Notícias Destaque em CT&I
-
Qua, 14 Mar 2018 18:22:00 -0300
CNPq participa do 8º Fórum Mundial da Água
Brasília sediará entre os dias 18 e 23 de março o maior evento sobre recursos hídricos: o 8º Fórum Mundial da Água. O CNPq participará com dois encontros: Painel de Alto Nível e Sessão Especial, nos dias 19 e 21, respectivamente. Os temas tratam da pesquisa na área de recursos hídricos.Brasília sediará entre os dias 18 e 23 de março o maior evento sobre recursos hídricos: o 8º Fórum Mundial da Água. Com o apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e de outros parceiros, o evento chegará pela primeira vez no hemisfério sul, trazendo a temática "Compartilhando Água". O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) estará presente ao evento em dois importantes encontros Painel de Alto Nível e Sessão Especial, nos dias 19 e 21, respectivamente.
No dia 19, com o título "Diálogo político e científico como chave para superar os desafios hídricos globais e apoiar a tomada de decisões", participam como convidados o Presidente do CNPq, Mario Neto Borges, e os diretores José Ricardo de Santana e Marcelo Marcos Morales. Esta sessão irá focar no compromisso político relativo ao papel fundamental e na contribuição da ciência para resolver tanto os desafios hídricos globais atuais, quanto os futuros. Um dos principais objetivos da sessão é aproximar conhecimento e avanços científicos na gestão hídrica à tomada de decisões e à formulação de políticas públicas.
A sessão do dia 21, organizada pelo CNPq, é complementar ao Painel de Alto Nível, proposto pelo Conselho. Durante as discussões, espera-se identificar formas eficazes para financiar, de forma estável e contínua, as melhores experiências, otimizando os recursos existentes e que envolvem usuários, agências de água e saneamento e tomadores de decisão de diferentes níveis de governança . Espera-se ainda desenvolver possíveis mecanismos e instrumentos de financiamento destinados à compilação e divulgação de informações existentes e dispersas, como transformá-las em produtos aplicáveis, processos e metodologias e como torná-las acessíveis à sociedade. Participam dessa sessão o presidente do CNPq, Mario Neto Borges e os diretores José Ricardo de Santana e Marcelo Marcos Morales. O tema da sessão é "Financiamento continuado para pesquisas sobre água".
O Fórum
O Fórum oportuniza um diálogo mundial, aberto e democrático, para estabelecer compromissos políticos relacionados à água. Também incentiva o uso racional, conservação, proteção, planejamento e gestão deste recurso em todos os setores da sociedade.
Durante o 8º Fórum Mundial da Água, os participantes poderão participar de atividades e discussões sobre o tema em diversas vertentes, tais como água e energia, economia, alimentos, cidades e ecossistemas, debates políticos entre autoridades governamentais e parlamentares, grupo focal de sustentabilidade; e interagir no Fórum Cidadão, uma plataforma para incentivar a participação efetiva da sociedade civil, além de exposição e feira.
O evento acontecerá de 18 a 23 de março de 2018, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. Para mais informações, acesse o site do evento.
SERVIÇO
Segunda-feira, 19
Painel de Alto Nível - "Diálogo político e científico como chave para superar os desafios hídricos globais e apoiar a tomada de decisões"
Horário: 14h30
Local: Sala 27 - Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília
Quarta-feira, 21
Sessão Especial - "Financiamento continuado para pesquisas sobre água".
Horário: 16h30
Local: Salas 19, 20 , 21 - Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Ter, 13 Mar 2018 17:53:00 -0300
Marco Legal de CT&I é tema de encontro
Evento no CNPq definiu os passos para a implementação do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentado desde fevereiro. O seminário aconteceu durante toda esta terça-feira, em Brasília, e reuniu autoridades, pesquisadores e iniciativa privada.O Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação está regulamentado desde fevereiro e agora precisa ser colocado em prática em todo o país. Para enfrentar esse desafio, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, defendeu a união de institutos de pesquisa, universidades e setor produtivo durante seminário realizado nesta terça-feira (13) no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
"Estou impressionado com a densidade dessa reunião e a presença expressiva dos maiores expoentes da pesquisa e da inovação no Brasil. Isso mostra a importância do Marco Legal e principalmente a relevância da transformação que passaremos daqui para frente com essa regulamentação", disse Kassab.
Ele ressaltou o esforço da comunidade científica até as aprovações da Emenda Constitucional 85, em 2015, e da Lei nº 13.243, em 2016, e a assinatura do Decreto nº 9.283, no mês passado. "Encerrada essa fase, partimos agora para o momento da implantação. E podem ter certeza de que será tão difícil quanto, porque o ser humano em geral é conservador, as instituições costumam ser lentas nas transições, e os governos são mais lentos ainda, em especial no mundo de hoje, porque qualquer mudança de postura sempre traz aquele receio da punição, do risco de fazer algo errado."
O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, definiu o Marco Legal como um "grande sonho" da comunidade científica, concebido na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em maio de 2010, e iniciado no ano seguinte pelos conselhos nacionais das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti). "De lá pra cá, várias entidades aderiram e hoje, na verdade, é um produto da sociedade brasileira, da interlocução e da interação entre os diversos envolvidos", lembrou. "Esse arcabouço vai nos permitir fazer o avanço da ciência brasileira na velocidade e na forma que precisamos."
Segundo Kassab, esse trabalho de enfrentamento terá apoio institucional do MCTIC, do CNPq e da Advocacia-Geral da União (AGU). "Tivemos a ideia de fazer esse seminário justamente para que, a partir de hoje, vocês tenham condições de dispor de um fórum permanente, para elucidar dúvidas e gerar transferência de conhecimento, diante das dificuldades que neste primeiro momento nós teremos para fazer valer essa nova regulamentação."
O ministro reiterou o esforço coletivo para que o Congresso Nacional apresente um projeto de lei que impeça contingenciamentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). "É impossível avançarmos sem recursos públicos a fundo perdido, sem contarmos permanentemente com o FNDCT", avaliou. "E eu aqui faço a sugestão de que se mobilizem. Estarei junto com vocês nessa batalha, porque, citando apenas o presente ano, nós estamos autorizados a gastar R$ 1,1 bilhão, ao passo que no Fundo serão arrecadados R$ 4 bilhões. Vejam só: reduzido à quarta parte. Se foi possível enfrentar o desafio do Marco Legal, por que não enfrentar essa questão?"
Transformação
Para o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Alvaro Prata, o Marco Legal autoriza uma transformação no Brasil, por meio de uma série de estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação tecnológica e à inovação. "Esse é um momento a ser celebrado, comemorado, embora tudo ainda esteja em construção. Temos muito que fazer, mas um passo importante foi dado nesses dois últimos anos, com o auxílio de todos vocês. Há uma mudança muito grande em curso".
Prata sugeriu aos participantes do seminário que leiam sistematicamente a lei e o decreto, para que formem seus próprios julgamentos. "Essas transformações precisam ser assimiladas. E a maneira como isso vai ocorrer depende muito da atuação de cada um".
Na avaliação do presidente do CNPq, os vetos presidenciais ao Marco Legal devem ser derrubados por criarem insegurança jurídica para a prática de pesquisa e desenvolvimento. Segundo Borges, o CNPq já revisa seus instrumentos legais para se alinhar ao Marco Legal, a começar pela prestação de contas. "Isso vai certamente simplificar a vida dos pesquisadores e, principalmente, a parceria entre as agências federais e as fundações estaduais de amparo à pesquisa".
O secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Vinícius de Souza, reforçou que o desafio de implementar o Marco Legal envolve, sobretudo, a adaptação de empresas e instituições de ciência e tecnologia. "Não adianta a gente ter feito todo esse esforço e não chegar na ponta", comentou. "Não foi um projeto criado dentro de gabinetes, mas um processo que veio de baixo para cima e envolveu dezenas de instituições das comunidades científica e empresarial".
Na visão do secretário do MDIC, a aprovação unânime da Lei 13.243 confirmou o grau de embasamento da proposta. "A prova de que o resultado ficou muito bom é que o projeto obteve consenso tanto na Câmara quanto no Senado", recordou. "Outro passo é recuperarmos os vetos. Ficaram coisas para trás, trechos aprovados por unanimidade no Congresso Nacional; e isso precisa ser retomado urgentemente para que o Marco Legal seja realmente completo".
Dentre os principais objetivos do Marco Legal, estão a remoção de barreiras burocráticas que prejudicam a atividade de pesquisadores e empresários inovadores e a criação de mecanismos para estreitar a integração entre instituições científicas e o setor empresarial. Ele aprimorou a legislação referente à matéria, especialmente a Lei da Inovação (Lei nº 10.973), de 2004.
Fonte: Ascom/MCTIC
Foto: Marcelo Gondim/CNPq
-
Seg, 12 Mar 2018 15:52:00 -0300
Brasil avança na criação do Centro de Sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
Compreender a complexidade ambiental e outras dimensões dos sistemas ecológicos exige uma abordagem holística que só pode ser alcançada por meio da identificação, recuperação e síntese de dados de fontes diversas; do intercâmbio entre pesquisadores das mais diferentes áreas; e de muita investigação.Compreender a complexidade ambiental e outras dimensões dos sistemas ecológicos exige uma abordagem holística que só pode ser alcançada por meio da identificação, recuperação e síntese de dados de fontes diversas; do intercâmbio entre pesquisadores das mais diferentes áreas; e de muita investigação. Essa é a ideia central que motivou agências de fomento à pesquisa e cientistas a conceber o Centro de Sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do Brasil.
Um passo importante para a implementação dessa iniciativa foi dado na semana passada, com o primeiro workshop do Centro, que reuniu por três dias pesquisadores de todo o país e representantes de diversas instituições governamentais e não governamentais com atuação na área de meio-ambiente. O encontrou contou ainda com a participação dos Diretores dos Centros de Sínteses dos Estados Unidos (SESYNC), da França (CESAB), da Alemanha (iDiv) e da Inglaterra (EOS), que apresentaram suas experiências na criação e na coordenação dessas organizações.
No encontro, os participantes discutiram a atuação do Centro brasileiro a partir de quatro tópicos principais: 1) Missão, visão, objetivos e estratégias para gestão, avaliação e monitoramento da implementação do Centro. 2) Parcerias Nacionais e Internacionais; 3) Mapeamento de atores a serem envolvidos e estratégia de comunicação; 4) Desafios e demandas para sínteses.
Nesse cenário, os centros de análise e síntese aparecem como ferramentas efetivas e indispensáveis para avaliar e integrar dados, trazendo sempre um novo valor ao conhecimento gerado regionalmente, facilitando o uso desse conhecimento para a elaboração de políticas públicas efetivas e geração de soluções.
