicativo e de fácil usabilidade, além de possuir interatividade com o usuário. Cláudia e Karla contam que programadores desenvolveram a interface do produto enquanto elas forneceram os dados, com a seleção de exercícios específicos com base em revisão de literatura científica da fisioterapia. Ao aplicar os exercícios no pai de 76 anos, Cláudia pôde avaliar o nível das atividades. "Há idosos institucionalizados, sedentários, ativos e superativos. Meu pai é um idoso ativo, portanto, achou fácil. Quando entrei no mestrado, pensei no uso da tecnologia numa proposta de inclusão digital para a terceira idade. Alguns idosos já baixaram o aplicativo e estão utilizando em casa".
Para utilizar o Idoso Ativo, é preciso ter um smartphone com acesso à internet, pois a interface do aplicativo fornece vídeos para visualização online. A introdução oferece as principais informações e recomendações de como usar o aplicativo, suas etapas e os materiais necessários para cada atividade. A recomendação é utilizá-lo com acompanhamento de um fisioterapeuta e manter os exames médicos sempre atualizados. "Nossa preocupação foi selecionar exercícios simples para permitir que os idosos possam realizar em casa com o menor risco possível. Além disso, escolhemos materiais acessíveis que qualquer pessoa possui em casa, como bola, cadeira, escada e bastão", frisou Cláudia.
Idoso AtivoNesta etapa, o aplicativo está em fase de validação por meio de estudantes bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do curso de fisioterapia, que reúnem os idosos do Centro de Convivência do Idoso (CCI) na Universidade para executar a série de atividades do aplicativo. Segundo a professora Karla Vilaça, orientadora do projeto, o trabalho tem continuidade no curso de Fisioterapia da Universidade com o grupo do CCI, ao trazer benefícios tanto para os estudantes como para a comunidade. "A ideia de realizar exercícios utilizando o aparelho celular era um desafio inicial, no entanto, hoje constatamos que os idosos usam muito esse tipo de tecnologia e aderiram muito ao uso do nosso aplicativo".
Janaína Alves de Andrade, 23 anos, 8º semestre, está há um ano no projeto e avaliou a usabilidade e a satisfação do aplicativo. "Esse retorno quanto a facilidade de uso e leitura, qualidade do áudio e cores adequadasé muito importante. A utilização da tecnologia com o envelhecimento é algo inovador porque muitos ainda não sabem mexer no celular. Fui surpreendida com a interação deles: ao mesmo tempo em que possuem dificuldades, eles conseguem superar, tanto na questão do exercício como no uso do aplicativo. Para nós, o aplicativo dá uma base padrão de como podemos trabalhar com o idoso e, assim, ampliamos essa visão com algo diferenciado. É visível como eles ganharam força, pois as mesmas atividades ficam mais leves. Na pesquisa acadêmica, podemos aprofundar nossa prática com base na teoria", disse.
É a primeira vez que a senhora Rosalina Leandro Andreto, 67 anos, tem contato com esse tipo de tecnologia. "Eu achei os vídeos interessantes, mas ainda tenho muito dificuldade em mexer no celular. Faço pouca atividade, então, o projeto é uma forma de fortalecer os músculos", pontuou.
Dona Joecir Teresa Ribeiro, 65 anos, frequenta aulas de dança e academia. 'Saio para dançar, no mínimo, uma vez na semana e faço academia três vezes. Procurei a fisioterapia para tratar um problema de bursite nos quadris e aqui recebo todo o atendimento. O aplicativo ajuda porque a gente acaba esquecendo como fazer o exercício em casa e o tempo necessário. Com o vídeo, você assiste e repete facilmente. Sinto mais disposição".
Davi José Ferreira, 62 anos, é um dos idosos mais conectados do grupo. "Agora utilizo a tecnologia para melhorar meu joelho. O aplicativo é excelente. Sempre olho em casa antes e durante as aulas, é mais fácil. Já me adaptei aos exercícios e senti muita melhora nas articulações".
Conheça o aplicativo disponível para Android e iOS.Fonte: Imprensa UCB
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Qui, 20 Out 2016 14:34:00 -0200
Pesquisadores do INCT Café apontam estratégias para desafios no setor
Procon apontou que 30,7% do café em MG está impróprio para o consumo
O Estado de Minas Gerais é o maior produtor de café do país, sendo o Brasil o maior produtor e exportador mundial, de acordo com o Ministério da Agricultura.
No entanto, o Procon apontou, em setembro deste ano, que 30,7% do café em Minas Gerais está impróprio para o consumo. Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café) comentam o caso e sugerem o acompanhamento durante todo o processo de produção das indústrias, a educação sobre a qualidade do café, e novas aplicações para o café impróprio.
O INCT Café tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e faz parte do Programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), coordenado pelo CNPq, criado para mobilizar e apoiar os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do País.
