-
Qua, 29 Nov 2017 16:51:00 -0200
Ministro reconhece esforço da ciência brasileira para reduzir uso de animais em pesquisas
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, reconheceu o esforço de pesquisadores brasileiros na aplicação da ciência em sintonia com o que há de mais positivo no planeta. A declaração foi feita nesta quarta-feira (29) durante a entrega do Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos, criado para revelar novos talentos e impulsionar a pesquisa científica na área de experimentação animal. Os vencedores foram anunciados no início do mês.
O prêmio responde a uma demanda da sociedade para a adoção de métodos alternativos à experimentação animal e demonstra o esforço do MCTIC em aplicar a melhor ciência em benefício da população. "O que vocês fazem está sintonizado com o que há de mais positivo no planeta. É a vontade da sociedade de ver a nossa ciência sendo feita de forma politicamente correta, de maneira que não precisemos mais da utilização dos animais. A sociedade brasileira é grata pela seriedade com que vocês fazem seus trabalhos", afirmou o ministro.
Para o presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, atualmente, o país possui regras claras com relação à experimentação animal. "Hoje, temos comissões de ética em todas as instituições que fazem uso de animais em território nacional, e aquelas que não possuem essas comissões agem fora da lei. Somos pioneiros na América Latina na proteção do uso de animais para fins de pesquisa", declarou.
Prof. Marcelo Morales (segundo, da direita para esquerda) e os vencedores do Prêmio
O Prêmio
Dividido nas categorias Produção Acadêmica e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, o prêmio recebeu a inscrição de 83 trabalhos, sendo que 78 foram pré-selecionados para a disputa principal - 50 em Produção Acadêmica e 28 em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. Os primeiros colocados levaram R$ 15 mil cada um; os segundos R$ 7 mil; e os terceiros R$ 3 mil.
A premiação é organizada pelo MCTIC, com apoio do CNPq, e o Grupo Boticário, com apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"Desde 2000, o Boticário não realiza testes que envolvam o uso de animais nos seus produtos e estabeleceu parcerias com fornecedores e institutos que também não o façam. Sabemos que o futuro a gente constrói hoje e, sobretudo, queremos que ele seja mais sustentável. A tecnologia inovadora Pele 3D, desenvolvida como alternativa para testes de produtos cosméticos, deu ao Grupo Boticário o título de Empresa do Ano no Prêmio ABIHPEC Beleza Brasil 2017, o reconhecimento mais importante do setor de cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais no Brasil. A inovação é parte da essência do Grupo Boticário, que sempre investiu em métodos alternativos, e está na vanguarda da tecnologia para cosméticos. É por isso que queremos continuar sendo protagonistas nessa trajetória e inspirar mais pessoas e instituições a abraçarem essa causa conosco", afirmou o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, Márcio Lorencini.
Já o representante da Unesco, Fábio Eon, ressaltou que a ciência é um direito humano, com respeito à ética e a todas as formas de vida. "Essa celebração se coaduna com o que a Unesco defende. Temos avançado muito nessas discussões em comissões de bioética pelo mundo. Na América Latina, temos pelos menos 20 comitês de bioética instalados."
Durante a cerimônia, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, reforçou a importância de buscar alternativas que aprimorem ou diminuam o uso de animais em experimentação. "Esperamos que cada vez mais se consiga minimizar o uso de animais na experimentação, e que esses métodos realmente tragam um conforto para a população e para os profissionais da área de saúde", defendeu.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com ASCOM/MCTIC