Para a implementação do Centro no Brasil, são planejadas três fases: implementação, estrutura simplificada e estrutura consolidada. "Esse planejamento cuidadoso incluindo etapas em seqüência nos permitirá avançar com segurança para o estabelecimento de um Centro de excelência que possa ser uma referência nacional e internacional para sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. É preciso garantir o envolvimento de diversas instituições atuando desde o fomento da pesquisa, passando pela definição de políticas públicas até a sua implementação para que possamos fortalecer a ponte entre a ciência a tomada de decisão na área ambiental. Nesse sentido, iremos continuar a dialogar com os diversos atores que devem e querem fazer parte dessa iniciativa, em um processo de construção coletiva", aponta Marcelo Morales, do CNPq.
Presente no workshop, a pesquisadora Flavia Costa, do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA) acredita que o Centro de Sínteses é uma maneira de fazer com que as informações que ficam dispersas possam ser agregadas de uma maneira útil. "É uma diferença entre ter dados e ter conhecimento. O governo não quer ter dados, o governo quer ter conhecimento para solucionar os problemas nacionais. Nós como comunidade cientifica, queremos influenciar a tomada de decisões, porque nós somos um grupo que, às vezes, provê soluções mas muitas vezes contrapõe decisões de governo, e se nós não tivermos força para demonstrar que o conhecimento cientifico é sólido, nós perdemos nas negociações", conclui.
O evento contou com uma participação expressiva da comunidade científica da área. "É importante saber que estamos buscando construir coletivamente um Centro onde a comunidade se veja bem representada. Então buscamos ter nesse primeiro encontro um bom equilíbrio regional e de gênero e o resultado foi muito satisfatório. Pudemos observar uma grande motivação e convergência de proposições", analisa Marisa Mamede, do CNPq.
A professora da Universidade de Brasília, Mercedes Bustamante, uma das organizadoras do evento, defende que a criação do Centro é extremamente significativa para o Brasil, em especial quando pensamos na responsabilidade que o Brasil tem na conservação da sua biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos que essa biodiversidade gera não só para o Brasil, mas para o mundo. "Hoje nós somos o país com maior biodiversidade, nossa responsabilidade em conservá-la é planetária. Então, um Centro de Síntese como este nos vai dar a oportunidade de consolidar o conhecimento que nós já temos, e a partir desse conhecimento produzir novos conhecimentos e gerar respostas que a sociedade precisa. É uma excelente oportunidade para nós podermos avançar muito mais rapidamente no caminho do desenvolvimento sustentável", afirma a professora.
A iniciativa já conta com o envolvimento de instituições como Capes, FAPESP, CONFAP e MMA, além do CNPq. Diversas outras instituições com atuação na área de meio-ambiente e cooperação internacional também estiveram presentes no evento.
Coordenação de Comunicação Social
-
Seg, 12 Mar 2018 10:46:00 -0300
Fundação de Bill Gates e CNPq lançam desafio em Ciência de Dados
A Fundação Bill & Melinda Gates, em parceria com o Ministério da Saúde e o CNPq, lançou o primeiro Grand Challenges Explorations (GCE) exclusivo para pesquisadores brasileiros. O tema desta edição é "Ciência de dados para melhorar a saúde materno-infantil no Brasil". Serão US$ 100 mil para cada projeto.Em parceria com o Ministério da Saúde e CNPq, Fundação já investiu 4,8 milhões de reais em centro de dados e vai investir mais 3,3 milhões de reais em projetos inovadores na área
A Fundação Bill & Melinda Gates lançou o primeiro Grand Challenges Explorations (GCE) exclusivo para pesquisadores brasileiros. O tema desta edição é "Ciência de dados para melhorar a saúde materno-infantil no Brasil". A chamada busca propostas inovadoras que utilizem ciência de dados e modelagens para entender os principais fatores que impactam a saúde materna e o desenvolvimento infantil no Brasil. Cada projeto selecionado receberá US$ 100 mil para desenvolver a ideia.
O GCE para brasileiros é resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde, o CNPq, o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e a Fundação Bill & Melinda Gates (BMGF). A parceria busca soluções em 17 temas, que variam de ferramentas para identificação de riscos ao desenvolvimento infantil a avaliações do impacto de intervenções e programas sociais na saúde materno-infantil.
O objetivo é fomentar abordagens inovadoras de análise de dados relacionados a programas sociais e à saúde pública no Brasil para produzir novos insights e conclusões que podem melhorar a saúde materno-infantil não só dentro do país como também ao redor do mundo. Os candidatos podem escolher entre trabalhar com grandes bancos de dados já disponíveis ou colaborar com o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS).
As inscrições para o Grand Challenges Explorations começaram no dia 5 de março e vão até 2 de maio. Qualquer pessoa pode enviar projetos. Não é necessário ser mestre, doutor nem anexar currículo, referências ou resultados prévios. A seleção é baseada exclusivamente na qualidade da proposta, que deve ser inovadora, e no seu potencial para resolver grandes desafios globais. São aceitos projetos de candidatos de qualquer área ou organização, incluindo universidades, laboratórios, institutos de pesquisa, ONGs e empresas privadas. Para participar, basta descrever sua ideia em duas páginas em inglês com uma cópia em português.
Para mais informações sobre como enviar projetos: https://goo.gl/Gsc6aa
Esta é a segunda vez que a Fundação Gates, o Ministério da Saúde e o CNPq investem no potencial de pesquisadores e inovadores brasileiros em gerar dados relevantes em saúde para informar políticas públicas. Em 2015, aproximadamente 4,8 milhões de reais foram destinados para a criação e manutenção do Cidacs até 2020. Nesta chamada, o Cidacs, instituição de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e sediada em Salvador, vai disponibilizar informações anonimizadas geradas a partir da vinculação de quatro bases de dados (cadastro único, mortalidade, nascimentos e do programa bolsa família) para pesquisadores financiados pelo Grand Challenges Explorations Brasil. A ideia é que os pesquisadores trabalhem em parceria com o Cidacs.
No Cidacs, o pesquisador pode acessar informações anonimizadas de mais da metade da população brasileira, oriundas da vinculação das seguintes bases de dados: Cadastro Único (CadUnico), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Programa Bolsa Família. A vinculação dessas informações constitui a base da Coorte de 100 milhões de brasileiros, plataforma de estudos de acompanhamento por meio da qual é possível avaliar o impacto de políticas públicas nas condições de saúde da população, inclusive de crianças e mulheres, foco desta chamada do GCE.
Atualmente, há mais de 20 projetos no Cidacs que tem por base a Coorte de 100 milhões de brasileiros. Entre elas, estão estudos que avaliam o impacto de programas sociais, como o Bolsa Família, em indicadores como: mortalidade em crianças menores de 5 anos, mortalidade materna, ocorrência de gravidez na adolescência ou do nascimento de bebês prematuros ou com baixo peso. Ao disponibilizar um grande volume de informações socioeconômicas, demográficas, de condições de habitação e saneamento, e outras informações sobre a frequência aos serviços de saúde, como consultas de pré-natal, a coorte potencializa a análise dos impactos das políticas sociais na saúde. "Com a Coorte é possível acompanhar indivíduos ao longo do tempo e analisar as relações causais", explica a pesquisadora do Cidacs, Dandara Ramos.
Desde 2009, 14 projetos brasileiros foram apoiados pela iniciativa Grand Challenges Explorations em chamadas abertas para pesquisadores do mundo todo. Além do financiamento de 100 mil dólares da Fundação Gates, os brasileiros podem receber nesta chamada um adicional de 25% a 50% do valor total das FAPs de seus estados. O professor de Obstetrícia da Universidade Estadual de Campinas, José Guilherme Cecatti, foi o mais recente pesquisador financiado pelo GCE. Ele pretende testar, pela primeira vez, se a atividade física e os padrões de sono durante a gestação têm relação com complicações como o diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e parto prematuro. "O grande diferencial é que o GCE aposta na ideia que você está apresentando de algo que pode dar certo, sem a necessidade de ter um projeto completamente desenvolvido para submissão", diz Cecatti. "Se for selecionado, o pesquisador terá a oportunidade de discutir com outros inovadores do mundo todo que estão desenvolvendo ideias similares em grandes encontros internacionais".
SOBRE O CIDACS
O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS) é uma instituição de estudos e pesquisas baseada em projetos interdisciplinares originados na integração de grande volume de dados. Com auxílio de recursos computacionais de alto desempenho e do conhecimento já acumulado pelos pesquisadores associados, o CIDACS contribui para a produção de conhecimentos científicos inovadores para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população, além de apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade.
SOBRE A FUNDAÇÃO BILL & MELINDA GATES
A Fundação Bill & Melinda Gates acredita que todas as vidas têm o mesmo valor e trabalha para garantir que todos tenham uma vida saudável e produtiva. A organização está focada em melhorar a saúde das pessoas para dar a elas a chance de se libertarem da fome e da extrema pobreza. Baseada em Seattle, Washington, a fundação é comandada pelo CEO Jeff Raikes e co-presidida por William H. Gates, sob a direção de Bill e Melinda Gates e Warren Buffet.
SOBRE O GRAND CHALLENGES EXPLORATIONS
Em 2007, a Fundação Gates lançou o Grand Challenges Explorations para envolver mais inovadores do mundo mais rapidamente. Boas ideias surgem em todos os lugares. Duas vezes ao ano, o Grand Challenges Explorations aceita propostas de projetos de alto risco e alta recompensa em uma série de desafios.No Brasil, uma parceria com Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) garante um aporte adicional de 25.000 a 50.000 dólares a inovadores de seus estados que tiverem suas ideias selecionadas pelo programa.
SOBRE A PARCERIA ENTRE A FUNDAÇÃO GATES E O MINISTÉRIO DA SAÚDE
Em 2011, o Ministério da Saúde e a Fundação Bill & Melinda Gates assinaram um Termo de Cooperação para formalizar uma parceria estratégica, a chamada Brazil Strategic Alliance (BSA), que tem por objetivo contribuir com recursos e experiência para prioridades mútuas em saúde, com potenciais benefícios para a saúde pública no Brasil e no mundo. O sucesso da parceria foi reforçado em abril de 2017 quando um novo Termo de Cooperação foi assinado pela Fundação e o Ministério, renovando o BSA por mais cinco anos. O acordo prevê colaborações em uma série de iniciativas, que incluem assistência a produtores de vacinas, inovações para o tratamento da malária e o programa Grand Challenges Brasil entre outros. Duas chamadas do Grand Challenges já foram lançadas para brasileiros: Prevenção e Manejo de Partos Prematuros (2013) e Desenvolvimento Saudável para Todas as Crianças (2014). Elas selecionaram 21 projetos, que receberam 25 milhões de reais dos parceiros, e devem ser finalizados até 2020.