Entre 2014 e 2015, o Procon analisou 241 mostras de café com o objetivo de instaurar procedimentos contra fornecedores que produzem café em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos competentes. A relação dos cafés analisados está disponível aqui. A pesquisa iniciou após a percepção, em 2013, de que o café 'torrado e moído' foi o que apresentou mais denúncias e não conformidades no segmento alimentício no Estado. De acordo com a investigação, 4,2% dos cafés registraram alto índice de ocratoxina, que é uma substância tóxica e cancerígena. O levantamento também apontou que 2,1% das amostras tinham milho. Em alguns casos, 6,04% do peso total do produto correspondia a elementos estranhos ao café.
A professora tutora do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café, do INCT e bolsista de Produtividade e Pesquisa do CNPq, Rosemary Gualberto, comenta que já foram realizadas diversas pesquisas em Minas Gerais sobre os efeitos da adulteração no café. Entre elas, uma análise dos principais adulterantes como casca, palha melosa e milho. Um dos efeitos é, por exemplo, a perda da ação antioxidante do café, com o acréscimo do milho que se transforma em açúcar. A pesquisadora acredita que falta um programa de controle e gestão de qualidade dentro das indústrias mineiras e sugere: "é preciso adotar estratégias que atuem junto com as empresas. Assim, elas poderão não apenas fazer um café que se enquadre, mas incorporar e assumir a ideia de controle de qualidade, beneficiando a todos e não só para evitar a multa", comenta.
Ensinar sobre a qualidade do café é uma das estratégias indicada pelos pesquisadores do INCT Café. Sendo assim, no dia 5 de outubro, foi inaugurada a CAFESAL, uma Cafeteria Escola da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Com ela, tem-se o objetivo de qualificar estudantes, professores, funcionários e comunidade externa no preparo e consumo de cafés de qualidade. Para saber a programação semanal, basta acessar a página da cafeteria no Facebook.
O coordenador do INCT Café e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Mário Lúcio Vilela de Resende, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), diante do cenário, sugere também: "para diminuir as irregularidades, a nossa ideia é tirar esse café ruim do mercado. É possível dar outro uso para ele, usando-o como fertilizantes de plantas, por exemplo. Estamos tentando achar outros caminhos e fazer outros produtos que tenham valor agregado e que não agrida a saúde", comenta.
Fonte: Fapemig
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Seg, 10 Out 2016 16:42:00 -0300
Bolsista do CNPq é medalha de ouro em espectrometria de massas
Ainda em clima de Olimpíadas, o professor da Unicamp Marcos Nogueira Eberlin, Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1B do CNPq, recebeu em Toronto, Canadá, mais uma medalha de ouro para o Brasil: a medalha J. J. Thomson, a principal honraria da área de espectrometria de massas no mundo, oferecida pela Fundação Internacional de Espectrometria de Massas (IMSF, na sigla em inglês). Um feito inédito, pois a medalha foi entregue pela primeira vez a um cientista sul-americano. Eberlin, que é fundador do laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas na Unicamp, recebeu a medalha durante a 21ª Conferência Internacional de Espectrometria de Massas no mês de agosto.
A escolha foi feita após votação dos representantes de 39 sociedades de espectrometria de massa afiliadas. Conforme a IMSF, os nomes foram escolhidos entre 17 candidatos indicados graças aos relevantes serviços para o desenvolvimento e propagação da espectrometria de massas pelo mundo. A medalha é muito concorrida e já foi concedida a nomes mundialmente reconhecidos como John Bennett Fenn, ganhador do Nobel de Química de 2002 e Graham Cooks, hoje o maior pesquisador em atividade da área.
O nome da medalha é uma homenagem a Joseph John Thomson, físico britânico que descobriu o elétron e é considerado o "pai da técnica" além de ganhador do prêmio Nobel de física de 1906. O laboratório ThoMSon da UNICAMP também recebeu este nome em homenagem ao cientista.
O docente da Unicamp fez uma palestra plenária para os quase 2000 mil conferencistas de várias partes do mundo, falando sobre "o grande despertar no Brasil da paixão pela ciência e pela espectrometria de massas no 'país do samba e do futebol'". O professor comentou sobre o crescimento da área no Brasil nos últimos 25 anos, desde que o laboratório foi criado em 1991 na Unicamp.
A espectrometria é uma técnica de caracterização molecular utilizada em praticamente todas as áreas de ciência. Só para citar um exemplo, durante uma cirurgia, a espectrometria caracteriza as moléculas que mapeiam tumores cerebrais. "Em 1991 nós começamos praticamente do zero no país, pois havia uns poucos pesquisadores na área, mas adotamos a filosofia de treinar o maior número possível de espectrometristras de massas brasileiros e, com isso, semeamos a técnica por todo o país", ressaltou o professor.
Eberlin lembrou que no Laboratório ThoMson já se formaram quase 200 alunos de vários níveis e que hoje atuam na academia e em empresas como especialistas na técnica. 'Começamos até a exportar pesquisadores e profissionais ". Segundo o docente, a medalha é um reconhecimento internacional que "não vem para uma pessoa ou para um grupo, mas para uma universidade que se estabeleceu como líder em pesquisas na América Latina, e pelo amplo reconhecimento internacional dessa liderança, e em uma área da ciência que é de fronteira". Eberlin destacou a liberdade de pesquisa, a autonomia, e toda uma estrutura de apoio e incentivo à pesquisa e a internacionalização, que a Unicamp oferece a seus pesquisadores.
