-
Sex, 29 Mai 2020 18:16:00 -0300
As gestantes, os recém-nascidos e a COVID-19
Diante das complicações, incluindo mortalidade, causadas por outros coronavírus e pelo vírus da influenza em gestantes e puérperas, mulheres que tiveram filhos há pouco tempo, o Ministério da Saúde recomenda uma atenção especial a este grupo na prevenção e tratamento da COVID-19.Diante das complicações, incluindo mortalidade, causadas por outros coronavírus e pelo vírus da influenza em gestantes e puérperas, mulheres que tiveram filhos há pouco tempo, o Ministério da Saúde recomenda uma atenção especial a este grupo na prevenção e tratamento da COVID-19. Para saber mais sobre o assunto, a equipe de COVID-19 DivulgAÇÃO Científica, que conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), conversou com Manoella do Monte Alves , médica e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e com Esaú Custódio João Filho , infectologista no Hospital Federal dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro.
Ainda não há, segundo o Ministério da Saúde, nenhum caso comprovado de crianças nascidas com má formação congênita por causa do COVID-19. A professora Manoella Alves esclarece que as gestantes sempre serão um grupo especial, assim como as crianças recém nascidas, as puérperas, os idosos e os imunossuprimidos em geral. Sempre quando surge uma doença nova, existe um medo de que esses grupos, em especial, incluindo as gestantes, possam desenvolver doenças mais graves. "É claro que se for recém-nascido com alguma doença que tenha comprometimento maior pulmonar, como a cardiopatia ou até uma doença pulmonar mesmo, congênita, com certeza, se ele adquirir uma pneumonia por coronavírus, vai tender a ser mais grave, mas não pelo fato em si de ser um recém-nascido, mas sim por ter essa comorbidade", afirma Manoella.
Apesar dos cientistas já terem detectado a presença do novo coronavírus na placenta de gestantes com COVID-19, por enquanto não há evidências científicas sobre a transmissão da doença para o bebê ainda no útero. "Até hoje não está bem provado se existe transmissão vertical, que é aquela da mãe para o feto, intra-útero, ou no momento do parto. Tem alguns poucos casos descritos, mas que ainda não são bem definidos", explica o infectologista Esaú Filho.
Em questão do tipo de parto para uma gestante com COVID-19, a professora Manoella explica que quem deve fazer a indicação é o obstetra. "Dependendo da indicação, não existe o maior risco se for normal ou cesárea", conclui.
Esaú Filho alerta para os cuidados que as mães com COVID-19 devem ter com os filhos recém-nascidos "A paciente deve usar máscara durante o período de quarentena. Ter muito cuidado em relação ao toque com a criança, estar sempre com a higienização das mãos, evitar beijar, ficar muito próximo", explicou.
Quanto à transmissão pelo leite materno, Manoella, aparentemente, não há risco e as mulheres devem, sim, amamentar os filhos recém-nascidos. "Ainda existe a possibilidade de retirar o leite materno e dar em separado para essa criança", lembra a professora. Para esse procedimento, é importante o alerta dado pelo infectologista Esaú, que aponta a importância da higienização, também, da bomba, caso ela seja usada, antes e após a retirada do leite.
Máscaras em crianças
Outro fator de preocupação entre mães é o uso de máscara em crianças pequenas. Sobre o assunto, Manoella explica que só podem ser usadas em crianças maiores de dois anos de idade e que o ideal é que o recém-nascido fique em casa. Segundo ela, dentro de casa, onde há janelas que recebem luz do sol, o bebê pode ficar em segurança.
Quando houver necessidade de saída para acompanhamento médico, por exemplo, o ideal, segundo a professora, é que, se a mãe puder, use transporte com poucas pessoas, preferencialmente, só ela. "E esse trajeto da criança até o local de atendimento deve ser feito da maneira mais breve possível", finaliza.
Confira o vídeo completo da entrevista em: https://www.youtube.com/watch?v=qXg-3NOoY_0&t=1s
O COVID19 DivulgAÇÃO Científica é uma iniciativa do Instituto Nacional de Comunicação da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), sediado na Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os canais da iniciativa são:
Facebook: facebook.com/coronavirusdc
Twitter: twitter.com/Covid_19DC
Instagram: https://www.instagram.com/covid_19dc/
YouTube: youtube.com/channel/UCmHB5LSPew9zZWDVUozJ14g
Site: www.coronavirusdc.com.br