-
Sex, 09 Mar 2018 16:18:00 -0300
Fórum do Confap reúne autoridades de CT&I
Terminou nesta sexta-feira, 9,o Fórum do Confap, em Florianópolis, com a presença de autoridades políticas e científicas, pesquisadores e empreendedores. A abertura do Fórum contou com a presença do Ministro Kassab e do Presidente do CNPq, Mario Neto Borges.Terminou nesta sexta-feira, 9,o Fórum do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), em Florianópolis (SC), com a presença de autoridades políticas e científicas, pesquisadores e empreendedores.
A abertura do Fórum contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, do Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, do governador de Santa Catarina, Eduardo Moreira; da presidente do Confap, Maria Zaira Turchi; e do presidente da a Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc), Sergio Gargioni. Na ocasião, foram anunciadas Chamadas para 2018 e ações de incremento da inovação no estado de Santa Catarina.
Além disso, foi assinado o Termo de Ratificação do Acordo do CNPq com (Fapesc) para a concessão de bolsas em nível de graduação e mestrado para os executores técnicos de cada um dos mais de 100 projetos contemplados na chamada pública do Sinapse da Inovação. A iniciativa foi criada em 2008 para apoiar o empreendedorismo inovador no estado.
A presidente do Confap e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Maria Zaira Turchi, abriu a cerimônia ressaltando o foco dado às discussões sobre inovação que permearão a realização deste Fórum. "O Confap propicia a permanente coordenação de nossas atividades, propõe ações conjuntas e articula o sistema estadual de ciência e tecnologia. Nossos encontros possuem relevância estratégica e política. Daí, a enorme importância de estarmos aqui, nesse espaço do Acate, tendo a Fapesc preparado com tanto empenho esse Fórum com foco na inovação", destacou.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) têm se mostrado importantes pilares para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no País. Durante a solenidade, o ministro anunciou que serão discutidas, durante o Fórum, novas ações com as FAPs, como um novo edital Universal e programas de pesquisa para a educação básica e para a agropecuária sustentável. "Eu quero não apenas convidar, mas convocar as Fundações para que elas possam participar efetivamente com suas contribuições para que a gente possa mostrar que o Brasil sai da crise e encontra seu caminho, principalmente, com o apoio da ciência, da tecnologia e da inovação", sublinhou.
Na quinta-feira, 8, o CNPq participou da Mesa Redonda ¿Parceiros Nacionais¿, que contou com apresentações do MCTIC, da CAPES, da FINEP e a EMBRAPII. No evento, o diretor de Cooperação Institucional do CNPq, Prof. José Ricardo, apresentou os resultados do Grupo de Trabalho do CNPq com as Fundações Estaduais. "Foi uma importante oportunidade de produtiva interação entre o CNPq e as FAPs em benefício da CT&I no País", disse Mario Neto Borges, presidente do CNPq.
Investimentos
Kassab voltou a defender a recuperação do orçamento da ciência e tecnologia e o incentivo à interação entre aos setores público e privado. "Não há a menor possibilidade de o Brasil encontrar uma saída para a sua crise econômica sem investimento expressivo no campo da ciência e da inovação. Precisamos muito de verbas públicas, e que elas sejam cada vez melhor utilizadas. Precisamos muito de uma conscientização plena da sociedade brasileira de que a pesquisa, a ciência e a inovação precisam de parcerias com o capital privado. E as empresas também precisam de investimentos a fundo perdido. Temos que fazer os investimentos compatíveis com as necessidades desse importante pilar do nosso desenvolvimento", ressaltou.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Qua, 07 Mar 2018 15:41:00 -0300
Soja é usada como fábrica biológica de proteína contra a AIDS
Sementes de soja geneticamente modificadas constituem, até o momento, a biofábrica mais eficiente e uma opção viável para a produção em larga escala da cianovirina - uma proteína extraída de algas - muito eficaz no combate à AIDS.Sementes de soja geneticamente modificadas constituem, até o momento, a biofábrica mais eficiente e uma opção viável para a produção em larga escala da cianovirina - uma proteína extraída de algas - muito eficaz no combate à AIDS. Este é o resultado de pesquisa realizada em parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês) e a Universidade de Londres e que foi tema de artigo da edição de 13/02 da revista norte-americana Science (número 6223 Vol. 347 página 733, seção Editors choice).
A pesquisa, que começou a ser desenvolvida em 2005, se baseia na introdução da cianovirina - uma proteína presente em algas que é capaz de impedir a multiplicação do vírus HIV no corpo humano - em sementes de soja geneticamente modificadas para produção em larga escala. O objetivo final é o desenvolvimento de um gel, capaz de eliminar o vírus, para que as mulheres apliquem na vagina antes do relacionamento sexual.
Segundo Elíbio Rech, pesquisador de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenador dos estudos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e também um dos autores do artigo, foram realizados testes com outras biofábricas, como plantas de tabaco (N. tabacum e N. benthamiana), bactéria (E. coli) e levedura (S. cerevisiae). Entretanto, a única biofábrica que mostrou ser uma opção viável para a produção de cianovirina foi a semente de soja transgênica porque permite que a proteína seja largamente escalonada até a quantidade adequada. Aliado a esse fato está o benefício do baixo custo do investimento requerido na produção da matéria prima para extração da molécula.
Para se ter uma ideia do potencial da soja como fábrica biológica para produção da cianovirina, no resumo do artigo publicado na Science, os cientistas afirmam que "grosso modo, se a soja geneticamente modificada for plantada em uma estufa menor do que um campo de beisebol (97,54 metros) é possível fornecer cianovirina suficiente para proteger uma mulher 365 dias por ano durante 90 anos".Rech explica que os efeitos positivos da cianovirina contra a AIDS já estavam comprovados desde 2008 a partir de testes realizados com macacos pelo instituto norte-americano. A capacidade natural dessa proteína, extraída da alga azul-verde (Nostoc ellipsosporum), de se ligar a açúcares impedindo a multiplicação do vírus já é conhecida pela comunidade científica mundial há mais de 15 anos. "O que faltava era descobrir uma forma eficiente e econômica para produzir a proteína em larga escala", completa.
A utilização de plantas, animais e microrganismos geneticamente modificados para produção de medicamentos faz parte de uma plataforma tecnológica com a qual o pesquisador vem trabalhando desde a década de 1990. "As biofábricas ou fábricas biológicas são capazes de expressar moléculas de alto valor agregado com custos baixos e, por isso, são opções viáveis para produção de insumos, como medicamentos e fibras de interesse da indústria, entre outros", afirma. Além disso, valorizam ainda mais o agronegócio brasileiro, já que permitem a agregação de valor a produtos agropecuários, como plantas, animais e microrganismos. Por isso, ele acredita que o cenário no Brasil daqui a dez anos será totalmente influenciado pela biogenética.
O faturamento da biotecnologia na indústria farmacêutica mundial cresceu muito nas últimas décadas e hoje alcança aproximadamente 10 bilhões de dólares por ano. Os produtos biotecnológicos estão em franco desenvolvimento e hoje representam cerca de 10% dos novos produtos atualmente no mercado.
A expectativa da Embrapa ao investir em pesquisas com biofármacos, como explica Rech, é fazer com que esses medicamentos cheguem ao mercado farmacêutico com menor custo, já que são produzidos diretamente em plantas, bactérias ou no leite dos animais. Existem evidências de que a utilização de biofábricas pode reduzir os custos de produção de proteínas recombinantes em até 50 vezes.Ele explica que as plantas produzem proteínas geneticamente modificadas, idênticas às originais, com pouco investimento de capital, resultando em produtos seguros para o consumidor. Além disso, representam um meio mais barato para a produção de medicamentos em larga escala, pois como não estão sujeitas à contaminação, evitam gastos com purificação de organismos que são potenciais causadores de doenças em humanos. Sem falar na facilidade de estocagem e transporte.
Países com altos índices de infestação por AIDS terão acesso livre à tecnologia
Além de inovadora, a pesquisa tem um forte componente humanitário. Países em desenvolvimento com altos índices de infestação da AIDS, como alguns da África, por exemplo, terão licença de produção e uso interno, livre do pagamento de royalties. Aquele continente continua sendo o mais afetado pela doença, com 1,1 milhão de mortos em 2013, 1,5 milhão de novas infecções e 24,7 milhões de africanos contaminados. África do Sul e Nigéria encabeçam a lista dos países mais afetados.
Na América Latina, com 1,6 milhão de soropositivos em 2014 (60% deles, homens), o país mais preocupante é o Brasil, onde o índice de novos infectados pelo vírus subiu 11% entre 2005 e 2013, tendência contrária aos números globais, que apresentaram queda no mesmo período. Na Ásia, os países que apresentam maior contaminação são Índia e Indonésia, onde as infecções aumentaram 48% desde 2005.Elibio Rech criou e lidera um grupo de pesquisas, que atualmente constitui referencia nacional e internacional na expressão de proteínas heterólogas em vegetais e animais. Estuda a expressão de biomoléculas de valor farmacêutico e industrial em plantas, animais e microrganismos. Estuda os processos de integração e expressão de sequencias regulatórias em genomas. Estuda o genoma das glândulas produtoras de sedas de aranhas e a produção de novos materiais. Estuda os impactos associados à agropecuária global e avaliação da interface da Ciência e objetivos sociais e econômicos. Estuda a evolução e aplicação da ciência para o desenvolvimento de processos e produtos através da manipulação da tecnologia do DNA recombinante. Tem estado ativamente envolvido em diferentes segmentos do Governo Federal sobre a questão da elaboração da lei, atividades de biossegurança e políticas de Ciência e Tecnologia. Para desenvolver seus estudos, também conta com apoio financeiro do CNPq por meio de vários Editais.
Coordenação de Comunicação Social (com informações da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia)
-
Sex, 02 Mar 2018 16:15:00 -0300
CNPq firma parceria no setor de cooperativismo
Realizada na última quinta-feira, 1, a assinatura de acordo entre o CNPq e o SESCOOP para parceria que prevê o lançamento de uma chamada pública no setor de Cooperativismo, no valor de R$ 2,8 milhões a serem aplicados em capital, custeio e bolsas.Realizada na última quinta-feira, 1, a assinatura de acordo entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP) para parceria que prevê o lançamento de uma chamada pública no setor de Cooperativismo no valor de R$ 2,8 milhões a serem aplicados em capital, custeio e bolsas.