Outro motivo de comemoração é que durante a conferência no Canadá, o Brasil através da sociedade brasileira que Eberlin preside, alcançou outro feito inédito na área: foi escolhido para sediar o congresso da sociedade internacional em 2020 no Rio de Janeiro. Será a primeira vez que o evento é realizado fora do eixo EUA, Europa e Japão. "Em dezembro agora, já realizaremos o segundo maior congresso, e em 2020 faremos o melhor e maior congresso de espectrometria de massas de todos os tempos, pois temos toda uma geração numerosa de jovens que faz hoje, com a paixão típica dos brasileiros, Ciência e Tecnologia de ponta numa área de sofisticação e extrema relevância. São momentos difíceis que passamos, mas já temos um presente brilhante e um futuro extraordinário em ciências em um pais que se apaixonou de vez por ela", falou com entusiasmo.
Fonte: Unicamp
Foto: Antônio Scarpinetti
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Qui, 06 Out 2016 17:02:00 -0300
Pesquisador do CNPq compõe equipe que descobre o maior dinossauro do Brasil
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Prof. Alexander Wilhelm Armin Kellner participou do projeto que descreveu recentemente o maior dinossauro já conhecido no Brasil: o Austroposeidon magnificus. Com cerca de 25 metros de comprimento, o animal viveu em território brasileiro há 70 milhões de anos alimentando-se de plantas.Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Prof. Alexander Wilhelm Armin Kellner participou do projeto que descreveu recentemente o maior dinossauro já conhecido no Brasil: o Austroposeidon magnificus. Com cerca de 25 metros de comprimento, o animal viveu em território brasileiro há 70 milhões de anos alimentando-se de plantas.
O Prof. Kellner. dedica-se ao estudo de fósseis de vertebrados desde a década de 1980, quando se formou em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente como Bolsista de Produtividade do CNPq, na área de Paleozoologia, desenvolve diversos projetos com apoio do CNPq e também de outras agências de fomento.
O projeto que resultou nessa descoberta conta com o trabalho de uma rede de pesquisadores de várias instituições - Museu de Ciências da Terra, Museu Nacional/UFRJ, Petrobrás e da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) - é fruto, também, da Bolsa de Produtividade nível 1B que o professor recebeu do CNPq que, dentre outros objetivos, envolvia o estudo e descrição de material fóssil que se encontrava depositado no Museu de Ciências da Terra (CPRM) do Rio de Janeiro.
O material descrito foi encontrado pelo paleontólogo já falecido, Llewellyn Ivor Price, durante a abertura de uma estrada nas proximidades de Presidente Prudente (SP), na década de 50. O diretor do Museu de Ciências Terra, Diógenes Campos, explica que a demora entre a descoberta e a descrição deu-se porque, à época, não havia material bibliográfico suficiente para comparação. "Para se ter uma ideia, este é apenas o 9º fóssil de dinossauro descrito no Brasil e o 23º de todos já descritos", explicou Campos.
Diógenes Campos apontou que descobertas como essas permitem uma maior compreensão da ecologia do passado, permite entender o processo de desaparecimento da espécie e ajuda a pensar formas de evitar novos desaparecimentos.
O diretor ressaltou, ainda, a importância do apoio das agências de fomento - a pesquisa foi parcialmente financiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), além do CNPq - para a união de esforços em uma rede de pesquisa.
"A descoberta de Austroposeidon não apenas contribui com novas informações anatômicas e evolutivas para os dinossauros, mas também mostra que espécies gigantes também reinavam no Brasil, há milhões de anos", complementa Kellner.
O fóssil ficará, agora, em exposição permanente no Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro.
Serviço
Museu de Ciências da Terra
Endereço:
Avenida Pasteur, 404 - Urca, Rio de Janeiro/RJ - CEP.: 22290255.
Horário de Funcionamento:As visitas podem ser feitas de terça a domingo, das 10h às 16h.
