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Seg, 17 Jun 2019 11:10:00 -0300
Jovem Cientista ganha reconhecimento internacional
O brasileiro João Vitor Campos e Silva, vencedor do Prêmio Jovem Cientista, foi um dos laureados pelo Prêmio Rolex de Empreendedorismo. A premiação aconteceu em Washington, nos EUA, no último dia 14. Ele venceu a edição com outros cinco finalistas: um neurocientista francês, um especialista em TI de Uganda, uma bióloga molecular do Canadá e uma conservacionista da Índia.O brasileiro João Vitor Campos e Silva, vencedor do Prêmio Jovem Cientista de 2018, foi anunciado como um dos laureados pelo Prêmio Rolex de Empreendedorismo. A premiação aconteceu em Washington, nos Estados Unidos, no último dia 14. João Vitor foi o único brasileiro finalista no prêmio.
Biólogo, João foi selecionado com um projeto iniciado no doutorado, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em que avaliou um modelo de conservação na Amazônia que recupera populações de pirarucu, maior peixe de escamas do mundo, com alto valor comercial e cultural. Segundo o estudo, áreas protegidas equivalem a uma poupança bancária, gerando benefícios econômicos e sociais às comunidades. "O projeto desse prêmio é uma continuação do PJC, vamos ampliar o modelo. Com o Prêmio Rolex, teremos condições de ampliar a escala do manejo no rio Juruá, especificamente no Médio Juruá, contribuindo com o zoneamento da pesca e organização das comunidades rurais", aponta o pesquisador.
O pesquisador venceu o Prêmio Jovem Cientista em 2018 na categoria Mestre e Doutor e, agora, sua pesquisa ganha reconhecimento internacional. Foto: Divulgação/Prêmio Rolex
A pesquisa de João Vitor investiga o modelo que foi desenvolvido na Amazônia pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. A primeira experiência de manejo de pirarucu ocorreu em 1999 em uma área da Reserva Mamirauá assessorada pelo Instituto, após anos de pesquisas. Atualmente no Pós-Doutorado na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), João acredita que o plano de manejo é importante não apenas para salvar o peixe, também conhecido como arapaima, como também para garantir os meios de subsistência, a alimentação e a cultura das comunidades nativas, que dependem dos rios da região para sobreviver.
João Vitor explica que o manejo do pirarucu é uma atividade coletiva, onde as comunidades locais, ONGs, Universidades e governo trabalham juntos para garantir a recuperação da espécie e o bem estar das comunidades ribeirinhas da Amazônia. "Nossa ideia agora é pensar o manejo do pirarucu como um instrumento propulsor de desenvolvimento local, onde as florestas e lagos são protegidos pelas comunidades locais, ao mesmo tempo que os benefícios socioeconômicos também são garantidos", afirma.
Os próximos passos da pesquisa, segundo o biólogo, incluem a formação de um coletivo que está articulando a exportação do pirarucu para outros estados brasileiros, para que a sociedade em geral tenha acesso a um produto de alta qualidade que carrega um expressivo valor social e ecológico. "É uma honra muito grande receber esse prêmio, mas para mim o mais importante é a oportunidade de divulgação do trabalho árduo que as comunidades rurais tem desenvolvido na Amazônia. As comunidades rurais indígenas e não indígenas estão garantindo a proteção da maior floresta tropical do mundo", conclui.
O Prêmio Rolex
João Vitor Campos e Silva venceu a edição com outros cinco finalistas. Entre eles estão um neurocientista francês, um especialista em TI de Uganda, uma bióloga molecular do Canadá e uma conservacionista da Índia.
Os projetos deveriam ter foco em áreas como ambiente, tecnologia, saúde, ciência e exploração. Cada vencedor leva uma quantia em dinheiro para a aplicação nos trabalhos.
Segundo a organização do prêmio, os vencedores "mostram que com a dose certa de paixão e empenho, cada um de nós tem o poder de mudar tudo". Conheça os vencedores desta edição: https://www.rolex.org/pt-br/rolex-awards/finalists
O Prêmio Jovem Cientista
João Vitor conquistou, em 2018, o primeiro lugar na categoria 'Mestre e Doutor' da 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista, cujo tema foi 'Inovações para Conservação da Natureza e Transformação Social'.
Para ele, o "PJC foi fundamental nesse processo, pois ele deu bastante credibilidade ao projeto, em termos de avaliação dos benefícios sociais ecológicos e econômicos oriundos do manejo do pirarucu".
João Vitor durante as atividades de premiação do Prêmio Jovem Cientista, em Brasília, no ano passado. Foto: Roberto Hilário/CNPq
O Prêmio visa revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade.
Instituído em 1981, o Prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a primeira instituição federal de fomento à ciência, tecnologia e inovação e pioneira na concessão de prêmios no Brasil. O Prêmio conta com a parceria da Fundação Roberto Marinho e com o patrocínio da Fundação Grupo Boticário e do Banco do Brasil.
Saiba mais: http://www.jovemcientista.cnpq.br/