O evento aconteceu no SECOOP e contou com a participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico, Mario Neto Borges e do Presidente do SESCOOP, Márcio Lopes de Freitas.
Para o presidente do CNPq, "esta é uma parceria inovadora em vários aspectos que nos motivam muito. Em primeiro lugar, em momentos de poucos recursos públicos, conseguirmos recursos privados para serem investidos em pesquisa é muito importante para apoiar os pesquisadores". Borges destacou, ainda, que a chamada vai ao encontro da missão do CNPq, com investimento em soluções de questões nacionais que podem se beneficiar de abordagem científica para resolver problemas e gerar riquezas.
O presidente do SESCOOP apontou a relevância de fomentar pesquisas no âmbito do Cooperativismo por diversos aspectos. "No contexto social, propiciará benefícios para a sociedade como um todo, pois as cooperativas são responsáveis por promoverem o desenvolvimento econômico e social tanto dos seus membros quanto das comunidades que estão inseridas. Do ponto de vista organizacional, os resultados obtidos com as pesquisas contribuirão para o aprimoramento e melhoria no desempenho da gestão econômica e social dessas organizações. No âmbito acadêmico, contribuirá para a geração de novos conhecimentos e de conhecimentos incrementais, propiciando avanços teóricos e metodológicos acerca do segmento cooperativista", disse, Freitas.
A assinatura do acordo contou com a presença, também da diretora de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais (DEHS), Adriana Tonini, no âmbito da qual será coordenada a chamada.
Recentemente, o Decreto nº. 9.283/2018 regulamentou a utilização do Acordo de Parceria para PD&I como instrumento adequado para o estabelecimento de parceria entre agências de fomento e instituições públicas ou privadas.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Sex, 02 Mar 2018 09:10:00 -0300
Ex-bolsista do CNPq lidera pesquisas no Chile
Bruno Dias concluiu o doutorado como bolsistas do CNPq e hoje lidera projetos de pesquisa, além de ser astrônomo de suporte dos telescópios terrestres mais poderosos do mundo no Observatório Europeu Austral (ESO), no Chile.Com forte interesse em Astrofísica e a proximidade de escolher uma profissão, com 18 anos, Bruno Dias optou por ingressar na universidade para estudar Física com especialização em Astronomia. Tomada a decisão, o astrônomo começou, então, sua jornada com pesquisas e projetos teóricos em relatividade restrita e em física experimental. Essa trajetória tem sido acompanhada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em diferentes momentos.
Em 2014, Bruno concluiu o Doutorado no Instituto de Astronomia, Geofisica e Ciencias Atmosfericas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), como bolsista do CNPq e sob a coordenação da Professora Beatriz Barbuy, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. A pesquisa, premiada pela USP, envolvia uma colaboração direta com o astrônomo Ivo Saviane do Observatório Europeu Austral (ESO), no Chile. Foi quando apareceu a oportunidade de estágio de doutorado no ESO-Chile por um ano.
"Nessa época, conheci muitos astrônomos e muitas portas foram abertas. Fiz um primeiro pós-doutorado na Universidade de Durham, na Inglaterra, no grupo do prof. Ray Sharples, líder do instrumento KMOS instalado nos telescópios do ESO. Novamente o ESO cruzou meu caminho e vi que as portas que abri antes deram resultados", explicou Bruno.
Bruno Dias, ex-bolsita do CNPq. Foto: Arquivo Pessoal
Hoje, ele é fellow do ESO e lidera projetos de pesquisa, além de ser astrônomo de suporte dos telescópios terrestres mais poderosos do mundo. O projeto recebe o nome de VISCACHA e usa o telescópio SOAR (SOuthern Astrophysical Research Telescope), fruto da parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o National Optical Astronomy Observatory (NOAO), a Universidade da Carolina do Norte (UNC) e a Universidade Estadual de Michigan (MSU).
"Minha linha de pesquisa é sobre populações estelares e arqueologia galáctica. No momento estou focado nos aglomerados da Via Láctea e das Nuvens de Magalhães. Eu estudo os aglomerados de estrelas das Nuvens e com eles traço a composição química e construo um mapa 3D de sua distribuição tudo isso em função do tempo, o que torna possível mostrar a evolução dos efeitos das forças de maré", explica.
Existem dois cenários para a evolução dinâmica das Nuvens de Magalhães: o clássico diz que essas duas galáxias orbitam a Via Láctea e que as forças de maré entre as três galáxias foram responsáveis por formar as estruturas de gás e estrelas nas periferias das Nuvens. Um cenário moderno diz que as Nuvens estão em seu primeiro encontro com a Via Láctea e apenas as interações de maré entre as duas Nuvens é suficiente para criar as estruturas de gás e estrelas.
O trabalho no ESO
Como fellow do ESO, Bruno desenvolve pesquisa astronômica de forma independente, lidera projetos e grupos de pesquisa. Essa parte é desenvolvida na sede em Santiago, além de visitas a instituições de pesquisa e congressos nacionais e internacionais para colaborações. A outra atividade é um serviço para a comunidade científica, trabalhando como astrônomo de suporte para as observações de projetos de pesquisadores do mundo inteiro que são selecionados pelo ESO.
O suporte aos telescópios é feito in situ , no deserto do Atacama, onde trabalha por turnos, de seis a 14 noites, num total de 80 noites por ano. São mais de 170 pessoas trabalhando por dia no observatório, que já foi cenário do filme ¿007 Quantum of Solace¿. Há trabalho 24 horas por dia, diariamente. Durante o dia, é feito manutenção e preparação para passar a noite desvendando os mistérios do Universo.
"Além de operar os telescópios, desenvolvemos projetos de prevenção e manutenção dos equipamentos, e também fazemos a caracterização de novos equipamentos para oferecer estabilidade e controle sobre os instrumentos usados pela comunidade", conta.
Futuro
Em 2018 Bruno continua a fellowship do ESO desenvolvendo seus projetos científicos e servindo a comunidade científica operando os telescópios do observatório Paranal. Em termos de inovação, ele é um dos responsáveis por atualizar a linguagem de programação usada nos telescópios do Paranal para python.
Os telescópios estão em operação há 20 anos, e apesar de haver manutenção diária e atualização dos sistemas e componentes usados, a base dos softwares e scripts usados nas operações ficariam obsoletos em alguns anos mais. Python é usado na NASA, será usado no maior telescópio do mundo (ELT) em construção pelo ESO, e muitos cientistas usam e desenvolvem ferramentas nessa linguagem.
Esse movimento de inovação pertence a um contexto maior: os telescópios modernos produzirão terabytes de dados por noite e os desafios são armazenar, transferir e processar. É importante estar atualizado em programação para trabalhar de modo mais eficiente nessa nova era do big data.
ESO
O ESO, o Observatório Europeu do Sul, é a mais importante organização europeia intergovernamental para pesquisas em Astronomia e é o observatório astronômico mais produtivo do mundo. O ESO disponibiliza aos astrônomos e astrofísicos infraestruturas de pesquisa de última geração. O ESO é financiado pela Áustria, Alemanha, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Holanda, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. Com 55 anos de existência, o ESO é a maior organização astronômica do mundo e possui telescópios no Norte do Chile usados por astrônomos do mundo inteiro. Além dos telescópios, o ESO promove pesquisa astronômica em suas sedes e também em congressos internacionais.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP
-
Ter, 27 Fev 2018 17:43:00 -0300
CNPq lança primeira chamada do Programa de Divulgação Científica
O CNPq lançou o novo programa voltado para o aprimoramento da divulgação científica na agência. O Programa de Divulgação e Disseminação Científica (PDCC) foi criado com o objetivo de promover a divulgação das ações de impacto do CNPq a partir da concessão de bolsas para profissionais de diversas áreas da comunicação.O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou nesta terça-feira, 27, novo programa voltado para o aprimoramento da divulgação científica na agência. O Programa de Divulgação e Disseminação Científica (PDCC) foi criado com o objetivo de promover a divulgação das ações de impacto do CNPq a partir da concessão de bolsas para profissionais de diversas áreas da comunicação para que desenvolvem projetos específicos em canais como TV, Rádio e Redes Sociais.
A criação do programa, instituindo uma nova modalidade de bolsas (PDDC) foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do CNPq em dezembro de 2017 e a primeira chamada foi aberta esta semana.
Podem se inscrever graduados e pós-graduados em comunicação social, com experiência em jornalismo, rádio, televisão e redes sociais, ou formação equivalente. Os bolsistas podem ter vínculo empregatício e deverão se dedicar 20 horas semanais aos projetos, que terão prazos e metas a serem cumpridos.
"Temos muita expectativa com este projeto institucional aprovado pelo Conselho Deliberativo que entendeu a necessidade moderna e atual de uma comunicação e disseminação rápida, ágil e abrangente em termos de mídias sejam elas impressas, eletrônicas ou audiovisuais. Assim, os candidatos selecionados nesta Chamada certamente irão contribuir para uma melhor comunicação do CNPq com o público em geral e não apenas com os pesquisadores e cientistas. Experiências similares de muito sucesso já acontecem em várias Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa", explicou o presidente do CNPq, Mario Neto Borges.
Veja a chamada na íntegra (retificado em 01/03/2018)
Dúvidas e demais informações podem ser obtidas pelo e-mail comunicacao@cnpq.br
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Seg, 26 Fev 2018 16:32:00 -0300
CNPq e agências do Reino Unido reforçam intercâmbio
Dando continuidade ao intercâmbio com os Conselhos de Pesquisa do Reino Unido, iniciado em 2017, o CNPq recebe, esta semana, duas representantes do RCUK para uma jornada de imersão na agência, quando terão a oportunidade de conhecer nossos principais programas e sistemas. O objetivo é trocar experiências e buscar soluções para aprimorarmos sobre nossas práticas.Dando continuidade ao intercâmbio com os Conselhos de Pesquisa do Reino Unido, iniciado em 2017, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) recebe, esta semana, duas representantes do RCUK (Research Councils UK) para uma jornada de imersão na agência, quando terão a oportunidade de conhecer nossos principais programas e sistemas. O objetivo é trocar experiências e buscar soluções para aprimorarmos sobre nossas práticas.
Nesse sentido, estarão na agência, até o dia 28/02, para conhecer todas as áreas do CNPq e os principais programas, Helen Rogers, do Conselho de Pesquisas Sociais e Econômicas (ESRC) e Theresa Meacham, do Conselho de Pesquisas Biológicas e de Biotecnologia.
