Programa Mata Atlântica
O Programa Mata Atlântica foi criado no âmbito do Acordo de Cooperação Brasil-Alemanha com objetivos, metas e indicadores de Ciência e Tecnologia para a Gestão de Ecossistemas da Mata Atlântica, tendo sido desenvolvido entre 2001 e 2010. Seus objetivos foram:
a) estimular cooperação interinstitucional e multidisciplinar entre Brasil e Alemanha no ecossistema da Mata Atlântica e o intercâmbio de Brasileiros e Alemães em atividades de pesquisa e desenvolvimento;
b) gerar conhecimento sobre a estrutura e funcionamento do ecossistema da Mata Atlântica, tomando em consideração processos que levam a sua diversidade biológica e social;
c) gerar, adaptar, transferir e disseminar conhecimento e tecnologia no âmbito doméstico e internacional, assim como aperfeiçoar políticas e instrumentos de gestão ambiental que são consistentes com imperativos de sustentabilidade;
d) combinar conhecimento e tecnologia com a proposta de consolidação de métodos e processos de gestão ambiental baseados na interação entre diferentes segmentos sociais envolvidos no Programa no Brasil e na Alemanha; e
e) desenvolver e aplicar abordagens multidimentsionais para o entendimento global do meio ambiente e o estabelecimento de sólidas parcerias entre instituições brasileiras e alemãs.
Foram apoiados projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento que envolviam o intercâmbio de pesquisadores, capacitação e o treinamento de recursos humanos, nas seguintes áreas: gestão de ecossistemas; recuperação de ambientes aquáticos; aqüicultura; marcadores moleculares; taxonomia de grupos relevantes à Mata Atlântica; nutrição mineral; biologia da reprodução e microbiologia; ecofisiologia; modelagem, entre outros.
Projetos apoiados:
- Dinâmica interna em florestas pluviais: especificidade das interações entre bromélias e fauna associada (Coordenação: Carlos Brisola Marcondes - UFSC / Anne Zillinkens - Univ. Tübingen)
- Conservação da biodiversidade em paisagens fragmentadas no Planalto Atlântico de São Paulo (Coordenação: Jean Paul Walter Metzger - USP / Klaus Henle - UFZ)
- Sustentabilidade de remanescentes de floresta Atlântica em Pernambuco e suas implicações para a conservação e desenvolvimento local (Coordenação: Maria de Jesus Nogueira Roda - UFRPE / Gerard Gottsberger - Univ. Ulm)
- Biota do Solo e Biogeoquímica na Floresta Atlântica do Brasil (SOLOBIOMA): Avaliação da Qualidade de Ecossistema de Florestas Secundárias e de seu Potencial para Conservação da biodiversidade (Coordenação: Renato Marques - UFPR / Hubert Hofer - SMNK)
Os financiamentos foram exclusivamente por meio de bolsas de fomento tecnológico, conforme normas estabelecidas pelo CNPq. A submissão de propostas para obtenção de financiamento foi realizada em atendimento a editais públicos específicos do Programa. Somente pesquisadores vinculados a instituições brasileiras de ensino e pesquisa puderam submeter propostas.
O Programa foi executado pelo CNPq (pelo lado brasileiro) e pelo Bundesministerium für Bildung und Forschung - BMBF (pelo lado alemão).
Em sua primeira fase, no período de 2001 a 2005, foram apoiados 7 projetos cujos resultados foram avaliados em um Seminário Conjunto (Brasil / Alemanha) realizado em abril de 2005, onde ficou definido a prorrogação do Programa por mais 3 anos, agosto de 2006 a julho de 2009 e continuidade de 4 dos 7 projetos também por mais 3 anos, caracterizando a segunda fase do Programa.
Foi realizado entre 27 e 29 de Abril de 2010 o Seminário de Avaliação dos Projetos. A avaliação final do Programa considerou que foi um exemplo de sucesso na cooperação científica entre Brasil e Alemanha. Um número significativo de artigos científicos foi publicado. Quanto à formação de recursos humanos, um grande número de dissertações de Mestrado e teses de Doutorado foram defendidas. O Programa Mata Atlântica contribuiu para a gestão sustentável e conservação dos sistemas florestais fragmentados do bioma. Foram formados grupos integrados de pesquisa e stakeholders foram envolvidos nas colaborações. Conhecimentos foram desenvolvidos para gerenciar grandes consórcios interdisciplinares. O financiamento de longo prazo foi crucial para alcançar a experiência necessária para lidar com pesquisa biológica complexa e sua aplicação em níveis sociais.
Os seguintes pontos foram identificados para aperfeiçoamento da cooperação: (1) a facilitação da formação de grupos durante a fase de preparação das propostas podem ser melhorada por missões conjuntas de identificação de parceiros; (2) Uma coerência dos períodos de financiamento de ambos os lados é importante; (3) intercâmbio de recursos humanos e experiências entre grupos de pesquisa deve ser estimulada; (4) ambos os lados devem possuir financiamento para equipamentos, bolsas, viagens e itens de consumo.
Os avaliadores concordaram que o sucesso do Programa Mata Atlântica foi um importante passo para reforçar a tradicional cooperação científica entre Brasil e Alemanha.