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Ter, 16 Out 2018 16:11:00 -0300
CNPq apresenta na Semana de C&T o Programa Mulher e Ciência
Aberta oficialmente nesta terça-feira, 16, pelo Ministro da Ciência Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, em Brasília, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) apresentará, por todo país, o que o Brasil tem produzido no setor para o desenvolvimento sustentável, o combate à desigualdade e a promoção da qualidade de vida da população.Aberta oficialmente nesta terça-feira, 16, pelo Ministro da Ciência Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, em Brasília, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) apresentará, por todo país, o que o Brasil tem produzido no setor para o desenvolvimento sustentável, o combate à desigualdade e a promoção da qualidade de vida da população.
A ideia do evento, segundo a diretora de Políticas e Programas de Inclusão Social do MCTIC, Sonia da Costa, é causar reflexão a respeito dos setores que sofrem com a falta de oportunidades iguais na sociedade. "O próprio desenho escolhido para representar a Semana Nacional retrata a mulher negra, que é a maior parte da população negra e que, hoje, possui a menor renda do país. São reflexões como essa que trazemos e queremos que jovens e meninas pensem a respeito", disse.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) participa da Semana no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade de Brasília, com o projeto Atraindo meninas e jovens mulheres do DF para a carreira em física, contemplado pela chamada do CNPq Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação de 2013, o primeiro nessa linha e uma ação no âmbito do Programa Mulher e Ciência.
O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, esteve presente na abertura e visitou o estande para conhecer o projeto e acompanhar a apresentação dos dois experimentos resultantes da pesquisa do grupo. Um deles utiliza nitrogênio líquido para resfriamento ultrarrápido na produção de sorvete. A experiência atrai a atenção das crianças que ficam surpresas com o resultado. "Agora eu vi como ciência é legal", disse João Victor, estudante do ensino fundamental I de uma escola pública do Paranoá, cidade-satélite de Brasília.
O experimento do resfriamento com nitrogênio líquido atrai a atenção das crianças
O Projeto
O projeto é coordenado pela Profª Adriana Ibaldo, do Instituto de Física da UnB, por meio do Grupo de Fundamentos, Divulgação Científica e Estudos de Gênero. As atividades do projeto englobam três vertentes: pesquisa, divulgação científica e extensão. No estande será possível discutir conceitos de Física em um ambiente propício ao encantamento e ao aumento do interesse pela área, além de promover a educação científica entre as alunas.
Segundo a professora Adriana Ibaldo, a pesquisa realizada no âmbito deste projeto vai além da Iniciação Científica (IC). As atividades de IC são essenciais para apresentar às alunas o "fazer pesquisa", mostrando conceitos de metodologia científica, permitindo o manuseio de equipamentos, confecção de amostras, tratamento de dados e sua análise e discussão. "Estas atividades permitem a introdução, a ambientação e maior motivação das alunas na/para a pesquisa científica, além de propiciar o aprofundamento da visão de importância subjetiva da área simultaneamente à percepção de que a aluna é capaz de ter um bom desempenho na área, o que pode resultar no aumento da identificação com a Física e a opção por possuir uma carreira na área", afirma.
A Prof ª Adriana Ibaldo fala de seu projeto ao presidente do CNPq
Na literatura não há dados sobre o Distrito Federal e Entorno, assim como no País, sobre os motivos por trás do baixo interesse e manutenção das mulheres na Física, e neste ponto, explica Adriana Ibaldo, "a pesquisa aqui proposta visa continuar a realizar pesquisa de vanguarda no tema, e permitirá entender o fenômeno de uma perspectiva local, endereçando as particularidades da região e de sua população". Ela afirma ainda que apenas após o entendimento deste fenômeno será possível propor diversas ações afirmativas melhor direcionadas, elevando assim as chances de sucesso em aumentar o interesse de meninas em idade escolar pela área de Física, e também promover a manutenção daquelas que optam por uma carreira na área.
No âmbito do Programa Mulher e Ciência, o CNPq já desenvolveu diversas ações, sendo as principais duas Chamadas: Meninas e Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação, na qual 325 projetos foram apoiados na primeira e a segunda foi lançada em agosto deste ano, com propostas em análise; quatro Chamadas de apoio a projetos de pesquisas na temática Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos, com 659 projetos aprovados; 11 Edições do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero para estudantes de Ensino Médio, Graduação, Pós-Graduação e Escolas da Educação Básica ; dois Encontros Pensando Gênero e Ciências, que reuniu mais de 200 núcleos de pesquisa de gênero de cerca de 100 universidades de todo o país; prorrogação de bolsas em caso de parto e adoção para mestrado, doutorado, pós-doutorado e produtividade em pesquisa; e seis Edições do Projeto Pioneiras da Ciência, sendo 79 pesquisadoras homenageadas.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Fotos: Marcelo Gondim