Na manhã desta segunda-feira, elas foram recebidas pelo presidente do CNPq, Mario Neto Borges. "O RCUK é um importante parceiro do CNPq, temos muitos projetos em comum e, acredito, desta visita poderemos aprimorar nossa parceria e pensar em novos projetos em cooperação", afirmou o presidente.
Também nesta segunda, Helen e Theresa participaram da apresentação da gerente do Fundo Newton, da Embaixada britânica, Mariana Veiga, que falou sobre as parecerias que o CNPq mantém com o Fundo e das possibilidades de financiamento. O Fundo é uma iniciativa do governo britânico que visa fortalecer a relação entre países parceiros e o Reino Unido por meio de apoio à pesquisa cientifica que permita o desenvolvimento social e econômico.
Entre os anos de 2016 e 2020, a instituição britânica pretende investir 11 milhões de libras em pesquisas cientificas no Brasil nas áreas relacionadas à preservação ambiental e sustentabilidade; estudos sociais relacionados à integração social nos centros urbanos; e a estudos médicos de doenças infecciosas, resistências antimicrobianos e sistemas de saúde.
Um dos projetos desenvolvidos no âmbito da pareceria com o CNPq é o projeto Reflora, que visa resgatar e disponibilizar para o Brasil e para o mundo imagens e informações de amostras da flora brasileira coletadas durante os séculos XVIII, XIX e XX por missões estrangeiras. Esse projeto recebeu o apoio do Fundo Newton na repatriação de 1 milhão de espécies de plantas, das quais 200 mil oriundas do Kew Gardens-Londres, colaborando com a expansão do acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O Fundo também é um importante apoiador do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), que completou 20 anos em 2017.
Nesta terça-feira, 27, as representantes do RCUK visitarão o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para conhecer os projetos de cooperação internacional mantidos pela instituição. Na quarta-feira, 28, Helen e Thereza apresentarão um relatório da visita, no Centro de Memória do CNPq, em Brasília, às 11h.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Sex, 23 Fev 2018 17:31:00 -0300
CNPq divulga chamadas de Iniciação Científica
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulga, nesta sexta-feira (23/02), o lançamento da edição 2018-2020 das Chamadas Públicas dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC, PIBITI, PIBIC-Af e PIBIC-EM).O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulga, nesta sexta-feira (23/02), o lançamento da edição 2018-2020 das Chamadas Públicas dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC, PIBITI, PIBIC-Af e PIBIC-EM). A disponibilização das cotas ocorrerá em dois ciclos de 12 meses. O primeiro ciclo inicia em 01/08/2018 e o segundo ciclo será iniciado em 01/08/2019.
As Instituições de Ensino Superior (IES) públicas ou privadas e Centros de Pesquisa (CPs) que tenham política de pesquisa científica institucionalizada podem submeter suas propostas até 10/04/2018. A divulgação dos resultados estará disponível na página do CNPq na internet a partir de junho de 2018.
O formulário eletrônico para inscrição nas Chamadas de ICT estará disponível na Plataforma Carlos Chagas a partir do dia 5 de março e deverá ser submetido somente pelo Representante Institucional de Iniciação Científica (RIC), indicado pelo Titular (Gestor Institucional, dirigente máximo da instituição) no Diretório de Instituições (DI) do CNPq.
Cabe a esse representante, antes de submeter a proposta, atualizar o currículo na base Lattes, atualizar os dados da instituição no DI e preparar o Relatório Institucional da edição 2016-2018.
Os RICs deverão, ainda, anexar Formulário na proposta segundo o modelo disponibilizado para cada modalidade, com consta no item 6.10 das Chamadas. Esses formulários podem ser acessados a seguir: Formulário PIBIC, Formulário PIBITI, Formulário PIBIC-Af e Formulário PIBIC-EM. A falta do formulário institucional, devidamente preenchido, implicará no cancelamento da participação da instituição no Programa.
O Programa
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) concede bolsas de Iniciação Científica a estudantes de graduação que queiram participar de um projeto de pesquisa, assim como estudantes de ensino médio, e tem como objetivo contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa e contribuir para reduzir o tempo médio de permanência dos alunos na pós-graduação, e possibilitar o acesso e a integração do estudante à cultura científica.
O PIBIC foi o primeiro programa institucional criado para a Iniciação Científica. O Programa atende instituições de Ensino e/ou Pesquisa públicas e privadas. As cotas de Iniciação Científica são concedidas diretamente às Instituições por meio de Chamada Pública de propostas. A seleção dos projetos é feita pelas instituições.
O PIBITI é um programa institucional voltado para a Iniciação Tecnológica e de Inovação de estudantes de graduação. O Programa concede bolsas de Iniciação Científica às instituições que desenvolvem pesquisa em tecnologia e inovação por meio de Chamada Pública de propostas. A seleção dos projetos é feita pelas instituições.
O PIBIC-Af é o programa institucional de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas, resultado de uma parceria entre CNPq e SEPPIR. O Programa concede bolsas de IC diretamente para as Instituições Públicas, participantes do PIBIC e que tenham implementado ações afirmativas para o ingresso no Ensino Superior. Somente poderão ser indicados os estudantes que sejam beneficiários de ações afirmativas. A seleção dos projetos é feita pelas instituições.
O PIBIC-EM é o programa institucional de Iniciação Científica voltado para estudantes do Ensino Médio. As bolsas de IC-Jr são concedidas diretamente às Instituições. Somente poderão ser beneficiários os estudantes que estiverem cursando o Ensino Público.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Ter, 20 Fev 2018 09:42:00 -0300
CNPq apoia tese oriunda da verticalização dos IFs
O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) concedeu, em 2017, o título de doutor ao primeiro estudante da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a concluir, em uma mesma instituição, os ensinos técnico, graduação, mestrado e doutorado. A trajetória contou com apoio do CNPqO Instituto Federal Goiano (IF Goiano) concedeu, em 2017, o título de doutor ao primeiro estudante da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a concluir, em uma mesma instituição, os ensinos técnico, graduação, mestrado e doutorado.
Quando criados, os Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica tinham como um dos fundamentos a verticalização do ensino, promovendo a atuação dos docentes nos mais diversos níveis, do curso técnico ao doutorado.
No ano passado, pela primeira vez, um estudante cumpriu esse ritual, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás
A pesquisa desenvolvida pelo estudante Nelmício Furtado da Silva e intitulada ¿Otimização de fontes e doses de nitrogênio (15n) na cana-de-açúcar irrigada no cerrado¿ contou com aporte financeiro do CNPq via Chamada MCTI/CNPQ/Universal 14/2014 - Faixa C - até R$ 120.000,00, sob a coordenação do Prof. Dr. Marconi Batista Teixeira, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
Nelmício (sexta da esquerda para a direita) e grupo docente do Instituto Federal Goiano
A pesquisa promoveu a integração entre o setor público (IF Goiano, CNPq, CENA/USP, CAPES e FAPEG) e o setor privado (Usina Raízen ¿ Unidade Jataí ¿ GO). Ao final do experimento, foi realizada reunião com a equipe técnica da Usina Raízen, pesquisadores envolvidos no projeto e a diretoria de forma a demonstrar os resultados obtidos em campo.
O estudo empregou a técnica da diluição isotópica, com uso do isótopo estável 15N, tanto na forma de ureia como de nitrato de amônio, o que permitiu determinar com maior precisão o aproveitamento do N nas distintas doses das fontes fertilizante mineral pela cana-de-açúcar, bem como a dose que proporciona maior viabilidade sob os aspectos técnicos e econômicos. A equipe Técnica da Usina demonstrou interesse pelos resultados apresentados, que poderão nortear tomadas de decisão sobre doses e fontes a aplicar em lavouras da Usina, com uma expectativa de economia na compra desse insumos da ordem de R$ 3 milhões para a próxima safra. Os resultados da pesquisa também contribuíram com a transferência destas informações aos fornecedores terceirizados (produtores) de cana-de-açúcar para a Usina.
Os resultados estão sendo divulgados e publicados em Anais Eventos Científicos e Periódicos Nacionais e Internacionais. Nas condições experimentais do estudo, a aplicação de 120 kg ha-1 de N, tanto na forma de nitrato de amônio como de ureia, associada à irrigação proporcionou maior viabilidade econômica e financeira no cultivo da cana-de-açúcar irrigada na Região Sudoeste Goiás.
Considerando-se os dados de produtividade de colmos de cana-de-açúcar, independentemente das variedades estudadas, a prática da irrigação associada ao incremento da dose de N proporcionou aumento de rendimento de colmos e de ponteiros, que foi muito superior à média nacional (aproximadamente 74 t ha-1 de colmos). Ao mesmo tempo, houve também influência na qualidade tecnológica (industrial) da cana-de-açúcar. A fonte nitrato de amônio contribuiu com maior parte da QNppf (quantidade nitrogênio proveniente do fertilizante) no colmo em comparação com a ureia, diferentemente do que ocorreu no ponteiro, onde a fonte ureia contribuiu para uma maior quantidade de N.
O aproveitamento do N residual do fertilizante aplicado à cana-planta pela primeira soqueira subsequente foi, em média, menor do que 5% da quantidade aplicada inicialmente à cana-planta, o que demonstra que a maior parte do N residual do fertilizante, possivelmente, interagiu com o N orgânico do solo, além de a ocorrência de possíveis perdas no sistema solo-planta. Isto sugere que, com a adoção destas práticas de manejo, as recomendações de doses de nitrogênio, sobretudo para cultivos irrigados, precisam ser aprimoradas, em especial, para a região de Cerrado, cujos solos são de baixa fertilidade natural e abrange a principal fronteira para a expansão de cultivo da cana-de-açúcar.
Além disso, o estudo possibilitou a integração e formação de recursos humanos de alunos de iniciação científica, graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado e contribuiu com as expectativas do setor privado, que busca parcerias com o setor público as respostas para atuar de forma competitiva, visando a crescente demanda e o compromisso de gerar energia de forma sustentável.
Ou seja, a pesquisa desenvolvida com fomento do CNPq conseguiu atender a demanda da parceria público-privada, estimulando o setor privado a também dar sua contrapartida, que no caso específico dessa pesquisa contou com área concedida pela Usina, sistema de irrigação do tipo pivô central, maquinários para plantio e colheita, e um supervisor de área que acompanhou toda a execução do projeto. Também permitiu a qualificação de recursos humanos por meio da verticalização e geração de conhecimento.