Atendimento:
A entrada é gratuita. A visita de grupos deve ser agendada por telefone.Contato:
Telefone: (21) 2546-0257 / (21) 2295-7596Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações do CPRM
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Sex, 30 Set 2016 11:53:00 -0300
INCT do CNPq lança o Índice de Bem-Estar Urbano dos municípios brasileiros
No atual contexto das eleições municipais, momento em que candidatos a prefeito de todo o país estão debatendo propostas para as cidades e sua gestão, o INCT/CNPq Observatório das Metrópoles promove o lançamento do Índice de Bem-Estar Urbano dos Municípios Brasileiros (IBEU-Municipal), com o propósito de oferecer mais um instrumento para avaliação e formulação de políticas públicas. O índice apresenta um levantamento inédito sobre as condições urbanas dos 5.565 municípios brasileiros, a partir da análise de dimensões como mobilidade, condições ambientais urbanas, condições habitacionais, atendimentos de serviços coletivos e infra-estrutura.No atual contexto das eleições municipais, momento em que candidatos a prefeito de todo o país estão debatendo propostas para as cidades e sua gestão, o INCT Observatório das Metrópoles promove o lançamento do Índice de Bem-Estar Urbano dos Municípios Brasileiros (IBEU-Municipal), com o propósito de oferecer mais um instrumento para avaliação e formulação de políticas públicas. O índice apresenta um levantamento inédito sobre as condições urbanas dos 5.565 municípios brasileiros, a partir da análise de dimensões como mobilidade, condições ambientais urbanas, condições habitacionais, atendimentos de serviços coletivos e infra-estrutura. O IBEU-Municipal mostra que entre os maiores desafios do Brasil estão a infraestrutura e os serviços coletivos. Ao avaliar o atendimento adequado de água e esgoto, coleta de lixo e atendimento de energia, mais de 50% dos municípios estão em condições ruins nesses serviços.
O IBEU Municipal oferece também, como recorte analítico, o ranking do bem-estar urbano das capitais dos estados (Vitória, Goiânia e Curitiba, por exemplo, estão nas primeiras posições; e Belém, Porto Velho e Macapá ocupam as últimas).
Os dados mostram que são grandes os problemas urbanos dos municípios brasileiros. Talvez o principal seja o da infraestrutura urbana (pavimentação, calçamento, iluminação pública etc), já que 91,5% dos municípios estão em níveis ruins e muito ruins, correspondendo a 2.579 como ruins (46,3%), e 2.516 como muito ruins (45,2%).
Outro grande desafio são os serviços coletivos urbanos (atendimento adequado de água, atendimento adequado de esgoto, atendimento adequado de energia e coleta adequada de lixo), já que mais de 50% dos municípios apresentam condições ruins e muito ruins nessa dimensão.
A coordenação de pesquisa para a produção do IBEU Municipal foi do professor Marcelo Gomes Ribeiro, e contou com o trabalho dos pesquisadores-bolsistas Gustavo Henrique P. Costa, Breno Willians N. Machado, Marina Martins de Araújo, Vitor Vilar Dromond, Dayanne N. de Olveirera Gomes e Tatiane Torres Castro da Silva.
DOWNLOADS
RANKING ¿ 100 MELHORES MUNICÍPIOS EM BEM-ESTAR URBANO
RANKING ¿ 100 PIORES MUNICÍPIOS EM BEM-ESTAR URBANO
BASE DE DADOS DO IBEU MUNICIPAL ¿ com as notas das dimensões e indicadores relacionados às condições urbanas dos municípios brasileiros.
QUADRO GERAL DO BEM-ESTAR URBANO
O IBEU Municipal aponta para uma grande diversidade referente ao bem-estar urbano. Apesar de apenas 6 municípios apresentarem condições muito ruim, somente 273 apresentam condições muito boas de bem-estar urbano, de um conjunto de 5.565 municípios do país. Esses 273 municípios que apresentam as melhores condições de bem-estar urbano correspondem a 4,9% do total de municípios do Brasil. Na parte inferior, há 1.068 municípios com condições ruins de bem-estar urbano, correspondente a 19,2%. Em condições médias de bem-estar urbano há 2.298 municípios, correspondente a 41,3%. E, em condições boas de bem-estar urbano, há 1.920 municípios, correspondente a 34,5%.
Quando se considera aqueles municípios que apresentaram as melhores condições de bem-estar urbano, observa-se que eles estão concentrados na Região Sudeste do país por concentrar 92% dos municípios, o que corresponde a um total de 252. Desses municípios, 1 localiza-se no Estado do Espírito Santo, 39 no Estado de Minas Gerais e 211 no Estado de São Paulo, com destaque para os municípios de Buritizal, Santa Salete e Taquaral, todos localizados em São Paulo, que ocupam as primeiras posições no ranking dos municípios brasileiros.
Entre os municípios que apresentam as piores condições, o único que se localiza na Região Nordeste, no Estado do Maranhão, ocupa a última posição de condição de bem-estar urbano ¿ Município Presidente Sarney. Os outros municípios nessa condição se localizam na Região Norte: há três municípios no Estado do Pará ¿ Vitória do Xingu, Pacajá e Marituba; há 1 no Estado do Amazonas ¿ Amaturá; e há 1 no Estado do Amapá ¿ Pedra Branca do Amapari.
BEM-ESTAR URBANO NAS CAPITAIS
As capitais das unidades da federação do Brasil também apresentam diversidade referente às condições de bem-estar urbano. Do total de 27 capitais, incluindo Brasília (Distrito Federal), 12 delas apresentam condições boas de bem-estar urbano, que são na ordem: Vitória (1ª), Goiânia (2ª), Curitiba (3ª), Belo Horizonte (4ª), Porto Alegre (5ª), Campo Grande (6ª), Aracaju (7ª), Rio de Janeiro (8ª), Florianópolis (9ª), Brasília (10ª), Palmas (11ª) e São Paulo (12ª).
