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Sex, 22 Nov 2019 13:58:00 -0300
Seminário reúne 105 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
Coordenadores e membros dos 105 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) estiveram reunidos esta semana, em Brasília (DF), para apresentar os resultados dos seus projetos. Eles participaram do 3º Seminário de Avaliação dos INCTs, realizado pelo CNPq, em parceria com o MCTIC e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).Controle de pragas, melhoramento genético do café e de citros, impactos da poluição do ar e da água; polinização; sequestro de carbono; produção e uso de biocombustíveis; otimização da exploração e produção de petróleo, gás e carvão mineral; eficiência energética e sustentabilidade em edificações; óptica focada em promover soluções para problemas de saúde e melhorias na agricultura; déficits de aprendizagem; análises das realidades brasileiras, contribuindo para a criação de políticas públicas; sensores para diagnósticos a baixo custo de doenças; prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis; desenvolvimento de fármacos, biofármacos, imunobiológicos, kits para diagnósticos, etc; estudos sobre doenças tropicais negligenciadas.
Essas são apenas algumas das linhas de pesquisas desenvolvidas pelos 105 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, os INCTs, programa estratégico do Governo Federal coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Para acompanhar e avaliar o andamento de todos esses estudos, os coordenadores e membros desses institutos estiveram reunidos esta semana, em Brasília (DF), para apresentar os resultados dos seus projetos. Eles participaram do 3º Seminário de Avaliação dos INCTs, realizado pelo CNPq, em parceria com o MCTIC e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
Presidente do CNPq fala durante abertura do evento. Foto: Marcelo Gondim/CNPq
O seminário, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de novembro, teve como objetivo avaliar a execução dos projetos e dos seus resultados, possibilitando conhecer e divulgar os conhecimentos, as tecnologias e as inovações decorrentes do desenvolvimento das ações que o CNPq financia no âmbito do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.
Durante o evento, o presidente do conselho, João Luiz Azevedo, destacou que os institutos têm a capacidade de apresentar respostas rápidas a diversas demandas da sociedade. Azevedo lembrou o caso do Zika Virus, cuja epidemia foi objeto de pesquisas realizadas por INCTs que levaram a diagnósticos precisos para que o país pudesse enfrentar o problema com eficiência. E anunciou a criação de uma articulação recém estabelecida entre CNPq, MCTIC e INCTs para estudar o derramamento de petróleo no litoral brasileiro e apresentar soluções imediatas.
Por fim, o presidente do CNPq reforçou a importância do Seminário "que tem o objetivo não só de acompanhar e avaliar os nossos INCTS, mas também de dar transparência ao uso dos investimentos públicos em ciência e tecnologia e inovação permitindo o monitoramento de como esses recursos estão sendo usados por parte da sociedade", afirmou.
A diretora do CGEE, Regina Silverio, lembrou que o Centro contribui com a avaliação do programa dos INCTs como um todo. De acordo com ela, a ideia é apresentar ao público os resultados e fazer um aprimoramento da avaliação dessa iniciativa. "Nós fizemos no ano passado um estudo exploratório para avaliar o quanto o programa tem de potencial de inovação. Vimos que a interação dos institutos com as empresas e startups é bastante promissora", disse.
Na ocasião, o secretário de Políticas para a Formação e Ações Estratégicas do MCTIC, Marcelo Morales, ressaltou a necessidade de se comunicar a importância da ciência para a solução dos problemas nacionais. "A economia hoje é baseada no conhecimento. É extremamente importante dar essa mensagem. A ciência brasileira é que vai colocar o país no patamar de economia de nações desenvolvidas", afirmou.
Foi um evento estratégico para o Programa por ser uma oportunidade de se identificar os avanços alcançados pelos INCT, além de permitir que se visualizem oportunidades de aprimoramento e de eventuais ajustes de metas e/ou cronogramas. Além disso, em ação conjunta entre CNPq, FINEP e SEBRAE, foram promovidos encontros dos coordenadores dos INCTs com setor empresarial e órgãos governamentais no intuito de prospectar futuras parcerias para criação de produtos ou serviços resultantes das pesquisas realizadas, ações de aprimoramento de políticas públicas a partir do conhecimento gerado, entre outras iniciativas.
Apresentação de projetos dos INCTs na salas temáticas do Seminário. Foto: Roberto Hilário/CNPq
Confira o álbum de fotos completo do evento https://flic.kr/s/aHsmJwT1re
Audiência Pública
Na manhã da quinta-feira, 21, o financiamento dos INCTs foi tema de audiência pública na Frente Parlamentar Mista de Ciência Tecnologia Pesquisa e Inovação, no Senado Federal, que contou com a participação do CNPq, representantes da comunidade científica e coordenadores dos INCTs, além dos parlamentares.
A audiência contou com a presença do presidente do CNPq, do Senador Izalci Lucas, do Deputado Vitor Lippi, do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu de Castro, o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, do presidente da ABIPT, Paulo Foina, do Prof. Vanderlei Bagnato da Universidade Federal de São Paulo (USP), dentre outros pesquisadores.
O INCT
Criado em 2008, o programa é acompanhado diretamente pela Casa Civil e engloba grandes projetos de pesquisa de temáticas complexas e estruturados em subprojetos, muitos dos quais descentralizados nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa. O INCT contempla institutos formados por uma instituição sede com excelência em produção científica e/ou tecnológica, alta qualificação na formação de recursos humanos e com capacidade de alavancar recursos de outras fontes, e por um conjunto de laboratórios ou grupos associados de outras instituições, articulados na forma de redes científico-tecnológicas, com uma área ou tema de atuação bem definidos, em área de fronteira da ciência e da tecnologia ou em áreas estratégicas do Plano de Ação em CT&I.
O Programa, apoiado pelo CNPq e MCTIC, conta, ainda, com a parceria do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Os institutos que participaram do evento foram projetos aprovados em duas chamadas: 3 selecionados pelo Edital 71/2010, que totalizou investimentos da ordem de R$ 39 milhões, e 102 selecionados pelo Edital 16/2014, um investimento total de R$ 660 milhões.