Nelmício Furtado da Silva, que é rio-verdense (GO), iniciou seus estudos no Campus Rio Verde, em 2008, quando ingressou no curso Técnico em Agropecuária. No mesmo ano, deu início ao bacharelado em Agronomia, formando-se em 2013. Durante o curso superior, foi bolsista PIBIC/CNPq durante dois anos, e fez estágios em outras instituições de ensino, como a Universidade de São Paulo (USP). Finalizando seus estudos na graduação, ingressou no curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias - Agronomia. Em 2014, após a defesa de sua dissertação, iniciou seu doutorado no mesmo programa com bolsa da CAPES e aporte financeiro do CNPq para desenvolver sua pesquisa. Com o doutorado concluído, o recém-doutor já foi absorvido pelo setor privado, sendo contratado para atuar na área de pesquisa na empresa Tecno Nutrição Vegetal e Biotecnologia Ltda, que atua na área de nutrição de plantas na região centro-oeste do Brasil, para trabalhar como pesquisador. Além disso, foi convidado a fazer parte do quadro de professores da Faculdade Objetivo, para ministrar aulas na área de irrigação e Drenagem e desenvolver projetos de iniciação científica.
A verticalização do ensino permitiu ao estudante acesso à educação de qualidade em sua própria região e absorção pelo mercado de trabalho de forma a contribuir para o desenvolvimento regional. O reitor do Instituto, Vicente Pereira de Almeida, que participou da defesa da tese, reforça que o caso de Nelmício consolida também a interiorização da pós-graduação no Estado de Goiás. "Ver nosso aluno finalizando seu doutorado no IF Goiano, após ter entrado no ensino técnico, mostra que estamos colhendo bons frutos de um trabalho de sucesso da nossa Instituição", afirma.
Coordenação de Comunicação Social
-
Qui, 15 Fev 2018 11:45:00 -0200
Vacina contra malária tem resultados promissores
Uma nova vacina pré-clínica contra a malária vivax ¿ forma da doença com maior distribuição geográfica e maior prevalência nas Américas ¿ foi testada em camundongos e obteve 45% de eficácia, o que representa um importante avanço no desenvolvimento de alternativas de prevenção.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2015, parasitas da espécie Plasmodium vivax foram responsáveis por mais de 13 milhões de casos de malária em todo o mundo e ainda não há um imunizante disponível contra esses patógenos.
A estratégia da nova vacina se baseia em desenvolver versões recombinantes de proteínas encontradas no esporozoíto ¿ forma do parasita presente na glândula salivar do mosquito transmissor e que infecta o ser humano. A proteína em questão é homóloga à que está sendo usada em outra vacina em estágio mais avançado contra o Plasmodium falciparum, o parasita de malária mais comum no continente africano.
"Com base no sucesso dessa proteína de P. falciparum, pensamos em tentar algo parecido contra o parasita que acomete as Américas. Vê-se que na África a proteção também não é alta, de 30% a 40%, mas tem diminuído as formas graves da malária falciparum e atrasado o primeiro episódio de malária em crianças, reduzindo a mortalidade infantil", disse Irene Soares, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e bolsista de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A candidata à vacina contra o P. falciparum, a RTS,S/AS01, já passou por testes clínicos de fase 3 - a pesquisa clínica é usualmente classificada em quatro fases - e recebeu uma sinalização positiva da OMS para um estudo piloto de implementação. De acordo com a autora correspondente do artigo com resultados da pesquisa publicado na revista Frontiers in Immunology, a vacina não será para uso geral na população. "Talvez para crianças e pessoas não imunes, como viajantes que vão para a região endêmica. É uma forma de não ter essas formas graves da doença", disse Soares.
A iniciativa de desenvolver uma vacina contra o P. vivax partiu de um grupo de pesquisadores do Centro de Terapia Celular e Molecular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da FCF-USP. O projeto é apoiado pela FAPESP no âmbito de um Projeto Temático e contou com a colaboração de uma equipe internacional, com pesquisadores do Instituto Pasteur (França) e da Agency for Science Technology and Research (Singapura), entre outros.
O P. vivax tem particularidades que dificultam o desenvolvimento de vacinas. Diferentemente do parasita mais comum do continente africano, a proteína-alvo do P. vivax tem três formas alélicas, ou seja, três variantes na natureza chamadas de VK210, VK247 e P. vivax-like. Trabalhos prévios realizados nas décadas de 1990 e 2000 mostraram que as três variantes circulam pelo Brasil, com prevalência da VK210.
A proteína circumsporozoíta (CS), a mais abundante na superfície do parasita, é velha conhecida da ciência, tendo sido caracterizada pelos pesquisadores brasileiros Ruth e Victor Nussenzweig, da New York University, a partir da década de 1960.
A molécula está envolvida nos estágios iniciais de invasão de células do fígado de mamíferos infectados. Isso faz com que ela seja um alvo importante para anticorpos e outras células do sistema imunológico.
"Como a proteína do P. vivax tem três formas alélicas, fizemos também uma versão híbrida com essas três variantes reunidas. Ela contém um pedaço de cada uma. Caso a vacina fosse baseada em uma única variante, ela não protegeria contra as outras e não teria boa abrangência", disse Soares, que integra, ainda, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV/CNPq).
Após produzir a proteína fusionada, os pesquisadores partiram para a etapa de induzir anticorpos contra as três variantes. Mas, para saber se os anticorpos reconheciam o parasita, a equipe contou com a colaboração de pesquisadores da Agency for Science Technology and Research de Singapura.
A agência cedeu os esporozoítos extraídos da saliva do mosquito. Nos testes, os anticorpos gerados - tanto a mistura de proteínas quanto a proteína de fusão - foram capazes de reconhecer a molécula nativa por imunofluorescência.
O teste em animais contou com mais um desafio: camundongos não são infectados pelo P. vivax. Para resolver o problema, a equipe controu com a colaboração do Instituto Pasteur (França), onde foi testado um parasita transgênico - o esporozoíto do Plasmodium berghei (que infecta o camundongo) capaz de expressar as repetições da proteína VK210 de P. vivax (Pb / PvVK210).
"É por isso que o artigo tem vários autores, de diferentes centros de pesquisa. Foi um trabalho muito complexo e com várias etapas", contou Soares.
No laboratório de Rogerio Amino, pesquisador brasileiro do Instituto Pasteur (França), coautor do estudo, os camundongos que receberam a formulação da vacina foram protegidos contra a infecção de esporozoítos quiméricos de P. berghei, expressando repetições de proteína do circumsporozoíto de P. vivax.
"Foi uma colaboração importante. Os animais receberam três doses da vacina híbrida e depois foram desafiados com o parasita transgênico. Quatro dos seis camundongos imunizados estavam livres da infecção até o décimo dia após o desafio, enquanto todos os animais do grupo controle (não imunizados) ficaram infectados após quatro dias", disse Soares.
De acordo com a pesquisadora, ainda faltam etapas a cumprir até que a vacina se mostre comercialmente interessante e possa ser uma alternativa contra o P. vivax. O imunizante ainda precisa, por exemplo, ser testado em outros mamíferos antes da etapa de ensaios clínicos.
A primeira autora do artigo, Alba Marina Gimenez, do Centro de Terapia Celular e Molecular da Unifesp, realizou recentemente um estágio na University of Oxford, no Reino Unido, onde teve a oportunidade de testar parasitas transgênicos capazes de expressar cada uma das três variações da proteína (alelos VK210, VK247 e P. vivax-like). Gimenez é ex-bolsista de Pós-Doutorado do CNPq e seu trabalho teve apoio da FAPESP.
Parasitas dormentes
Um dos grandes desafios da nova vacina é conseguir combater também os parasitas que, passada a fase aguda, permanecem no fígado na forma dormente e podem desencadear outro episódio da doença meses depois de o paciente ser infectado. Essa é outra particularidade do P. vivax.
"Quando o mosquito pica, uma parte dos parasitas inoculados adquire uma forma dormente (hipnozoíto) no fígado, enquanto a outra parte vai causar a doença. Portanto, quando os patógenos no sangue são tratados, aqueles que estão ¿dormindo¿ continuam prontos para atacar novamente. O remédio pode funcionar no primeiro momento, mas, depois de alguns meses, o parasita pode ¿acordar¿ e voltar à circulação sanguínea, causando recaída", disse Amino, coautor do estudo.
Amino é também um dos autores de um trabalho publicado na Trends in Parasitology segundo o qual uma vacina contra esporozoítos de P. vivax com moderada eficácia contra a infecção primária, poderia reduzir substancialmente a transmissão de hipnozoítos, evitando recaídas.
"Seria muito interessante se houvesse uma vacinaque diminuísse significativamente o número de hipnozoítos, ainda que não fosse 100% eficaz contra a primo-infecção. A vacina que está sendo desenvolvida contra o P. vivax tem uma boa eficácia, mas ainda não foi testado se pode ou não diminuir as recaídas. Se ela funcionar também contra os hipnozoítos será um grande avanço", disse.
O artigo Vaccine Containing the Three Allelic Variants of the Plasmodium vivax Circumsporozoite Antigen Induces Protection in Mice after Challenge with a Transgenic Rodent Malaria Parasite (doi: 10.3389/fimmu.2017.01275), de Alba Marina Gimenez, Luciana Chagas Lima, Katia Sanches Françoso, Priscila M. A. Denapoli, Raquel Panatieri, Daniel Y. Bargieri, Jean-Michel Thiberge, Chiara Andolina, Francois Nosten, Laurent Renia, Ruth S. Nussenzweig, Victor Nussenzweig, Rogerio Amino, Mauricio M. Rodrigues e Irene S. Soares, pode ser lido na Frontiers of Immunology em www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2017.01275/full.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da Agência Fapesp
-
Qua, 14 Fev 2018 17:44:00 -0200
Artigo "Zoneamento climático do Brasil" supera as 1000 citações acadêmicas
Artigo publicado há quatro anos, na tradicional revista de meteorologia alemã Meteorologische Zeitschrift, por pesquisadores do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), Forest Productivity Cooperative (FPC), USP e North Carolina State University (NCSU), incluindo bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq, já superou 1.000 citações científicas no mundo.Artigo publicado há quatro anos, na tradicional revista de meteorologia alemã Meteorologische Zeitschrift, por pesquisadores do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), Forest Productivity Cooperative (FPC), Universidade de São Paulo (USP) e North Carolina State University (NCSU), incluindo bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), já superou 1.000 citações científicas no mundo (Google Scholar Metrics).