São 9 capitais de unidade da federação que apresentam condições médias de bem-estar urbanos. Em ordem, são elas: João Pessoa (13ª), Fortaleza (14ª), Recife (15ª), Salvador (16ª), Cuiabá (17ª), Natal (18ª), Boa Vista (19ª), Teresina (20ª), Maceió (21ª) e São Luís (22ª), são quase todas capitais de unidades da federação da Região Nordeste, com exceção de Cuiabá, capital do Mato Grosso (Região Centro-Oeste), e Boa Vista, capital de Roraima (Região Norte).
Aquelas que apresentam condições boas de bem-estar urbano, com exceção de Aracaju, capital de Sergipe, que se localiza na Região Nordeste, localizam-se nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
As capitais de unidade da federação que apresentam condições ruins de bem-estar urbano são de um total de 6. São elas: Rio Branco (23ª), Manaus (24 ª), Belém (25ª), Porto Velho (26ª) e Macapá (27ª). Todas elas se localizam na Região Norte do país.
DIMENSÃO INFRAESTRUTURA URBANA
A infraestrutura urbana apresenta a pior situação de bem-estar para o país, pois 91,5% dos municípios estão em níveis ruins e muito ruins de bem-estar urbano, correspondendo a 2.579 como ruins ou 46,3% e 2.516 como muito ruins ou 45,2%. Há 441 municípios em condições médias de bem-estar urbano referente à infraestrutura. Somente 28 municípios apresentam condições boas e apenas um município apresenta condição muito boa, que é Balneário Camboriú, localizado no Estado de Santa Catarina.
O ranking das capitais de unidades da federação apresenta que há apenas 1 delas em nível muito bom de bem-estar urbano referente à infraestrutura urbana; 8 em condições médias; 14 em condições ruins; 4 em condições muito ruins. Isso mostra, também, que entre as capitais há gravidade das condições de infraestrutura urbana.
A única capital que apresenta condição boa é Vitória (1º), localizada na Região Sudeste do país.
As capitais que apresentam condições médias são: Goiânia (2º), Rio de Janeiro (3º), São Paulo (4º), Curitiba (5º), Belo Horizonte (6º), Brasília (7º), Porto Alegre (8º) e Florianópolis (9º). Dentre elas, duas estão localizadas na Região Centro-Oeste, três na Região Sudeste e três na Região Sul.
As capitais que apresentam condições ruins são: Aracaju, Campo Grande, Palmas, Recife, Salvador, Fortaleza, Teresina, Manaus, Natal, Cuiabá, João Pessoa, São Luís, Maceió e Belém. Há duas capitais localizadas na Região Centro-Oeste, três na Região Norte e todas as nove capitais da Região Nordeste.
As capitais que apresentam condições muito ruins são: Rio Branco (24º), Boa Vista (25º), Porto Velho (26º) e Macapá (27º). Todas elas se localizam na Região Norte do país.
DIMENSÃO SERVIÇOS COLETIVOS URBANOS
O bem-estar urbano observado pelo atendimento dos serviços coletivos é muito diverso entre os municípios brasileiros. Há 1.307 municípios com níveis muito bons, 681 municípios com níveis bons, 570 com níveis médios, 2.617 com níveis ruins e 390 com níveis muito ruins de bem-estar urbano referente aos serviços, o que corresponde a 23,5%, 12,2%, 10,2%, 47% e 7%, respectivamente. Como se vê, a maior parte dos municípios apresentam condições ruins e muito ruins, pois juntos ultrapassam 50%.
O fato de 2.617 municípios apresentar nível ruim de bem-estar urbano referente ao atendimento de serviços coletivos já demonstra que esse é um problema urbano nacional e não apenas metropolitano.
O ranking das capitais de unidades da federação apresenta que há 8 delas em níveis muito bons de bem-estar urbano referente ao atendimento de serviços coletivos; 5 em condições boas; 7 em condições médias; 7 em condições ruins. Isso mostra, também, que entre as capitais há diversidade da situação do atendimento de serviços.
As capitais que apresentam as condições muito boas são: Vitória (1º), Belo Horizonte (2º), Curitiba (3º), São Paulo (4º), Rio de Janeiro (5º), Salvador (6º), Porto Alegre (7º) e Brasília (8º). Dentre elas, estão todas as capitais da Região Sudeste, duas da Região Sul, uma da Região Centro-Oeste e uma da Região Nordeste.
DIMENSÃO CONDIÇÕES HABITACIONAIS URBANAS
A maior parte dos municípios brasileiros apresentam níveis satisfatórios de condições habitacionais urbanas, fundamental para obtenção de bem-estar na vida nas cidades. Do conjunto de 5.565 municípios do país, 30,5% apresentam níveis muito bons de bem-estar urbano referente às condições habitacionais, correspondendo a 1.701 municípios, e 52,5% apresentam níveis muito bons, correspondente a 2.926 municípios. Ou seja, ao considerar os níveis bons e muito bons, há 83% de municípios com condições satisfatórias de bem-estar urbano em termos habitacionais.
