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Sex, 25 Out 2019 15:04:00 -0300
Pesquisadora do CNPq é homenageada e toma posse como presidente da Aciesp
A nova diretoria da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) tomou posse no último dia 18 e tem como sua presidente a pesquisadora Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) e bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).A nova diretoria da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) tomou posse no último dia 18 e tem como sua presidente a pesquisadora Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) e bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Vanderlan é, ainda, membro do Conselho Superior da FAPESP e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O novo desafio começa após uma sequência de homenagens que Vanderlan recebeu no último mês. Em setembro, a professora foi homenageada pelo British Council em evento de reconhecimento a mulheres cientistas de destaque no mundo, junto com outras duas cientistas brasileiras: as professoras Maria Zaira Turchi (atualmente diretora do Departamento de Infraestrutura de Pesquisa e Políticas de Formação e Educação em Ciência do MCTIC) e Márcia Barbosa (diretora da Academia Brasileira de Ciências). Além disso, Vanderlan recebeu, às vésperas da posse na Aciesp, uma homenagem da Chemical Abstracts Service (CAS), uma divisão da Sociedade Americana de Química (American Chemical Society) em premiação da instituição que homenageia mulheres pesquisadoras de excelência na área da Química. "Faço parte da comissão julgadora dessa premiação e fui surpreendida com a homenagem da CAS. Foi uma surpresa e me deixou muito emocionada", disse a professora.
Profª Varderlan (à direita) em homenagem que recebeu da Chemical Abstracts Service (CAS) da Sociedade Americana de Química. Foto: Divulgação.
À frente da Aciesp, Vanderlan tem como vice-presidente o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), também bolsista PQ do CNPq, Paulo Artaxo, e como diretor executivo, o professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e bolsista PQ do CNPq, Adriano D. Andricopulo. A nova diretoria prevê ações articuladas com o poder público com o objetivo de subsidiar a elaboração de políticas de interesse do Estado, introduzir jovens pesquisadores aos seus quadros e captar recursos de parceiros públicos e privados para a realização de atividades diversas, entre elas um congresso anual em que serão discutidos temas de grande impacto na sociedade.
Vanderlan explica que a nova diretoria tem também como missão colocar em prática algumas ações que possam, além de expandir o papel da Aciesp, fortalecer o trabalho realizado pelas Diretorias anteriores. "Vamos fazer uma reestruturação administrativa e financeira. Queremos angariar mais sócios institucionais, além de aumentar o número de membros. A captação de recursos de sócios institucionais é uma fonte de verba na Academia Brasileira de Ciências (ABC) e nas academias de ciências de todo o mundo", explica.
A presidente eleita também conta que está nos planos da nova diretoria a criação de um Congresso Anual da Aciesp para discutir os avanços da ciência mundial, nacional e paulista. Segundo ela, esse congresso, que deverá contar com a presença de Prêmios Nobel convidados e será o primeiro tijolo de uma Reunião de Nobel de São Paulo, com um olhar para o continente americano, principalmente para a América Latina. "Isto é um sonho que acredito que podemos realizar no Estado de São Paulo. Esta ação demandará muito trabalho e organização, mas, vale apena investir, pelo que representará para os jovens talentos do Brasil e o continente Latino Americano", comenta Bolzani.
A questão das mulheres na ciência também é apontada pela professora como um desafio ainda a ser percorrido e está na pauta das ações da nova gestão. Segundo ela, são necessárias políticas públicas que mudem os ambientes escolares e estimule mudanças nos ambientes sociais para que as mulheres sejam mais estimuladas a entrarem no campo científico. Vanderlan aponta, ainda, o aumento da desigualdade entre homens e mulheres no topo da carreira. "Quanto mais ascenção ao topo das carreiras, menos mulheres", diz. Ela mesma precisou enfrentar vários obstáculos para chegar ao lugar de destaque que hoje ocupa. Paraibana, Vanderlan mudou-se para São Paulo aos 22 anos para fazer o mestrado no IQ-USP. E desafiou vários preconceitos para alcançar as conquistas em sua carreira. "Tive que ser ousada", afirma.
Divulgação Científica
Vanderlan acredita que o desafio da ciência hoje é melhorar a comunicação com a sociedade que, mesmo sendo beneficiada diariamente com resultados de pesquisas, não consegue reconhecer, muitas vezes, esse benefício. "A sociedade precisa estar do lado da ciência se quiser que o Brasil avance", aponta. E conclui: "a ciência tem que ser uma política de Estado, não de governos".
Nesse sentido, a professora pretende também investir em divulgação científica. "Uma das ações que queremos realizar, além de alavancar a visibilidade da Academia, é um congresso anual ACIESP para discutir os últimos avanços da ciência", conta.
Por fim, a pesquisadora ressalta a importância do CNPq para a ciência brasileira. Ela afirma que a agência "é um patrimônio de ciência e tecnologia do país". "Sua história mudou a cara da ciência no Brasil e fez o país ser respeitado mundialmente", completou.
Com informações da Agência FAPESP e Jornal da Ciência da SBPC