O editar da revista, Prof. Dr. Stefan Emeis, ressaltou que o trabalho assumiu a posição TOP 2 da revista MZ, ou seja, o segundo artigo mais citado da revista nos últimos 25 anos, quando se iniciou o ranking. A revista quantifica as suas citações com base no Web of Science (WS), a qual aponta mais de 400 citações e posiciona o artigo entre os ¿top 1% mais citados no campo acadêmico de GeoSciences¿.
No artigo Köppen's climate classification map for Brazil, os autores Clayton Alcarde Alvares e José Luiz Stape (IPEF e NCSU), Paulo Cesar Sentelhas (PQ 1B), José Leonardo de Moraes Gonçalves (PQ 1D) e Gerd Sparovek (Esalq/Usp), desenvolveram um sistema de informação geográfica para identificar os tipos climáticos no Brasil com base na temperatura e precipitação mensal de 2.950 estações meteorológicas, fornecidas pelo INMET e outras instituições, e assegurando a perfeita reprodução dos critérios que definem cada um dos tipos climáticos. O produto final foi um mapa detalhado da classificação climática na resolução de 1 hectare para todo território brasileiro e disponibilizado on-line no link: www.ipef.br/geodatabase.
Mapa do Brasil com classificação climática, publicado no artigo em 2014
O novo zoneamento vem se tornando referência na definição dos tipos climáticos do Brasil, notadamente nas áreas de pesquisa das engenharias florestal, agronômica e agrícola, ecologia, botânica, geografia e hidrologia. Além disso, surpreendentemente, outros campos da ciência adotaram a referência do zoneamento climático em seus trabalhos na medicina, saúde coletiva e epidemiologia, odontologia, medicina veterinária, engenharias civil, sanitária e mecânica, arquitetura, demografia e antropologia, arqueologia e zoologia.
Segundo Clayton, "é grande a satisfação vermos os resultados já alcançados deste trabalho e sua contribuição à ciência nacional e internacional". Além disso, Clayton finaliza apontando que "outros dois pontos extremamente positivos para atingirmos esse número de citações e popularidade na comunidade científica foi publicar o artigo como Open Access e disponibilizar livre acesso ao mapa do zoneamento climático".
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Seg, 05 Fev 2018 14:13:00 -0200
INCT de Microrganismos para a Agricultura lança tecnologia que incrementa a agropecuária sustentável
INCT Microrganismos Promotores do Crescimento de Plantas Visando à Sustentabilidade Agrícola e à Responsabilidade Ambiental lança, nesta semana, tecnologia desenvolvida junto à Embrapa Soja (PR), que consiste no desenvolvimento de um inoculante contendo estirpes selecionadas para braquiárias. O INCT é um programa do CNPq, desenvolvido em parceria com a CAPES e as FAPs.O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) "Microrganismos Promotores do Crescimento de Plantas Visando à Sustentabilidade Agrícola e à Responsabilidade Ambiental (MPCPAgro)" lança, nesta semana, tecnologia desenvolvida junto à Embrapa Soja (PR), em parceria com a empresa Total Tecnologia, que consiste no desenvolvimento de um inoculante contendo estirpes selecionadas de Azospirillum brasilense para braquiárias. O lançamento acontece no Show Rural da Coopavel, em Cascavel, Paraná.
Pesquisas desenvolvidas em pastagens mostram que esse inoculante, associado a doses baixas de fertilizante nitrogenado, gerou um incremento de 15% na produção de biomassa e de 25% no teor de proteína das forragens, beneficiando o gado e o meio ambiente.
Isso porque espécies de braquiárias são usadas como pastagem cultivada e sua introdução na pecuária é dita como transformadora da atividade, trazendo lucratividade ao ser responsável pela cria, recria e engorda de bovinos, com sustentabilidade. No entanto, estima-se que 70% da área de pastagens no Brasil (cerca de 180 milhões de hectares), a maioria com braquiárias, esteja em algum estágio de degradação.
Desse modo, a inoculação das braquiárias com as bactérias selecionadas pode trazer um grande impacto na agropecuária nacional. Somam-se, ainda, benefícios ao meio ambiente, com estimativa de incremento no seqüestro de carbono e mitigação na emissão de gases de efeito estufa, da ordem de 180 kg de equivalentes de CO2/ha/ano.
Gado em braquiária inoculada, no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta
As estirpes e a formulação de inoculante desenvolvidas pelo INCT têm, como principal efeito, aportar fitormônios para as plantas, favorecendo o crescimento das raízes, resultando em incremento na capacidade da forrageira para explorar o solo em busca de nutrientes e água e permitindo, inclusive, um maior aproveitamento do fertilizante aplicado. Além disso, existe uma contribuição das bactérias pelo processo de fixação biológica do nitrogênio. A tecnologia está em perfeita consonância com as metas do INCT, de viabilizar tecnologias que resultem em uma agricultura mais sustentável e com responsabilidade ambiental, atendendo, também, às metas do governo brasileiro no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC).
Raízes de Brachiaria ruziziensis não inoculadas (esquerda) e com o inoculante desenvolvido no contexto do INCT (direita)
O INCT é um programa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desenvolvido em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) e as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa. O INCT de Microorganismos para a Agricultura foi aprovado no edital de 2014 do programa, com o valor de R$ 752 mil e conta com o apoio da Fundação Araucária, do Paraná. É coordenado pela professora Mariângela Hungria da Cunha, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
Mais Informações sobre a tecnologia
Pesquisadora Mariangela Hungria, Embrapa Soja - (43) 3371-6206 / Total Biotecnologia - (41) 3347-1211
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da Embrapa Soja
Fotos: Embrapa Soja
-
Qua, 31 Jan 2018 18:50:00 -0200
Artigo de docente da Unesp e pesquisadora do CNPq é 'TOP 10' em revista científica
Professora da Unesp e pesquisadora de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Valéria Sandrim, é uma das autoras do artigo anunciado como a terceira publicação com maior número de downloads, no ano de 2017, dentro da revista ¿Pharmacogenomics¿, um dos produtos da Future Science Group, renomada editora focada em pesquisa científica, biotecnológica e de inovação.Valéria Sandrim reflete sobre como a genética pode influenciar tratamento de pré-eclâmpsia
A docente do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Botucatu, e pesquisadora de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), prof. Dra. Valéria Sandrim, é uma das autoras do artigo Pharmacogenetics in the treatment of preeclampsia: current findings, challenges and Perspectives - Farmacogenética no tratamento da pré-eclâmpsia: resultados atuais, desafios e perspectivas. O estudo acaba de ser anunciado como a terceira publicação com maior número de downloads, no ano de 2017, dentro da revista ¿Pharmacogenomics¿, um dos produtos da Future Science Group, renomada editora focada em pesquisa científica, biotecnológica e de inovação.
A pré-eclâmpsia é uma condição que pode evoluir para eclampsia, uma das principais causas de mortalidade de mães e seus respectivos fetos durante período gestacional. Entre as características da doença está o aumento da pressão sanguínea, disfunções renais e hepáticas. No universo científico, ainda não são certas as causas desta enfermidade.
"Revisamos a literatura sobre como o perfil genético pode influenciar na resposta de drogas anti-hipertensivas em gestantes com pré-eclâmpsia e como isso pode melhorar o prognóstico e severidade da doença", argumenta Valéria, que contou com a colaboração do Prof. Marcelo Luizon, da Universidade Federal de Minas Gerais; Dra. Ana Palei, do Centro Médico da Universidade de Mississippi; e Dr. Ricardo Cavalli, da USP de Ribeirão Preto.
"Medicamentos anti-hipertensivos atualmente utilizados não foram especificamente desenvolvidos para pré-eclâmpsia. Abordagens farmacogenômicas podem beneficiar pacientes não responsivos, orientando o tratamento individualizado e/ou a identificação de novas drogas para o tratamento. Infelizmente, poucos esforços foram focados neste assunto até o momento, e a colaboração entre os grupos de pesquisa é necessário", aponta trecho de conclusão do trabalho científico.
A linha de pesquisa da pesquisadora Valéria Sandrim envolve o estudo de biomarcadores bioquímicos e farmacogenéticos na predição e Individualização terapêutica, principalmente relacionados às doenças cardiovasculares, como foco na disfunção endotelial. Possui doutorado em Farmacologia pela FMRP-USP e Mestrado em Biotecnologia pelo IQ-UNESP. Realizou pós-doutoramento na FMRP - Departamento de Farmacologia, incluindo estágio na Harvard Medical School. Foi a laureada do Prêmio da Loreal/ABC/UNESCO - Mulheres na Ciência 2009 e do Prêmio promovido pela Sanofi: Medical Services em 2015
Coordenação de Comunicação Social, com informações da Assessoria de Comunicação e Imprensa do IB/Unesp.
-
Ter, 30 Jan 2018 17:28:00 -0200
Todas as plantas das Américas
Artigo publicado na prestigiada revista Science, em dezembro de 2017, lista, pela primeira vez, todas as espécies de plantas registradas pela ciência no continente americano. Intitulado An integrated assessment of the vascular plant species of the Americas , o artigo lista 124.993 espécies, 6.227 gêneros e 355 famílias de plantas americanas, o que corresponde a um terço das espécies de plantas vasculares conhecidas no mundo. Nas últimas duas décadas, a média de descobertas no continente é de 744 novas espécies por ano.
O estudo é assinado por 24 botânicos de 17 instituições, liderados por Carmen Ulloa Ulloa, do Missouri Botanical Garden, incluindo a brasileira Rafaela Campostrini Forzza, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As conclusões, porém, só foram possíveis graças ao trabalho de gerações de naturalistas e botânicos, em um esforço de cinco séculos de coleta e catalogação. E também às iniciativas de digitalização e disponibilização online dos bancos de dados e acervos de herbários dos países envolvidos e da Europa ¿ para onde grande parte das amostras de plantas coletadas no 'novo mundo' era enviada até o século XIX.
Uma dessas iniciativas é o programa Reflora, do CNPq, e o Sistema de Informação Sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) que repatriou digitalmente acervos de plantas brasileiras guardadas em herbários europeus e nos EUA. Rafaela Forzza foi responsável pela coordenação do Reflora e, ainda, do projeto Flora do Brasil 2020.
O estudo
A partir de listas nacionais e regionais que elaboradas nas ultimas décadas, compiladas e combinadas, foi construída a base de dados online chamada Tropicos, que acompanha o estudo publicado. Com essa base, os pesquisadores puderam identificar os centros geográficos de maior diversidade e as relações florísticas entre as regiões, obtendo informações importantes para as ações de conservação da flora do continente.
Das quase 125 mil espécies catalogadas, 82.052 são nativas da América do Sul e 51.241 da América do Norte. As 8.300 restantes ocorrem em ambos os territórios. A América do Sul, sozinha, conta com mais espécies do que a África, que tem quase o dobro de sua área.