No ranking das capitais de unidades da federação, há 3 capitais que apresentam níveis muito bons de bem-estar urbano referente às condições habitacionais, são elas: Florianópolis (1º), Goiânia (2º) e Curitiba (3º), sendo que duas delas encontram-se na Região Sul e uma na Região Centro-Oeste.
DIMENSÃO CONDIÇÕES AMBIENTAIS URBANAS
A condição ambiental do bem-estar urbano apresenta situação muito favorável para a maior parte dos municípios brasileiros. Em condições muito boas há 2.182 municípios ou 39,2% do total de 5.565. Em condições boas de bem-estar urbano há 1.443, correspondendo a 25,9%. Ao considerar as condições boas e muito boas conjuntamente há 65% dos municípios brasileiros, o que demonstra que sua maioria se encontra em situação favorável referente às condições ambientais urbanas.
Há 1.055 municípios que apresentam o nível médio de bem-estar urbano referente às condições ambientais, correspondente a 18,9% do total. Apenas 788 municípios em condições ruins de bem-estar urbano e 97 em condições muito ruins, correspondendo a 14,1% e 1,7%, respectivamente.
DIMENSÃO MOBILIDADE URBANA
A dimensão de mobilidade do Índice de Bem-Estar Urbano concentra grande parte dos municípios brasileiros em condições boas e muito boas, correspondente a 12,1% e 84,7%, respectivamente, o que totaliza 5.388 municípios do país. Dos outros 177 municípios, 103 apresentam condições médias de mobilidade, 61 apresentam condições ruins e 13 apresentam condições muito ruins.
Quase todos os municípios que estão em condições muito ruins de mobilidade urbana localizam-se em contextos metropolitanos do país. Os municípios de Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Itapecerica da Serra e Franco da Rocha fazem parte da Região Metropolitana de São Paulo. Os municípios de Japeri, Queimados e Belford Roxo fazem parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os municípios goianos de Planaltina, Cidade Ocidental e Santo Antônio do Descoberto fazem parte da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, estão no entorno de Brasília. O município de Fazenda Grande integra a Região Metropolitana de Curitiba. O município de Ribeirão das Neves integra a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A única exceção é o município paulista de Santa Cruz da Esperança que não se encontra em contexto metropolitano.
Quando se analisa as condições de mobilidade urbana das capitais de unidades da federação do Brasil, apenas Rio de Janeiro e São Paulo aparecem com condições muito ruins.
METODOLOGIA
O INCT Observatório das Metrópoles lançou, em 2013, o Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU) com análises para as 15 principais metrópoles brasileiras. Agora com o IBEU Municipal foi calculado a qualidade do bem-estar urbano para para todos os municípios brasileiros com informações no Censo Demográfico de 2010, que totaliza 5.565 municípios.
Segundo Marcelo Gomes Ribeiro, coordenador do levantamento, apesar da distância de seis anos entre a obtenção dos dados e a divulgação dos resultados, o IBEU-Municipal ainda pode refletir as condições urbanas da maior parte dos municípios brasileiros, como são demonstrados por meio da atualização de alguns dos indicadores utilizados no IBEU-Municipal que estão disponíveis para outras escalas de análise existente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ¿ PNAD, base de dados que também é construída pelo IBGE.
IBEU Mobilidade Urbana. Avalia o deslocamento casa-trabalho.
IBEU Condições ambientais urbanas. Para analisar essa dimensão o IBEU concebeu três indicadores: arborização do entorno dos domicílios, esgoto a céu aberto no entorno dos domicílios e lixo acumulado no entorno dos domicílios.
IBEU Condições Habitacionais. As condições habitacionais também constituem uma importante dimensão que influencia o bem-estar das pessoas na cidade. Tal dimensão pode ser apreendida pela situação de adensamento (entendida pela razão número de pessoas no domicílio e número de dormitórios), pelas condições materiais da estrutura habitacional, assim como aglomeração dos domicílios.
O IBEU Infraestrutura urbana pode ser compreendido por sete indicadores de análise: iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Esses indicadores expressam as condições de infraestrutura na cidade que podem possibilitar (quando da sua existência) melhor qualidade de vida para pessoas, estando relacionados com a acessibilidade, saúde e outras dimensões do bem-estar urbano.
IBEU Serviços Coletivos Urbanos. Para analisar os serviços públicos essenciais para garantia de bem-estar urbano, o IBEU concebeu quatro indicadores: atendimento adequado de água, atendimento adequado de esgoto, atendimento adequado de energia e coleta adequada de lixo.
Os INCTs
Coordenado pelo CNPq, o Programa Institutos Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) foi criado para mobilizar e apoiar os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do País.
O programa promoveu a consolidação de 125 INCTs, abrangendo todas as cinco regiões brasileiras. São quase 2 mil instituições envolvidas, com 7 mil pesquisadores participantes.
Fonte: INCT Observatório das Metrópoles
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Sex, 23 Set 2016 07:00:00 -0300
CNPq divulga o resultado provisório da verificação dos critérios de elegibilidade da Chamada CNPq/CAPES/FAPs/BC-Fundo Newton/PELD nº 15/2016
O CNPq divulga o resultado provisório da fase de verificação dos critérios de elegibilidade das propostas conforme estabelecido na Chamada CNPq/Capes/FAPs/BC-Fundo Newton/PELD nº 15/2016 - Pesquisa Ecológica de Longa Duração (vide item 3.1.1). A Chamada esteve aberta para recebimento de propostas até 15/09/2016 e foram recebidas no total 168 propostas.
Os proponentes que não atenderam os critérios de elegibilidade receberão mensagem informativa e terão um prazo de 10 dias para apresentar recurso sobre a decisão.
O resultado definitivo da fase de verificação dos critérios de elegibilidade será divulgado posteriormente conforme cronograma da Chamada e as propostas elegíveis seguirão para a fase de julgamento de mérito.
Acesse a lista completa aqui.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Qui, 22 Set 2016 07:00:00 -0300
Ex bolsista do CsF publica artigo na Nature Communications
O artigo, publicado no dia 31 de agosto, conta com a coautoria do mestrando em Genética e Melhoramento, Dalton de Oliveira Ferreira.
Bolsista do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), nos Estados Unidos, Dalton de Oliveira Ferreira participou do projeto The role of JASMONATE ZIM-domain (JAZ) proteins in the regulation of plant growth and defense, orientado pelo professor Gregg Howe, por meio do qual trabalhou com mutagênese em plantas de Arabidopsis.
Esse trabalho, realizado durante o intercâmbio na Michigan State University (Estados Unidos), entre 2013 e 2014, gerou o artigo Rewiring of jasmonate and phytochrome B signalling uncouples plant growth-defense tradeoffs, publicado na Nature Communications no final de agosto.
Na época, Dalton era graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, em Viçosa, Minas Gerais. Segundo ele, o artigo fala sobre os estresses sofridos por plantas, como herbivoria (quando um animal se alimenta de parte da planta) e ataques de agentes causadores de doenças. O mestrando explica que as plantas acabam investindo energia para combater o estresse, gerando um déficit no seu desenvolvimento, e que "os mecanismos moleculares envolvidos neste processo ainda não são bem compreendidos".
O artigo demonstra que, em uma mutante de Arabidopsis, as compensações entre defesa e crescimento são mediadas pelo hormônio jasmonato. Análises revelaram que a inibição do crescimento relacionada ao aumento da resistência a insetos não é causada por um desvio de fotoassimilados (energia) para a defesa da planta; existe uma rede de transcrição conservada (expressão gênica conservada) que é programada para atenuar o crescimento após a ativação do hormônio jasmonato.
O primeiro autor do artigo também é brasileiro, o Professor Marcelo Lattarulo Campos que, hoje realiza o pós-doutorado e atua como professor substituto na Universidade de Brasília, mas, na época, cursava doutorado em Genética na Michigan State University, também sob a orientação do professor Gregg Howe.
Experiência como bolsista
Além dos resultados profissionais e acadêmicos importantes, Dalton, natural do distrito de Airões, de Paula Cândido (MG), aponta a experiência pessoal como ponto de destaque em sua participação no CsF."Sou de família humilde, criado na zona rural e, até então, não tinha perspectivas de conseguir um intercâmbio internaciona". O programa, de acordo com ele, ampliou horizontes, colocando-o em contato e mostrando sua aptidão para a área de biologia molecular de plantas, além de direcioná-lo para o mestrado do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento da UFV.
Segundo ele, a publicação do artigo em uma revista especializada é resultado de dedicação e esforço. "Não apenas meu, mas de um trabalho em conjunto, que envolve desde o grupo de pesquisa até a assistência técnico-administrativa responsável pelo CsF na Universidade", completa. Além disso, Dalton destaca o apoio da família, dos amigos e de professores como Marcelo Coutinho Picanço e Eugênio Eduardo de Oliveira, do Departamento de Entomologia.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Foto: Arquivo Pessoal
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Qua, 21 Set 2016 08:00:00 -0300
Estudo indica uma dose de ácido acetilsalicílico a cada três dias contra infarto e AVC
Uma dose de ácido acetilsalicílico a cada três dias previne infarto e AVC. A conclusão é de um estudo brasileiro realizado pelo Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Gilberto De Nucci, apoiado pela FAPESP e pela Biolab Farmacêutica. Os resultados foram publicados no The Journal of Clinical Pharmacology e o artigo foi destacado como "escolha do editor".