Os pesquisadores concluíram, ainda, que a maior parte das espécies é endêmica de um país ou região, com maior nível de endemismo nas ilhas do Caribe e das Antilhas. O Brasil é o país que apresenta maior diversidade florística no continente americano, com 33.161 espécies, seguido pela Colômbia, com 23.104, e o México, com 22.969. Orchidaceae, Asteraceae (família das margaridas) e Fabaceae são as famílias com maior número de espécies.
Sobre o Reflora
O Projeto Reflora impactou profundamente o fazer científico da botânica brasileira. Muitos cientistas consideram a iniciativa um divisor de águas, que marca uma evolução sobre uma época em que a pesquisa ocorria de maneira muito mais lenta e custosa, pois dependia em grande parte da visita a inúmeros herbários europeus e americanos, onde amostras da nossa flora, que datam dos séculos 18 e 19, estão guardadas. Hoje, graças ao herbário virtual do Reflora, essas amostras podem ser acessadas online, com um simples clique, em alta resolução. Ao todo, são mais de 3 milhões de registros fotográficos obtidos a partir da parceria com 70 herbários espalhados pelo mundo todo.
Amostras do Herbário Virtual do Reflora
Mas a totalidade dos benefícios do Reflora, uma iniciativa do CNPq, em parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e apoiada por membros da iniciativa privada, como a Natura, continua sendo medida e avaliada pelos pesquisadores.
Segundo dados do projeto Flora do Brasil 2020, hoje são conhecidas 46.491 espécies da flora brasileira, sendo 4754 de Algas, 33094 de Angiospermas, 1564 de Briófitas, 5718 de Fungos, 30 de Gimnospermas e 1331 de Samambaias e Licófitas.
"Considerando que o Brasil esteja na mesma média das Américas, faltam ser descritas pela ciência entre 10-20% das espécies de plantas vasculares do Brasil", diz Rafaela Forzza, pesquisadora do Jardim Botânico e coordenadora do Reflora. "Seria algo entre 3.500 a 7000 espécies ainda por descrever na nossa flora", concluiu.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
-
Seg, 22 Jan 2018 10:40:00 -0200
Pesquisadores brasileiros apoiam projeto internacional que vai sequenciar DNA da vida na terra
Quanto tempo leva para sequenciar o DNA de 9 mil famílias de eucariotas? O que significa reunir informações genéticas de aproximadamente 1,5 milhão de espécies vivas do planeta? Cientistas de diversas instituições do mundo inteiro estão se reunindo com o plano de realizar esse mapeamento genético em até 10 anos, ao custo de 4 bilhões de dólares, por meio do projeto internacional Earth Biogenome Project (EBP).
E o Brasil pode fazer parte desse projeto. No final do ano passado, os idealizadores do EBP reuniram-se com pesquisadores do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) - e de diversas outras instituições brasileiras para apresentar a iniciativa. Cerca de 300 pesquisadores e colecionadores de todo o território brasileiro participaram do encontro.
Segundo a coordenadora do Laboratório de Bioinformática e Genômica do LNCC e bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifíco e Tecnológico (CNPq), Ana Tereza Ribeiro, a participação na iniciativa pode colaborar para a preservação a biodiversidade brasileira já catalogada.
"O Brasil se colocou como potencial candidato a entrar no projeto. A comunidade internacional tem muito interesse na gente, temos uma das maiores coleções, a biodiversidade brasileira é enorme. Esse projeto é uma oportunidade para o Brasil conseguir organizar e armazenar adequadamente nossas coleções". afirmou.
"Conseguimos trazer curadores do Brasil inteiro, de várias instituições. Isso por si só já foi um feito incrível, pois muitos pesquisadores não se conheciam. E, às vezes, as informações existentes no Brasil não são compartilhadas ou armazenadas da forma adequada", salientou a pesquisadora do LNCC.
O projeto
As famílias eucariotas incluem desde microorganismos invisíveis a olho nu até os mais complexos vertebrados e plantas existentes no planeta. Para os idealizadores do EBP, o projeto vai organizar uma infraestrutura biológica do futuro, contendo informações evolutivas e ecológicas de conservação das espécies catalogadas e sequenciadas. O objetivo central é compreender e conservar a biodiversidade da Terra.
"Você conhecer a biodiversidade do planeta, inclusive identificar novas moléculas, contribui ainda para a elaboração de novos fármacos. Além disso, a questão da conservação é imprescindível para o futuro. Muitas espécies [animais ou plantas] podem ser extintas de uma hora para outra, e por meio de um projeto como esse, estaremos preservando o material genético para saber como elas são constituídas, ou seja, vamos ter um panorama para preservar e armazenar informações genéticas de diversas espécies", explicou Ana Tereza Ribeiro.
A previsão é que o projeto seja lançado ainda este ano. No momento, os organizadores estão se reunindo com pesquisadores de diversos países e em busca de recursos para pagar os custos das investigações.
Entre os institutos idealizadores e organizadores da pesquisa, encontram-se o Instituto Smithsonian e a Universidade Harvard, dos Estados Unidos; o Instituto Max Planck, da Alemanha; e instituições da China, Dinamarca e Inglaterra.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq (Com informações do MCTIC)
-
Ter, 26 Dez 2017 11:50:00 -0200
Pesquisadores desenvolvem bicicleta elétrica sustentável
Um misto de bicicleta, patinete e moto é a invenção que promete ajudar em muito a mobilidade urbana. Com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um grupo de engenheiros, coordenado pelo pesquisador Yuri Berezovoy Assis, desenvolveu o projeto com o objetivo de criar um produto que servisse como transporte alternativo e sustentável principalmente nas grandes cidades.
Batizada com o nome comercial de SURFER, este veículo leve de duas rodas é movido à energia elétrica ou propulsão humana assistida com energia elétrica, que atende a legislação de bicicletas elétricas e que pode também ser conduzido como um ciclomotor/ciclo-elétrico caso o condutor tenha habilitação categoria A. O funcionamento como ciclo-elétrico ou bicicleta elétrica é alternado através de uma interface homem-máquina, onde limitações de potência e velocidade definem a conformidade com a legislação.
"A SURFER é um produto legitimamente de engenhosidade brasileira!", diz entusiasmado Yuri Berezovoy Assis, um dos fundadores da Guell Tecnologia e Engenharia - empresa fundada por engenheiros e administradores focada em prestação de serviços de engenharia para o desenvolvimento de novos produtos, localizada em Salvador, BA. Foi a Guell que desenvolveu a SURFER, uma empresa acelerada pelo ACELERA CIMATEC de Salvador e participante do programa STARTUP Brasil do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTI), o mais importante do gênero no país.
Foi por meio do apoio às Startups que se deu o financiamento do CNPq, de cerca de R$ 192 mil, pela Chamada CNPQ/MCTI/SEPIN 12/2014 - PROGRAMA START-UP BRASIL/Start-Up Brasil 2014.
Além do CNPq, a pesquisa e o desenvolvimento da SURFER foram financiados com recursos de fundos privados e editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e SENAI. A montagem dos quadros é feita em São Paulo. O marketing e comercialização são planejados no Rio de Janeiro e os estúdios de design ficam em São Paulo, Rio e em Londres.
Desde setembro de 2017, interessados podem reservar o seu SURFER no site https://www.gosurfer.com.br/.
Especificações técnicas
A SURFER possui quadro em alumínio, freios a disco mecânicos, motor elétrico na roda traseira e potência do motor de 1000W. A autonomia é de 15-20km (bateria 480Wh), 20-30km (bateria 720Wh) e 35-50km (bateria lítio 920Wh). A velocidade máxima é de 49km/h. A recarga é feita entre 3-5 horas (recarga típica), até 6 horas (bateria 480Wh) e até 8 horas (baterias de 720Wh ou 920Wh). O tempo de recarga varia com a idade e uso da bateria, temperatura ambiente e modelo do carregador. O peso é de 34kg para bateria lítio 920Wh, 38kg para bateria de 480Wh e de 45kg para bateria de 720Wh. A capacidade de carga é de cerca de 100kg.
Mais informações podem ser obtidas nos links: https://youtu.be/FxRiV2o2dlo ou https://www.gosurfer.com.br/videoteca
Coordenação de Comunicação Social
-
Qua, 20 Dez 2017 17:09:00 -0200
Guia de Museus e Centros de Ciências Acessíveis da América Latina e do Caribe é lançado
Uma lista de espaços científico-culturais latinoamericanos que se dedicam à popularização da ciência e tecnologia com recursos específicos para pessoas com deficiência. Essa é a proposta do primeiro Guia de Museus e Centros de Ciências Acessíveis da América Latina e do Caribe. A publicação conta com a participação de 110 empreendimentos de dez países da América Latina e do Caribe: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, México, Nicarágua, Panamá, Porto Rico e Uruguai.Uma lista de espaços científico-culturais latinoamericanos que se dedicam à popularização da ciência e tecnologia com recursos específicos para pessoas com deficiência. Essa é a proposta do primeiro Guia de Museus e Centros de Ciências Acessíveis da América Latina e do Caribe. A publicação conta com a participação de 110 empreendimentos de dez países da América Latina e do Caribe: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, México, Nicarágua, Panamá, Porto Rico e Uruguai.
Este Guia é fruto da pesquisa "Diagnóstico de Acessibilidade em Museus e Centros de Ciências no Brasil e na América Latina" desenvolvida em 2016 e conta com uma lista de museus e centros de ciências interativos, museus de história natural e antropologia, planetários, observatórios astronômicos, zoológicos e aquários.
A iniciativa é do Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis (MCCAC), da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Fundação Cecierj), da Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia da América Latina e do Caribe (RedPOP) e do Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Colaboraram, ainda, a Associação Brasileira de Centros de Museus de Ciência (ABCMC), a Sociedad Mexicana para la Divulgación de la Ciencia y la Técnica (SOMEDICYT), a Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de outras organizações.
"Esperamos que este Guia seja um catalisador para o crescimento da discussão sobre acessibilidade e garantia do direito das pessoas com deficiência ao seu direito de acesso à cultura, ao lazer e à informação científica de qualidade na região latino-americana, bem como que impulsione a implementação de mais ações e políticas de inclusão e acessibilidade à ciência e cultura, tanto em âmbito institucional, quanto no regional", apontam os organizadores.
O Guia possui as versões em português e espanhol e versões acessíveis a leitores de tela e com audiodescrição das imagens. Acesso gratuito pelo site da RedPOP e pelo site do Grupo MCCAC.