Para pacientes de risco, a ingestão de uma dose de ácido acetilsalicílico (AAS) a cada três dias pode ser tão eficiente na prevenção de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença vascular periférica quanto consumir o medicamento diariamente. E com uma vantagem: a probabilidade de complicação gastrointestinal diminui.
"Há 50 anos o AAS tem sido adotado na prevenção de eventos cardiovasculares, mas seu uso constante pode causar irritação e sangramento gástrico - muitas vezes sem sintomas prévios. Por isso, nos últimos anos, vem se tentando reduzir a dose. Neste estudo, propomos um esquema terapêutico diferente", disse Gilberto De Nucci, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), coordenador do Projeto Temático ao qual está vinculado o estudo.
Conforme explicou De Nucci, o ácido acetilsalicílico inibe a ação da enzima cicloxigenase (COX). Nas plaquetas, isso diminui a produção de tromboxano, um tipo de lipídeo que favorece a agregação plaquetária. Por essa razão, na linguagem popular, costuma se dizer que o AAS "afina" o sangue, ou seja, diminui a probabilidade de formação de coágulos que podem obstruir o fluxo sanguíneo.
Por outro lado, na mucosa gástrica, a inibição da enzima COX diminui a produção de prostaglandinas - substâncias lipídicas que protegem o estômago e o intestino.
"Originalmente, o AAS americano tinha 325 miligramas (mg) do princípio ativo. Na tentativa de diminuir os efeitos adversos, a dose foi reduzida para 162 mg e, depois, para 81 mg. Também há comprimidos de 75 mg a verdade é que, até hoje, ainda não se sabe ao certo qual é a dose necessária para obter o benefício cardiovascular", comentou De Nucci.
No ensaio clínico realizado durante o doutorado de Plinio Minghin Freitas Ferreira, na USP, sob orientação de De Nucci, foi adotada a dose de 81 mg. Vinte e quatro voluntários sadios foram divididos em dois grupos. Metade recebeu AAS todos os dias durante um mês. Os demais receberam o fármaco a cada três dias e, no intervalo, apenas placebo.
Antes e ao final do tratamento, todos os voluntários passaram por diversos exames, entre eles endoscopia, biópsia gástrica e teste de agregação plaquetária. Também foi medido no sangue o nível de tromboxano e, no estômago, o de prostaglandina do tipo 2 (PGE2).
"No grupo que tomou AAS todos os dias, houve uma redução de 50% na síntese de PGE2, enquanto nos voluntários que tomaram a cada três dias não foi observada diferença em relação aos níveis basais. Por outro lado, em ambos os grupos, a inibição de tromboxano foi superior a 95% e o resultado no teste de agregação plaquetária foi equivalente", contou De Nucci.
Na avaliação de Ferreira, os dados permitem concluir que o uso de AAS a cada 72 horas é tão eficaz quanto - e mais seguro ¿ do que seu uso diário. Essa descoberta, segundo o pesquisador, abre a possibilidade de adotar o fármaco também na prevenção primária de eventos cardiovasculares.
Atualmente, o Food and Drug Administration (FDA) - órgão que regulamenta o consumo de alimentos e de medicamentos nos Estados Unidos ¿ recomenda que o AAS seja usado apenas na prevenção secundária de doenças cardiovasculares, ou seja, em pacientes diagnosticados com doença vascular periférica e os que já tiveram algum episódio de infarto ou AVC e correm risco de um segundo evento. Somente nessa situação, segundo o FDA, os benefícios da terapia suplantariam os riscos de efeitos adversos.
"Com esse novo esquema terapêutico, o AAS também poderia ser usado no tratamento de pacientes que nunca tiveram um evento cardiovascular, mas apresentam alto risco, como os diabéticos", disse Ferreira.
Patente
Os dois grupos de voluntários que participaram do ensaio clínico receberam, além de AAS, o anti-hipertensivo losartan. Conforme explicou De Nucci, o objetivo foi mostrar que uma droga não influencia a ação da outra.
Em um estudo anterior, publicado no Journal of Bioequivalence & Bioavailability, o grupo já havia mostrado que o AAS não diminui a biodisponibilidade do losartan. As duas drogas são frequentemente associadas no tratamento de pessoas com insuficiência cardíaca, hipertensão e doenças isquêmicas.
"Em parceria com a Biolab, nós solicitamos nos Estados Unidos a patente do esquema terapêutico adotado no estudo. Umas das possibilidades em estudo é lançar um produto que associe, na mesma cartela, o AAS e o losartan ou algum outro medicamento. No primeiro dia, o paciente tomaria os dois fármacos, no segundo e no terceiro, apenas o anti-hipertensivo e placebo e assim por diante. Isso ajudaria as pessoas a tomar os medicamentos corretamente", afirmou De Nucci.
O artigo Acetylsalicylic Acid Daily vs Acetylsalicylic Acid Every 3 Days in Healthy Volunteers: Effect on Platelet Aggregation, Gastric Mucosa, and Prostaglandin E2 Synthesis (doi: 10.1002/jcph.685) pode ser lido em onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jcph.685/full .
Fonte: FAPESP